Homenagem merecida

A Congregação, que chegou em Sacramento em 2 de janeiro de 1963 com quatro religiosas portuguesas, Antônia da Sagrada Família, Mafalda do Menino Jesus, Maria Benigna de Jesus Martins e Tereza da Purificação Vaz, para administrar a Santa Casa, extrapolou os muros da instituição e deixou a sua marca indelével por toda a cidade, quer como professoras, catequistas, orientadoras, mas em especial em outras duas grandes instituições: a Obra Social João XXIII, onde construíram várias casas populares e a Capela de São Miguel; e a segunda, a Casa Infanto Juvenil São Vicente de Paulo. Devido à crise vocacional do momento, as irmãs tiveram que partir e, sem dúvida, deixam um grande legado à cidade, mas também um profundo vazio... 

Por tudo que construíram e contribuíram e Sacramento,  a Congregação recebeu, através de irmã Edna, a  Comenda Cônego Hermógenes Cassimiro de Araújo  Brunswick, a maior honraria outorgada pela Basílica do Santíssimo Sacramento.

O pároco, Pe Ricardo, na sua saudação às irmãs, destacando os relevantes serviços prestados pela Congregação à cidade durante quase 60 anos, afirmou às três religiosas presentes, antes de outorgar a honraria: “As senhoras hoje representam tantas irmãs que passaram por Sacramento e prestaram tão importante serviço. Algumas já estão na glória do céu, outras estão noutras comunidades... Por meio desta Comenda, que é a maior honraria que a nossa comunidade paroquial oferece, recebam o nosso carinho, nosso afeto, nossa gratidão”.  E finalizou, frisando: “Os vossos nomes estão escritos no céu, por isso, alegrai-vos”. 

56 anos de amor, dedicação, evangelização e presença de Deus em Sacramento

Coube ao paroquiano, Munir Salomão Jacob, a mensagem de agradecimento às irmãs, em nome da paróquia. “Naquele distante ano, vindas de Portugal, religiosas ora com hábitos azuis, ora brancos, passaram a fazer parte do cenário de nossa terra. Carregando o puro sotaque luso tinham dificuldade de serem entendidas ou de entender a fala mansa da gente mineira, mas isso era o que menos importava. Importava sim, o ardor missionário de deixar terras de além-mar para buscar e levar o reino de Deus”, disse, recordando o trabalho na Santa Casa, na Obra Social João XXIII e, atualmente, na Ciju São Vicente de Paulo.

Finalizou, agradecendo: “Caríssimas irmãs de São José de Cluny que, por mais de meio século serviu e evangelizou a Terra do Santíssimo Sacramento, nosso reconhecimento, nosso agradecimento. Deus lhes pague por tudo! Nossa Senhora seja sempre a Mãe, a luz e o patrocínio desta Congregação tão cara, tão digna, da qual somos eternos devedores”.

“Que bênção foi para nós”

Tânia Maria Vieira Rosa, funcionária da CIJU há dez anos fez os agradecimentos em nome da instituição. “É de coração que expresso nossa tristeza com a chegada deste momento: a partida, a separação de nossas irmãs de São José de Cluny da comunidade de Sacramento. 

Pela graça de Deus, nós não temos conhecimento do que será o amanhã, mas do passado e do presente nunca nos esqueceremos. Quando lá num passado distante as irmãs chegaram para ajudar a Santa Casa, num piscar de olhos tudo melhorou. A partir de então,  a delicadeza, a organização, a presença carinhosa delas fez a comunidade sacramentana agradecer a Deus pela grande dádiva que chegou para todos nós. 

Mas era pouco, aqueles anjos que vieram de longe, queriam oferecer mais generosidade, mais serviço, então abraçaram a Creche Ciju. Que bênção foi para nós!”, disse, lembrando quantas famílias foram agraciadas com as orientações, apoio e cuidados das irmãs.  E finalizou agradecendo: “A comunidade sacrametana agradece e louva a Deus pelo imenso trabalho que aqui realizaram. E se algum dia, quem sabe, quiserem voltar, estaremos de braços abertos, sempre. Que as bênçãos de Deus e amparo de São José continuem lhes dando a força que precisarem para os seu apostolado. Por favor, irmã Edna, leve à sua provincial a nossa eterna gratidão. Jamais as esqueceremos. Obrigada por tudo”. 

O provedor da Santa Casa, Atílio César Cervato, em nome da diretoria, deixou também seu agradecimento. “Foram 39 anos na nossa Santa Casa, primeiro como administradoras, depois como funcionárias. A vocês nossa gratidão. Irmãs, Edna, Idalina e Cecília, 'gratidão é a única resposta digna do imenso dom de Deus', disse o Papa Francisco na passagem de ano de 2017, por isso, as realizações de cada uma de vocês que conosco conviveram ao longo dessas quase seis décadas, tanto na administração da Santa Casa, como na educação de nossas crianças na Ciju, estarão eternizadas na vida e história de nossa Sacramento. Gratidão é o que está nos corações de cada um de nós...”.

As irmãs receberam também palavras carinhosas do ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, grande amigo da congregação, cujos pais, Alberto Marquez Borges e Carmelita Bernardes Borges, então membro do Grupo de Zeladoras da Santa Casa, hospedaram as pioneiras da Congregação nos primeiros dias que aqui chegaram. Nascia ali uma grande amizade, e um carinho todo especial que perdura até os dias atuais. 

Veja sua mensagem ao lado.

A todos os sacramentanos, uma palavra de gratidão

Depois de longo tempo de caminhada conjunta chegou a hora de nós, irmãs de São José de Cluny dizermos até logo! Sim, queremos dizer apenas até logo, pois o Amor de Cristo que nos une e nos impele, faz de nós um só corpo e um só espírito e, por isso, onde estivermos vocês também estarão presentes em nosso  espírito, em nossos pensamentos e em nossas orações. 

Queremos agradecer todo apoio, carinho e compreensão que sempre recebemos da sua parte, desde o longínquo ano de 1963, tanto na Santa Casa de Misericórdia como na CIJU. Sentimo-nos uma família com vocês e louvamos e agradecemos a Deus pela sua comunhão e generosidade. Deus lhes pague por tanto bem que de vocês recebemos.

Levaremos em nossas mentes e corações o rosto de cada um/a, os seus gestos e as suas intenções. Podem ter a certeza de que serão, para sempre lembrados com carinho pela Congregação das Irmãs de São José de Cluny e estarão presentes nas orações de cada uma das irmãs que por aqui passou. Damos graças a Deus pelo bem que pudemos fazer entre vocês e com vocês. Se de alguma forma, ensinamos algo, aprendemos muito mais. 

A todos os membros das atuais e antigas diretorias, quer da CIJU, quer da Santa Casa, a todos os nossos amigos e colaboradores que de alguma forma nos ajudaram, a todos os pastores que por aqui passaram e que nos apoiaram nesses momento, de modo particular aos párocos de hoje, Pe. Ricardo Alexandre e seu colaborador Pe. Carlos Alexandre, e Pe. Antônio Carlos, a nossa gratidão e oração. 

 Não importa a distância nem o tempo, onde nós estivermos, vocês estarão presentes em nossas orações, rezamos e rezaremos por cada um,   por cada uma em particular. Pelas suas famílias e preocupações e por toda comunidade sacramentana, para que continuem a irradiar o perfume de Cristo através do testemunho, do acolhimento, do perdão, da simplicidade, do serviço, da generosidade e da entrega pessoal.

Partimos com uma lágrima nos olhos e no coração, mas convictas  de que cumprimos a missão que um dia nos foi confiada pela Igreja e pela Congregação. Rezem pelas vocações de especial consagração, que outras jovens saibam dar um “sim” generoso a Deus que as chama, a fim de que smissão não necessite ser interrompida muitas vezes.

Duas de nós permanecerão em solo sacramentano, a nossa Ir. Luísa de Cristo e a nossa querida Ir. Tereza Vaz, que do céu intercedem pela comunidade de Sacramento e por nós, pois para elas já não há mais os limites do tempo e do espaço. Decidimos que elas permanecerão, pois sabemos o quanto ambas amaram e amam Sacramento. Serão assim, os nosso laços perpetuados por duas das nossas irmãs em quem reconhecemos sinais da santidade do nosso Deus. 

Sabemos que na Igreja de Cristo, ninguém é mais que ninguém, pois aprendemos do Mestre Jesus que no Reino o “maior” é aquele que se faz “menor” e servo de todos. Queríamos ter deixado uma lição de serviço e de simplicidade, por isso, se não conseguimos o nosso objetivo, pedimos que nos perdoem e rezamos para que o próprio Jesus, Maria Santíssima, São José e a Bem-aventurada Ana Maria Javouhey, com quem comungamos um mesmo Carisma e Espiritualidade, insufle em seus corações, o desejo de crescer nestas virtudes tão amadas por Cristo. 

Neste momento, em nome de todas as irãs queremos, simplesmente, lhes agradecer. Agradecer a toda  população de Sacramento, que tanto nos acolheu e respeitou. Queremos agradecer a Deus por estes 56 anos a serviço da vida  e de  caminhada na fé com esta comunidade, porção da Igreja de Cristo  na Arquidiocese de Uberaba. Muito obrigada!

Que o Santíssimo Sacramento sob o patrocínio de Nossa Senhora, derrame sobre cada um e cada uma de vocês e sobre suas famílias as mais abundantes graças e bênçãos do céu. 

Levamos a todos nas nossas orações e pedimos que também rezem por nós, particularmente, para que tenhamos as vocações necessárias para continuar a missão que o Senhor nos confiou e continua a confiar em outros lugares do Brasil e em mais de 50 países no mundo. Como última oração entre vocês, permitam-nos tomar a oração do grande Santo Inácio de Loyola, fundador da Congregação do nosso querido Papa Francisco:

Senhor Jesus, ensinai-nos a sermos generosas, 

A servi-vos como mereceis, 

A dar-nos sem medida, 

A combater sem cuidar das feridas, 

A trabalhar sem procurar

 descanso, 

A gastar-nos sem buscar outra recompensa, 

Senão saber que fazemos  a Vossa santa vontade 

Amem!

Rezem por nós também, para que onde quer que estejamos, procuremos e realizemos sempre a Santa Vontade de Deus. Até sempre!

Com o nosso abraço fraterno e as nossas orações, em nome de todas as irmãs de São José de Cluny, 

Ir. Hermínia M. Genaro

Sup. Vice Provincial