Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Glau é campeã sul-americana

A atleta sacramentana, Glauciele Martins da Silva, 15, foi uma das 12 meninas da seleção brasileira de vôlei infanto-juvenil, que se sagraram campeãs do XV Campeonato Sul-americano de Vôlei Menor, realizado no Peru entre os dias 1° a 8 de outubro. Glau, a única mineira a integrar a equipe brasileira é atleta do Praia Clube, de Uberlândia, que tem como técnica, a profa. Maria Bethânia Silva Melo, ex-URS, nos bons tempos do vôlei sacramentano. As brasileiras arrasaram, desde as eliminatórias disputadas no Ginásio de Pulcapa, eliminando Chile, Argentina e Venezuela, com três vitórias de 3X0. A semifinal, em Lima, com a eterna rival, Argentina (do futebol e agora também no vôlei), o Brasil levou a melhor: 3X1. Na final, Brasil e Peru, país sede, a taça ficou com o Brasil, com outra 'goleada' de sets, 3X0.

Além da ponta Glau, o Brasil jogou com: Bruna Daiane Andreolla, Fabiane Aires Booggerdt, Rafaela Untar Dal Ponte, Patricia Stasiak (meio-de-rede), Letícia Raymundi, Mariana Falcão, Ohana Louise Castro (ponta), Patricia Lira Figueiredo, Roana Petri Celeste, Roberta Silva Ratzke, Rosane de Andrade Maggioni (levantadoras)

Tietagem e autógrafos...

Puro sucesso, tietagem, autógrafos, tudo isso foi vivido por Glau. “Foi um privilégio muito grande. Não havia muitos brasileiros lá, mas os ginásios ficavam lotados e a torcida era grande. Antes dos jogos era tietagem pura. Os fãs ficavam na porta do hotel, acompanhavam a gente, nunca pensei que fosse dar autógrafos (risos). Na hora dos jogos também a gente tinha torcida, foi emocionante...”, conta Glau, que foi eleita a melhor jogadora no Campeonato Estadual de Vôlei em 2005, jogando pelo Catiguá, de Patrocínio “Letícia Raymund, de Santa Catarina, a capitã do time, foi eleita a melhor jogadora do Sul-Americano e melhor atacante. A melhor bloqueadora também é brasileira, Patrícia Stasiak. Foi muito bom, só de ter sido selecionada para integrar a seleção entre 90 participantes, já é uma vitória”, afirma Glau, que ficará em Sacramento até domingo, quando retorna à rotina normal, no Praia Clube de Uberlândia.

Mundial do Japão

Retornando ao Praia Clube, Glau está prometendo se esforçar ao máximo no restante da temporada. Afinal, estará na seletiva para o mundial do Japão em 2007. “Vou continuar no Praia, a gente sabe que podem surgir várias propostas a partir de agora, mas estamos bem orientadas nesse sentido. Afinal, fomos selecionadas devido ao trabalho do técnico do time em que estamos atuando”, explica Glau, referindo-se à profa. Bethânia. “Agora, meu objetivo é continuar treinando e me esforçando no Praia, pois quero ir ao Japão no ano que vem. O país campeão do sul-americano garantiu vaga para o mundial no Japão em 2007. Haverá uma seletiva entre as 19 atletas que foram para o CBV, de onde saíram as 12 classificadas para o sul americano, sendo sete dispensadas. Agora, elas serão convocadas pêra uma nova seletiva, para o mundial. Preciso treinar muito, estar em forma para disputar a vaga e se Deus quiser vou conseguir”.

O drama no aeroporto

Mas Glau é abençoada e recorda a angústia que viveu no aeroporto de Cumbica, na hora do embarque. “Chegamos a São Paulo às 3h00 da manhã, na hora de fazer o 'chek in', faltou o comprovante de que a minha guarda é da minha avó. Ela assinou os documentos, mas faltava o comprovante da guarda. Liguei pra Bethânia de madrugada ainda. Os outros embarcaram e eu fiquei no aeroporto a espera dos papéis. Eu soube depois, que a Dra. Ivone, que me conseguiu os papéis da guarda, a quem muito agradeço, conseguiu com o Ivan do fórum e a juíza, Dra. Cínthia, um novo documento, que chegou direto à Polícia Federal, no aeroporto. Eu agradeço muito a essas pessoas, porque foi no dia da eleição, e elas se prontificaram em atender. Eu só pude viajar à tarde”, recorda agradecida Glau, lembrando que chorou muito. Isso prova que Glau é realmente abençoada. Quantas portas vão se abrindo, quantas pessoas dão as mãos para que ela atinja o seu objetivo.

Meu primeiro telefonema...

Ao sagrarem-se campeãs, adivinhem pra quem Glau deu a noticia, em primeira mão? “Quando terminou o jogo, eu não conseguia nem falar direito de emoção, mas a primeira pessoa pra quem liguei foi pra Bethânia, que é a pessoa dentre todas que me dá a maior força. Ela tinha que ser a primeira pessoa a saber. Só depois é que fui receber a medalha”, conta, recordando da festa de confraternização, da alegria entre todos. “Desde que chegamos no Peru, éramos as favoritas e foi uma festa muito grande, os anfitriões, tudo muito feliz”.

Tietagem e autógrafos...

Para Glau, só falta uma maior divulgação dos times de menores. “A mídia não divulga muito esses resultados, isso faz falta, pois não deixa de ser um incentivo a mais. Afinal, um dia seremos os adultos do vôlei. O relacionamento entre as categoria de menores e adultos é muito grande dentro do CBV, eles dão a maior força pra gente, mas a mídia não divulga nada. É preciso ter maior divulgação das categorias infanto e juvenil”, finaliza a sacramentana, lembrando que Camila Brait está lá esta semana defendendo o Brasil, no Campeonato Sul-Americano de Vôlei Juvenil. “Tomara que traga também o título”, disse, concluindo.