Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Jussara quer ampliar captação para 100 mil


O Laticínios Jussara vai investir na produção leiteira do município de Sacramento. A começar da genética, do apoio logístico com tanques de resfriamento,cursos e orientação para aumentar a produção de leite entre os seus fornecedores. Atualmente, época de entressafra, a Jussara capta em Sacramento, cerca de 38 mil litros de leite. "Nossa intenção é chegar a 80 a 100 mil litros até o final do ano", prometeu otimista o diretor Odorico Alexandre Barbosa.

A Jussara é a quinta maior empresa do Brasil de leite UHT (Ultra High Temperature), ou seja, temperatura ultra-elevada, leite ultrapasteurizado, procedimento que confere ao leite uma durabilidade de 4 a 5 meses). Para Barbosa, a parceria representa um diferencial para Sacramento e para o produtor. "Essa parceria vai representar uma competitividade maior, que será benéfica para o produtor, porque toda disputa de mercado é saudável, desde que feita dentro dos padrões éticos, das regras de mercado. A Jussara está no mercado desde 1954 e veio para fortalecer essa região leiteira e reposicionar Sacramento no mapa leiteiro de Minas Gerais e de todo o Brasil", justificou.

O diretor adiantou que há por parte do Laticínios Jussara o projeto para implantação de uma unidade na região. Atualmente, a empresa transporta o leite da Coasa para Patrocínio Paulista para ser processado. "Temos um projeto de uma planta grande em Minas Gerais. Estamos sondando os lugares onde poderá ser construída. E Sacramento, com certeza, leva uma vantagem muito grande, porque tem uma bacia leiteira muito grande e está muito próxima à nossa sede", analisou.

Atualmente, época de entressafra, a Jussara capta em Sacramento, cerca de 38 mil litros de leite. "Nossa intenção é chegarmos a 80 a 100 mil litros até o final do ano", prometeu otimista o diretor Odorico Alexandre Barbosa.

O valor médio pago pelo litro de leite, no país hoje, é cerca de R$0,43 e Barbosa justifica que é um custo baixo. "Entendemos que o custo é baixo, mas o leite é uma “commodity”mundial e, infelizmente temos o subsídio da Comunidade Econômica Européia e dos Estados Unidos, os dois maiores produtores mundiais. O Brasil produziu em 2005, 27 bilhões de litros de leite; os Estados Unidos produziram 75 bilhões e a União Européia, 120 bilhões. Eles ditam as regras e o preço no mercado e como existe o leite em pó disponível no mercado internacional, isso baliza os preços mundiais, inclusive no Brasil".

Cana pode prejudicar produção de leite, mas Jussara tem solução

Para Odorico Alexandre Barbosa a proliferação da cana no município pode prejudicar a produção de leite, mas a empresa já possui propostas para os proprietários rurais. "Com certeza que a cana vai prejudicar. A nossa empresa está no pólo de cana do Brasil, que é a região de Ribeirão Preto. Franca já foi a maior bacia leiteira do Estado de São Paulo, chegou a ter apenas 30% de sua produção leiteira e hoje está em recuperação. Mas vemos que temos que mudar o enfoque e nos adaptar aos novos tempos. Não adianta brigar com a cana, ela veio pra ficar", pondera Barbosa.

A política da empresa para a cana não afetar os produtores de leite é, relativamente, simples. "Vamos convencê-los através de números de que, se ele deixar 5% a 10% da área da propriedade pra produção leiteira, ele conseguirá uma alta produção ali, sem investir muito em genética. Porque, partimos do conceito de uma coisa acessível a todos, sem elitizar. Uma coisa acessível, que vai manter o produtor vinculado à terra, porque a cana não gera isso, o produtor abandona a terra e vai pra cidade. Com esse projeto, o produtor terá um rendimento mensal muito bom e que é perfeitamente viável., e que poderá ter um ganho muito bom com o leite, igual e até superior se ele tivesse arrendado toda a propriedade para cana", explicou Barbosa, informando que a empresa vai investir na proposta.

Barão apóia parceria

O produtor rural, Celso Bizinoto Almeida, o Barão, presidente da Coasa, está satisfeito com a parceria. "Eles têm experiência, essa é a area de atividade deles e temos tudo pra crescer, precisávamos mesmo de uma grande empresa como parceira e tem tudo pra dar certo e muita coisa poderá melhorar ao longo do tempo, se Deus quiser. Com isso ganha o produtor, ganha Sacramento, ganhamos todos e o produtor continua tendo vínculo com a Coasa, porque apenas o leite vai pra eles, o restante é administrado por nós, mas não dava mais para apenas buscar o leite e repassar, não tínhamos mais renda", analisou.