Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Gilson Balduino é o novo provedor da Santa Casa

Apoiado pelo secretário de Saúde, Reginaldo Afonso dos Santos, o enfemeiro Gilson Balduíno Borges foi eleito Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, em eleição realizada dia 8 último, com 38 votos, dos 57 irmãos presentes. A chapa 2, encabeçada por Ana Marta Alves Nunes, que ocupava o cargo de vice-provedora e durante dois meses substituiu o provedor Ricardo Barbosa Lima, na gestão anterior, obteve 18 votos. “Há anos não havia duas chapas na disputa”, diziam, alguns “há muitos anos atrás tivemos duas chapas”, garantiram outros.
“A chapa que estamos apresentando é a chapa 1, não estou fazendo campanha, porque a chapa 2, tem todo o meu apoio também, ´caso seja eleita´. Eu apresentei a chapa 1, mas não sabia e nem pensava que teria uma segunda chapa. Então, quero que vocês saibam, que terão o mesmo acesso que a chapa 1 tiver, caso seja eleita”, justificou o secretário Reginaldo, quando alguns dos irmãos acharam estranha a intervenção da prefeitura na eleição. “O que quero é o bem da cidade”, reforçou o secretário.

Dentre os 57 irmãos votantes na eleição da nova diretoria da Santa Casa, cerca de 20 eram funcionários da Prefeitura, muitos admitidos recentemente, conforme explica a candidata Ana Marta. “Dentre os membros da chapa 1 , três foram admitidos na sexta-feira antes da eleição . Foi realizada uma reunião para a admissão desses novos irmãos”, justificou ao ser questionada sobre a presença de novos membros na irmandade. “Pelo estatuto, desde que a pessoa seja irmão antes de registrar a chapa, ela pode votar e ser votada”, explica.

As duas chapas foram registradas em tempo hábil. Chapa 1, formada por funcionários da Prefeitura: Gilson Balduino Borges (provedor), Vânia Maria Bonatti de Almeida (vice provedora), Adriene Augusto Pires e Cleber Silveira Borges (secretários), Mateus de Paula Pereira e Nallyn Gobbo Borges (tesoureiros); Chapa 2: Ana Marta Alves Nunes (provedora), Lucília Nunes de Aguiar Batista (vice-provedora), Nildes Maria Moreira Camilo e Ronaldo de Oliveira (secretários), Nilda Iva de Oliveira e Pedro Marques da Silva (tesoureiros).

Por volta das 17h00 do dia da eleição, os irmãos, Ronaldo de Oliveira e Pedro Marques da Silva, ambos também funcionários da prefeitura, enviaram oficio à Santa Casa pedindo a exclusão de seus nomes da chapa 2, sem nenhuma justificativa, informou o então provedor, Ricardo Barbosa Lima. “Diante do impasse, pedi ao irmão, Hidelberto Castanheira, uma explicação e uma alternativa, culminando em uma assembléia realizada antes da eleição, para substituir os candidatos. Em votação, com 29 votos, foram aprovados os nomes de José Américo de Oliveira e de Mário Santana, em substituição aos renunciantes”, explicou Barbosa.

A provedora Ana Marta Alves Nunes, ao ser questionada, não soube dizer o porquê da desistência de Ronaldo de Oliveira e de Pedro Marques. “Não sei o porquê, é muito difícil de explicar, porque foi feito o convite, eles aceitaram, registramos a chapa no sábado, 6, e hoje, eles desistem. Eles dizem que é por questões pessoais, mas a gente respeita a decisão deles”, disse.

Quando envolve política a coisa complica

Ana Marta Alves Nunes, desde 2003 atua na diretoria da Santa Casa, primeiro com Conceição Altair Tavares e, agora, com Ricardo Barbosa Lima; nos dois últimos anos, convidada pelo atual governo. Após a apuração dos votos, bastante magoada desabafa: “Fizemos um bom trabalho na Santa Casa. A nossa idéia era dar continuidade ao trabalho já iniciado, mas não deu...Tínhamos bons planos pra não ficar presos a apenas a subvenção da prefeitura, íamos sim cobrá-la, porque é de direito, mas há outros meios de buscar recursos e pretendíamos continuar, mas infelizmente quando envolve política a coisa complica”, disse.

Antes de Ana Marta passar a atuar na diretoria, já trabalhava como voluntária na Santa Casa. “é muito importante que a pessoa conheça a Santa Casa, antes de pegar qualquer cargo ali”, diz. Nilda Iva de Oliveira é outra voluntária da Santa Casa, que há anos visita os doentes do Sus todas as noites.

Gilson não apresenta metas à imprensa

Gilson Balduino Borges, após a eleição, agradeceu os votos, ressaltando a tranqüilidade da eleição. “Eu não esperava que a votação fosse tão tranqüila, mas vamos buscar as pessoas da outra chapa para nos passarem experiências, porque são pessoas ligadas à Santa Casa. Queremos que eles nos passem tudo de bom que fizeram”, disse, não sabendo responder sobre as metas de seu mandato. “Vamos sentar a nossa equipe e traçar as metas e vamos trabalhar em cima delas, que seja o melhor para todos. fazer um trabalho todos se sintam realizados e aí o usuário será bem atendido”, afirmou.

Para Gilson, funcionário comissionado da prefeitura, a Santa Casa precisa de pessoas como Ricardo e sua equipe. “Pessoas que se dedicaram, mesmo, à instituição. Se uma pessoa assume a provedoria e não dedica, a Santa Casa pára, temos que dedicar cada minuto, cada tempo, correr atrás de novas estratégias, enfim fazer o melhor para a Santa Casa”, afirmou. Como funcionário público, Gilson vai ter mesmo que se desdobrar para cumprir sua jornada de trabalho na Prefeitura e exercer o cargo de Provedor da Santa Casa, que não é remunerado.

Sobre o apoio da prefeitura através do secretário de Saúde, Reginaldo dos Santos o novo provedor afirmou: “Ter o apoio do secretário de Saúde ajuda muito a Santa Casa”. Em 2006, a prefeitura deixou de repassar quase 300 mil à entidade. No balanço que prestou aos irmãos, Ricardo Barbosa afirmou: “Dos R$ 600 mil aprovados em lei, recebemos até o final do ano passado da prefeitura, R$ 279 mil e este ano, mais R$ 30 mil, o que totaliza R$ 309 mil, pra ser mais exato, R$ 309.200,00. Estamos deixando uma dívida de R$ 156.577,73 vencidas, a vencer R$ 57.759,00”, informou.

Concluindo, disse Barbosa: “Fazendo uma analogia curta e grossa: se tivéssemos recebido a totalidade da subvenção, sobrariam, cerca de R$ 140 mil em caixa, portanto a Santa Casa não teria dívidas”, justificou e acrescentou: “Eu entendo que a prefeitura nos ajudou pagando médicos, plantões, mas são coisas que não negociamos, ajudou, estamos sabendo, só que não somos nós os agentes negociadores dessa verba acessória”, disse.