Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Saudades

Edição nº 1672 - 26 de Abril de 2019

José Nicolau morre aos 84 anos

José Sebastião de Rezende, o Zé Nicolau das folias de Reis, morreu aos 84 anos, na noite dessa segunda-feira 22,  por volta das 21h, na Santa Casa local.  Seu corpo foi velado por familiares, centenas de amigos e conhecidos e sepultado no Cemitério São Francisco de Assis, após as exéquias proferida pelo ministro Adelminho Gobbo e cantoria da Folia de Reis Estrela do Oriente, na tarde do dia seguinte, ira (23).

 De acordo com familiares, José Nicolau, começou a passar mal há uma semana. Foi à emergência do pronto socorro, medicado e liberado duas vezes. Mas como não apresentou melhora, foi internado na sexta-feira 19 com pneumonia, conforme diagnóstico. No domingo, seu quadro se agravou, quando foi levado a Uberaba para realização de uma tomografia, onde constataram, um acidente vascular da aorta abdominal. “Ele aguardava vaga para ser transferido para Uberaba e dar início ao tratamento, mas acabou vindo a  óbito”, contam os familiares.

José Nicolau deixa a esposa Maria Lázara  de Rezende, companheira de todas as horas por mais de 60 anos, criando juntos oito dos 10 filhos que tiveram: Lázara Maria e Carlos José (falecidos ao nascer), Sônia, João, José Antônio, Luiz Carlos, Carlos Alberto, Maria Inês, Neusa e Elaine.

 

Exemplo de vida e de devoção 

José Nicolau, que morou  na zona rural onde criou parte de seus filhos, mudou-se para cidade e por muitos anos residiu na Av. Cônego Julião Nunes. Trabalhou por muitos anos na SBE (Sistema Brasileiro de Eletrificação) e se aposentou pela 'Reza'.  Foi um homem dedicado à família e aos amigos e deixa um grande legado, a devoção dos Santos Reis, herança do pai Sebastião Garcia de Souza, que participava e tocava em Folias dos Santos Reis, do capitão Geraldo Martins. 

José Nicolau cresceu acompanhando o pai nas andanças das folias. Aos 11 anos, ganhou do pai um instrumento, uma caixa de percussão/tambor e nunca mais deixou de participar das folias na região. E a devoção crescia mais e mais.  Até que no final de 1982, recebeu um convite de Antônio Claret Scalon (Polaco) e Jair Ferreira para ajudar a realizar o 1º Encontro de Folias de Santos Reis em Sacramento, que teve total apoio do então prefeito Luiz Magnabosco e do secretário de Cultura, Walter Fonseca.

Desde o primeiro encontro, em 10 de janeiro do ano de 1983, a cidade se movimenta com as folias que se reúnem agora, regionalmente, no Parque de Exposição. Entre as 30, 40 folias que se apresentam estava sempre lá a figura alegre e querida de Zé Nicolau, que se tornou diretor da Associação das Folias de Reis de Sacramento, sempre ao lado de um amigo especial, Antônio Claret Scalon, o Polaco. Zé Nicolau foi, sem dúvida, um grande incentivador do registro dos grupos de Folia de Reis de Sacramento junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Artístico (IephaMG).

Por todo o seu trabalho, em prol da cultura local e das Folias de Reis  no Município, José Nicolau foi homenageado pela Câmara Municipal no dia 31/08/18, recebendo por indicação do vereador Edmilson Peres,   a Comenda da Ordem do Mérito Legislativo 'Dr. Clemente Vieira de Araújo'.

 

Dois grandes trabalhadores 

Esequiel e Pedro Drigo

 

O mestre de obras aposentado, Esequiel Rodrigues da Silva (Narmo), morreu aos 80 anos, às 20h30 dessa da segunda-feira 22, na Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, vítima de parada cárdio-respiratória e insuficiência cardíaca. De acordo com a filha, Maria José, seu pai foi operado do coração há mais de 20 anos, mas nos últimos anos seu estado veio se agravando, o que o levou a algumas internações. O quadro veio se complicando nos dois últimos meses, porém sem conseguir melhoras e acabou vindo a óbito”. 

Seu corpo foi velado no Velório Maurício Bonatti e, logo após as exéquias, proferidas por Adelmo Gobbo, foi sepultado no Cemitério S. Francisco de Assis, às 16h.

Narmo deixa a esposa, Cleuza Maria da Silva  com quem foi casado  58 anos e juntos criaram os filhos, Maria José (Marujo); Marcos Antônio (Kênia) e Márcio Magela, que lhe deram sete netos.

Mas deixa também um legado de exemplos e trabalho. Como pedreiro e mestre de obras, construiu, dentre outras obras, o Ginásio de Esportes Alberto Marquez Borges (Marquezinho) e o Monumento à Padroeira, durante os mandatos do então prefeito José Alberto Bernardes Borges,  que deixou no velório uma  bonita mensagem em homenagem a um de seus melhores e mais competentes funcionários.

Para a filha Zezé, Narmo foi um homem íntegro e dado á família. “Meu pai era uma pessoa boa, íntegra,  honesta demais,  muito bem humorado um ser humano maravilhoso,  todos gostavam e o admiravam pela pessoa  que ele foi. Que o senhor descanse em paz, meu pai, o Sr. cumpriu com louvor sua missão”, diz Zezé, em nome dos irmãos.

O filho Marcos diz mais, “Pai, obrigado por nos ensinar o verdadeiro significado das palavras amor e família. O senhor foi a pessoa mais íntegra e honesta que conhecemos. Sua missão foi cumprida, sua memória ficará resguardada nas suas obras. Descanse em paz, pai”. 

Pedro Drigo morreu aos 99 anos, na manhã dessa terça-feira 23, em decorrência de falência renal,  na Santa Casa de Misericórdia, onde se encontrava internado há 16 dias.  

Seu Pedro, filho de Angélica Zago e José Drigo,  nasceu em 26/07/1919,  em Guaxima.  Aos 25 anos casou-se com Claudia Tassini Drigo e juntos viveram por mais de 70 anos, até o falecimento da mulher em 29/12/2018. Da feliz união nasceram os  sete filhos: Pedro Almir (Maria), Claudionice (Jarbas), Valmir (Marilete), Mirtes (Ademar), José Antônio (Rosa), Idelma (Cleudesmar) e Luciana (Wagner), que lhe deram dezesseis netos e 14 bisnetos.

 

Dona Eva morre aos 88 anos

Eva dos Santos Nascimento, a dona Eva do Carnaval (foto), morreu aos 88 anos, no Hospital Municipal de Nova Ponte (MG) na noite dessa quinta-feira 25. Dona Eva, nos últimos meses vinha tendo a saúde agravada e, periodicamente, vinha sendo internada, inclusive na Santa Casa de Sacramento. Segundo o neto Alessandro (por telefone), dona Eva foi internada na quarta-feira, porém seu quadro se agravou e veio a óbito devido a insuficiência respiratória. 

Natural de Xique-Xique,  na Bahia, dona Eva chegou a Sacramento no início da década de  1960 e fez história , sobretudo no Carnaval local, que era a sua paixão maior, depois da família que tanto lutou para criar. Em 1993, mudou-se para Nova Ponte, mas nunca esqueceu Sacramento. Volta e meia estava apor aqui.  Seu corpo foi sepultado em Nova Ponte, às 14h, dessa sexta-feira.

 Dona Eva deixa os filhos, Luzia Maria, Maria Lúcia, Maria Luiza, Maria José,  Maria Lucelene, Marlon, Wellignton e Evellyn, que lhes deram 24 netos, 21 bisnetos e 4 tataranetos.  

Na próxima edição, uma matéria completa sobre Dona Eva.