Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Lero Social

Edição n° 1247 - 04 Março 2011

 

“Com a associação bem estruturada e legalizada, os próprios  trabalhadores podem pleitear recursos estaduais ou federais para implementar  a usina e administrá-la. O que percebo aqui é um amadorismo na direção e condução da usina. Os trabalhadores daqui vieram do antigo lixão e talvez não tenham sido preparados para a administração correta do local.

Há coisas aqui que podem ser melhoradas  com uma boa gestão”.  

(Do vereador José Carlos Basso, em visita ao Usina de Compostagem de Lixo, neste jornal)

 


SAUDADES


 

Muitas famílias enlutadas nos últimos dias, porém com a certeza de que seus entes queridos estão ao lado do Pai, gozando das delícias de vida eterna...

Com as nossas condolências aos familiares, registramos os falecidos do mês de fevereiro: 4, Osmara Oliveira Faria; 5, Afonsa Ana dos Santos; 9, Elza Messias de Almeida; 14, Ana Lúcia Pires e Maria Martins Borges dos Santos;  18, Marcelo José da Silva; 19, Idalina Zeferino Gomes; 21, Ormandino de Souza Filho e Gaspar Benedito da Silva; 22, Esmeraldino Fernandes Aires; 25, Saulo Marques Rodrigues; 26, Neusa Abadia Amui (26/2). Ana Maria de Paula faleceu no dia 1º/03. 

 Dentre os tantos falecidos estão Neuza Amui Guterrez e Saulo Marques Rodrigues, duas pessoas que como todas as outras deixam marcas indeléveis nas famílias e amigos. 

 

 

Saulo Marques

 

 

Saulo Marques Rodrigues, que completaria 27 anos no dia 3 de março, foi sepultado em Sacramento, no  sábado, 26, às 22h00, em clima de comoção dos familiares e amigos, sobretudo dos pais, Suétina Aparecida Marques e Pedro Rodrigues Fernandes, inconformados com o  fato de o filho tirar a vida com as próprias mãos. 

Há seis anos, Saulo mudou-se para Apucarana no Paraná para trabalhar com o tio Jackson Marques. Nos últimos quatro anos mudou-se para Califórnia, cidade vizinha a Apucarana, onde vivia com a esposa, Kelly Cristina, com que se preparava para se casar nos próximos meses. Saulo trabalhava, como o tio, com camisetas e bonés.

Conta, emocionada, a mãe, Suétina, que Saulo passava por problemas graves, agravados com uma depressão profunda. “Estava tudo bem, até que no ano passado, Saulo envolveu-se com drogas. Todos nos unimos, ele esteve internado, fez tratamento e superou o problema, mas àqueles problemas, sua situação financeira ficou meio  complicada. Saulo estava bem lá, mas as coisas começaram a complicar”. 

Suétina conversou com o filho na quinta e na sexta-feira. “Na quinta-feira, falei com ele no telefone, bastante tempo, aconselhei-o  muito, falei que ele iria superar tudo. Na sexta-feira, falei com ele, por quarenta minutos, das 15h00 às 15h40. Eu liguei porque estava preocupada com ele. Ele disse que as coisas estavam complicadas. Falou que estava pensando em voltar, mas não sabia se ia isso ia ajudar”, lembra.

Afirma mais Suétina que estava se preparando para passar o aniversário do filho, dia 3 de março, com ele. Falei que iria no sábado passar o aniversário com ele. Minha nora, a Kelly já havia comentado comigo que ele vinha falando em dar fim à vida, eu já estava muito preocupada... E naquele dia, quatro horas depois do meu telefonema, ele cometeu o desatino. Eu voltava da igreja, quando encontrei com o José Renato, que ia me buscar e deu a triste notícia...”.

 

 

As lições de uma mãe

 

 

Na sua resignação religiosa e cheia de fé, conta mais Suétina que, quando a nora Kelly chegou do trabalho, Saulo estava em casa comendo pipoca. Ela levou-lhe um lanche e foi à casa dos pais, em frente. “Ela disse que ele  ligou no celular perguntando onde estava o cigarro e disse que quando ela voltasse, ele não estaria em casa. Ela voltou para casa e, de fato, ele não estava.  Kelly disse que se sentou na porta da cozinha e ficou conversando com a tia que mora no fundo. Nisso começou a chover e ela foi fechar a casinha no quintal, onde ela havia colocado roupas para secar. Kelly diz que ao chegar na casinha, estranhou ver a porta fechada. Ela a deixara aberta. Quando ela abriu a porta, lá estava o celular no chão e ele pendurado num cabo de som. Kelly diz que tentou segurá-lo, levantar o seu corpo, mas já era tarde...” 

Saulo era o único filho homem do casal, Suétina e Pedro, que têm mais três filhas, Cássia, Kênia e Sara. “Só ele de filho em casa e ele faz uma coisa dessas...”, lamenta a mãe, acrescentando: “Ele estava bem, estava se recuperando, mas de repente piorou, acho que devido à  crise financeira. Aí, ele entrou em depressão e voltou às drogas. Nos últimos dias, Kelly ligava muito, de madrugada, qualquer hora, várias vezes. A gente estava preocupado com ele. Eu  ia levá-lo para uma clínica em Araguari, quando falei, ele se recusou, dizendo que não ia adiantar. Eu falava pra ele ter fé em Deus, que ia superar, mas ele não superou”.  

De acordo com Suétina, Saulo deixou uma carta, na qual diz, que não queria ver ninguém  mais sofrer por sua causa. “Ele estava sofrendo muito, ele fez isso não só pensando nele..”

Suétina, com a força daqueles que se sentem seguros nas mãos de Deus, emocionada diz: “É uma dor insuportável, é uma parte da gente que é arrancada violentamente. Eu não tenho inimigos, mas se tivesse, não desejaria que passasse pelo que estou passando. É muito triste a gente passar por isso, perder um filho dessa forma”, reconhece.

Encontra ainda forças para deixar uma lição. “Peço a todos os pais que cuidem de seus filhos, enquanto há tempo, porque é uma dor muito grande. Uma dor profunda, que não se pode comparar. E aos filhos, digo, que jamais façam isso, não causem esse sofrimento aos pais. Ouça-os, não se envolvam com drogas. É muito sofrimento para todos, é muita dor, tudo acontece na vida da gente e passa, mas essa dor, não. Essa dor vou levá-la comigo para o cemitério, ela não passar, saiu um pedaço de mim. O meu único consolo é o perdão de Deus e a sua salvação em  Deus. Ele vai ficar bem... eu sei onde ele está, esse é o meu consolo”. 

O traslado do corpo foi providenciado pelo tio Jackson e a esposa Kelly, que não vieram a Sacramento para o funeral. “Kelly e Jackson estavam muito abalados, foi um choque muito grande”. O corpo de Jackson chegou a Sacramento às 13h00 do sábado e foi sepultado às 22h00. 

 

 

 

Neuza do Adi 

 

 

 

Neuza Abadia Amui Guterrez, 56, morreu no hospital Hélio Angotti, em Uberaba, no sábado, 26, às 9h40, após duas semanas de internamento, para tratamento de um câncer descoberto no final do ano passado. Trasladada para Sacramento, Neuza foi velada por familiares e amigos e sepultada às 18h00, após bênçãos fúnebres proferidas pelo Pe. André Camargos. Viúva do engenheiro Danilo Guterrez, que faleceu há cinco anos, também de câncer, Neuza deixa quatro filhos, Leonardo, Melissa, Daniel e Vanessa. 

De acordo com o filho Leonardo, Neuza faleceu vitima de câncer no ovário, doença descoberta em dezembro, e em grau já bastante adiantado. “Foi pouco antes do Natal. Ela foi ao médico e logo foi mandada para Uberaba e começou o tratamento. Fez três sessões de quimioterapia. A terceira, agora em fevereiro, mas já permaneceu internada, porque o organismo já não respondia ao tratamento. Foram duas semanas de internamento e ela veio a óbito. Foi um choque para nós, embora quando soubemos da doença  soubéssemos da gravidade, mas apesar da perda, temos um  consolo de que ela não sofreu tanto, permaneceu lúcida e só veio a ser sedada nos três últimos dias, graças a Deus”, disse conformado e com a certeza de que a mãe está ao lado de Deus, vivendo como sempre viveu, alegre, extrovertida, falante. 

“Mamãe deve estar lá no céu, contando as notícias para todos. Ela dava notícia de tudo e de todos, sabia de tudo que acontecia na cidade. Tinha uma memória prodigiosa, lembrava de fatos antigos como poucos.  Os amigos e vizinhos riam ao recordar que quando o jornal ET chegava às bancas eles já sabiam de todas as notícias através de mamãe. Era o jeito dela...”, recordou Leo.

Para a família, Neuza foi, no dizer do filho Leonardo, uma “mãezona”. “Mamãe foi uma mãezona, foi mãe e pai, porque papai trabalhava fora ela sempre aqui conosco. Mamãe 'fazia das tripas o coração', como diz o ditado, para ver os seus filhos sempre bem. Ela cobrava muito de nós, às vezes a gente achava até ruim a cobrança dela , mas hoje sentimos essa falta.

Leo conta que a mãe sempre queria saber onde iam e estavam os filhos. “Ela sempre perguntava, com quem saíamos, prá onde iríamos e a que voltaríamos. Chegávamos em casa do trabalho, da rua e logo que abríamos a porta, ela logo gritava: 'Leo, Melissa', ia chamando nome por  nome, até saber quem chegou, fosse que hora fosse. Ela sempre se preocupou muito e investiu em nós. Melissa e eu concluímos faculdade, Vanessa está estudando e Daniel é bem empregado. Ela sempre lutou por nossos estudos. Ela era uma pessoa fantástica, muito religiosa, estava sempre rezando. Freqüentava a igreja católica e o espiritismo, tinha os seus 'santinhos' ao lado de Seu Eurípedes”, conta.

Neuza era filha de Assad Abdão Amui e Karima (Carmela) Abdala Amui e,  era conhecida como  a “Neuza do Adi”, apelido que ganhou pelos longos anos de vida na Clemente Araujo.  Ali, o pai, Assad, conhecido como Adi,  dirigiu por muitos anos a popular loja “Casas das Novidades” e ali os filhos Osvaldo (Catirino), Neuza, Maria e João  foram criados, vivendo e convivendo com todos que por ali moram e também os passantes. 

 

Amizades

Neuza conquistou muitas amizades, mas uma delas é muito marcante. Uma amizade de mais de 20 anos com Terezinha Silva Melo, 80, esposa de Raul de Melo, falecido no ano passado, que está sentido muito a falta da companheira de todas as horas. “Estou sentindo muita falta, fica um vazio. Eu nunca vi a Neuza triste. Só a  vi triste no final. E para mim foram dois vazios muito grande: primeiro, o falecimento do Raul, depois de 60 anos juntos. E agora a Neuza, que nos últimos 20 ou mais anos sempre esteve ao meu lado, me dando forças. Todos os dias ela vinha aqui várias vezes me ver, ela saía comigo. Quando ela demorava, eu ia pra porta, ficava olhando e pensando 'será que a Neuza não vem?”, recorda.

De acordo com Terezinha, nos últimos meses, Neuza estava diferente. “Eu perguntava: 'o que você tem, Neuza, está emagrecendo, está triste, abatida'. Ela dizia que não sabia, mas falava  que tinha enjoos terríveis.  Não sei se ela já sabia da doença. E, de repente...”, conta emocionada. “Neuza foi uma pessoa muito boa. Foi mãe e pai para aqueles filhos. E lembro-me que ela comprava roupas  e calçados para os filhos, tudo coisa boa, de marca e, ela andava sempre com uns vestidinhos simples, uma blusinha e bermuda e, sempre de chinelinhos tipo havaianas. Sempre muito despojada, muito simples. Os filhos eram tudo para ela”. 

Terezinha recorda também o ´jeitão' cativante de Neuza, até do hobby que ambas tinham em observar, aos sábados à tarde, as noivas chegando à Igreja Matriz. “Discutíamos  qual era  a noiva mais bonita e dávamos notas. Ela brigava porque eu sempre dava dez para todas, aí eu dizia: 'Toda noiva é bonita'. Depois dos casamentos íamos à missa. De repente acabou a missa da noite no sábado e também os casamentos...”, lamenta.

Terezinha diz que vai sentir muita falta nesse carnaval “no carnaval, sentávamos no palanque e ficamos horas e horas lá de cima olhando o povo, vendo a  festa. Agora, não vou ao carnaval... Foi uma perda grande,  todas as tardes ela estava aqui sentada comigo, conversando... ficou um vazio....”

Associação Fraterna Corina Novelino empossa nova diretoria
Convidando os novos diretores a vestirem a camisa da entidade no sentido de realizarem um trabalho profícuo e de resultados, Raimunda Sílvia Trindade tomou posse como a nova presidente da Associação Fraterna Corina Novelino. “Agradecendo a todos, meu convite é para que todos vistam a camisa da instituição, com fidelidade e firmeza, na certeza de que  vários serão os desafios a serem enfrentados, e que  tudo isso só será possível se houver o envolvimento de todos, com o mesmo propósito e compromisso, e sobretudo seguindo os ensinamentos doutrinários de amor, caridade e fraternidade, que sempre regeram a Associação”, disse.
A nova diretoria, para o biênio 2011/2013, tomou posse no dia 21 último, na sede da Associação, no bairro Maria Rosa. Na oportunidade, os novos membros se comprometeram  a dar continuidade aos projetos e ações desenvolvidas naquela instituição, mantedora da Escolinha Tia Nina, cuja semente foi plantada pela saudosa Conceição Altair Tavares e prosseguida por Jeronima Borges Cruvinel. Ambas souberam  conduzir  a entidade com propostas relacionadas com solidariedade e fraternidade, ao lado de Alzidio Afonso Tavares e Iris Cruz .
Compõem a diretoria junto com a presidente  Raimunda Silva Trindade, os membros:  Vice-presidente: Alzidio Afonso Tavares; secretários:  Cleidomar dos Reis Oliveira e  Douglas Faria Gomes; tesoureiros: Iris Cruz e  Thalys Andrey Nunes Rodrigues; diretor de difusão doutrinária:  Rinaldo Souza Crema; diretora de mocidade Tia Nina: Patrícia De Fátima Jerônimo; diretor de Departamento de Assistência Social: Eurípedes Martins da Silveira; diretor do Departamento Jurídico 'Homilton Wilson': Romildo Leal Rodrigues; diretor do Departamento de Construção 'Abraão Abdão Amui': Fábio Fontana dos Reis e diretor de Departamento de Evangelização Infantil: Raquel Érica Faria Gomes Pereira. 
Compõem o Conselho Fiscal, os membros: 
Amerson Melo Borges, Tânia Isabel Leal Rodrigues, Álvaro Reis, Bercholina Borges de Melo Pacheco, Luzia de Melo Rodrigues e Pedro Moreira de Trindade.  E, o Conselho Administrativo ficou assim constituído: Edna Faria Gomes, Jerônimo Gomes Neto, João Jerônimo Sobrinho, Maria Amélia Alves Borges, Itair Nunes de Santana,  Marcos Aurélio de Almeida e Simone Aparecida Faria Gomes