Morre o idoso que queimou o corpo no Lar São Vicente

O aposentado Adão Luiz de Melo, de 92 anos, interno do Lar São Vicente de Paulo foi vítima de um acidente ocorrido na cama onde dormia, à 1h05 da madrugada do dia 31 de dezembro, que o deixou com queimaduras de segundo grau na perna e no braço. Ficou internado alguns dias na Santa Casa e, após receber alta e retornar ao Lar São Vicente, seu estado se agravou devido a uma pneumonia que contraiu e que o levou a óbito, ocorrido no último dia 21 de janeiro.

Duas testemunhas da entidade presenciaram o fato e prestaram os primeiros socorros a Adão, a cuidadora de idosos, Maria Nilza Aparecida de Paula 50 e a técnica em enfermagem, Marília de Lima Santos 29, que narraram à Polícia Militar o que teria acontecido naquela noite fatídica. 

Relataram no B.O. que “um dos quartos da entidade estava pegando fogo. As viaturas deslocaram-se imediatamente para o local, constatando uma grande quantidade de fumaça e, em um dos quartos o colchão estava em chamas, que foram controladas. 

No local estão alojados 52 idosos, a maioria com restrição de locomoção. Com grande esforço das funcionárias e da Polícia Militar, os internos foram transferidos para uma área segura, até a completa dispersão da fumaça.

No quarto onde ocorreu o incêndio dormiam quatro idosos e, por um descuido de um deles, que estava fumando, o incêndio aconteceu. O Sr. Adão, de 92 anos, que estava dormindo na cama que pegou fogo sofreu queimaduras de 2º grau nos membros inferiores, lado esquerdo, e na mão também esquerda. 

Adão foi socorrido pela ambulância e transportado para a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, onde recebeu tratamento e permaneceu internado até receber alta e ser transferido para o Lar. Não houve perícia no local. Segundo o BO, a PM entrou em contato com o Sr. Gustavo Costa, da perícia técnica de Araxá, que tomou conhecimento do fato e respondeu que não havia necessidade de sua presença, uma vez que o fato não foi criminoso.  

Adão foi velado no Velório Municipal Maurício Bonatti por familiares, amigos, funcionários e internos do Lar S. Vicente e, após receber a bênção das exéquias foi sepultado no Cemitério S. Francisco de Assis. 

Funcionárias do Lar falam sobre o fato

O ET esteve no Lar São Vicente e conversou sobre o assunto a respeito da repercussão negativa veiculada pelas redes sociais sobre o fato de um idoso morrer no Lar São Vicente de Paulo, devido às queimaduras ali recebidas por conta de um incêndio, manifestadas também pela família da vítima. 

Falando sobre a ocorrência, a enfermeira chefe da entidade,  Ana Cláudia Pansani Pereira rebateu a tese de que o idoso, Adão Luiz de Melo, teria morrido tendo como causa da morte as queimaduras que sofreu. Ana Inicialmente, Ana Cláudia descarta essa causa da morte, informando que “o Sr. Adão era um idoso de 92 anos, diagnosticado como um paciente oncológico em tratamento paliativo há mais ou menos três anos, já bem debilitado. Não posso dizer que as queimaduras não tenham prejudicado, mas uma pneumonia acometer um senhor idoso, de 92 anos, é muito arriscado. A queimadura realmente prejudicou, mas não foi a causa do óbito”, frisou. 

Vânia Cristina Silva Santana, coordenadora do Lar São Vicente, endossa as palavras da enfermeira, reconhecendo que, infelizmente, o Sr. Adão foi vítima de um acidente provocado por um outro idoso que, por um descuido, deixou cair um cigarro, causando as chamas que tomaram conta do colchão, altamente inflamável. 

“Nós nos unimos a grande dor da família, mas lamentamos que tenham veiculado pelas redes sociais, que a causa de sua morte foi devido às queimaduras recebidas. Não, ele recebeu alta da Santa Casa e estava se restabelecendo no próprio Lar, quando foi acometido de uma pneumonia, que o levou ao óbito. Seu Adão era um paciente debilitado que fazia um tratamento paliativo de câncer”.  

Explicou Cristina que o Lar S. Vicente tem cuidadores e enfermeiros e ajudantes gerais que se revezam durante 24 horas no cuidado dos idosos. “O socorro foi prestado imediatamente pelos três funcionários de plantão, tão logo se percebeu a fumaça no quarto. Tanto é que, quando a polícia chegou, as chamas já haviam sido controladas”.