A presidenta da Associação do bairro Perpétuo Socorro, Izabel Cristina Pansani não compareceu à reunião dos moradores na tarde do último domingo. "Não fiquei sabendo, a notícia chegou através da rádio Sacramento. Fui lá e me disseram que o convite chegou à rádio através de um bilhete anônimo. Fui até os engenheiros da Prefeitura e me disseram que ninguém convocou reunião. Então, não fui", justificou.
Quando a reportagem expôs à presidenta a revolta dos moradores por causa da redução do tamanho das casas, Izabel disse que era uma minoria. "Há muitas pessoas contra, mas elas não estão falando em nome das 142 famílias, porque passamos uma lista e 72 famílias concordaram com as mudanças", afirmou, mostrando as assinaturas dos mutuários.
- Não é bem minoria, são 70 famílias contra a redução da área do imóvel do terreno, como ficam? - perguntamos à presidenta. Izabel justificou que "se não houver a redução do terreno e da casa, não cabem as 142 casa na área, e alguém vai ficar prejudicado”, disse a presidenta, que não vai morar no residencial.
Confessando-se favorável às mudanças, Izabel disse que solicitou uma reunião com o prefeito, com o objetivo de mostrar para os mutuários o que estava acontecendo, mas até aquele momento não havia obtido resposta. "Pedi essa reunião para esclarecer as sobre as mudanças, a diminuição do tamanho do terreno e da casa, porque por exigência do IEF, a cerca teve de ser afastada 30 metros das margens do córrego. Mas a prefeitura ainda não respondeu sobre essa reunião", concluiu.
Residencial aprovado
As obras do Residencial Cajuru II foram aprovadas pelo IEF, em agosto de 2004, depois que foi apresentado o plano de recuperação de áreas degradadas, por parte da prefeitura. “O projeto foi aprovado por estar em conformidade com as medidas reparadoras exigidas para a construção do loteamento”, disse o documento, assinado pelo engenheiro, Rinaldo José de Souza, do IEF/Araxá.
Vereador Luizão apóia moradores
"Esperamos o apoio dos vereadores para que tenhamos as casas e os terrenos do tamanho original. É o mínimo que queremos. Por que o prefeito, nem ninguém nunca veio conversar com a gente. Na verdade, nunca deram satisfação pra ninguém, foram desmanchando tudo, sem mais nem menos. Agora, queremos a ajuda dos vereadores pra resolver isso. Assinamos pra uma casa de 50m2, agora cai pra 36m2, como vai ficar a documentação?", apelam os moradores.
O único vereador presente à reunião foi Luiz Constantino Bizinoto, o Luizão (foto), PMDB. "Há famílias com seis pessoas, tem mocinhas, como vão caber todos nessa casa de 36 m2. Como é que ficam? Vão dormir tudo junto?. As casas já estão sendo construídas e os moradores querem saber como vai ficar", denunciou.
Luizão lamentou também "a politicalha" que estão fazendo com seu nome. "Estão dizendo, pelas ruas, que eu estou embargando as casas. E não é nada disso. Jamais irei embargar casas. Quero é que façam casas pra todos que precisam, mas que sejam casas decentes, que proporcionem o mínimo de dignidade aos seus moradores. Quero que cumpram o contrato que os mutuários assinaram Quer ver se há como aumentar o tamanho das casas deles. Que fique claro, não quero que parem essas casas, quero, sim, é que dêem uma satisfação para os moradores e que eles tenham uma casa que atenda às suas necessidades", defendeu.