Em um ano, o gasto dos estados brasileiros com aposentados aumentou quase dez vezes mais do que a despesa com o servidor ativo. É o que mostram cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): na soma de todos os estados, despesas com funcionários ativos aumentaram 0,8% entre setembro de 2017 e agosto de 2018, enquanto gastos com aposentados e pensionistas cresceram 7,5%.
De 2014 a 2017, vinte estados reduziram o número funcionários. Já o total de aposentados e pensionistas cresceu em 24 Estados. Nesse período, o número de servidores estaduais ativos trabalhando em todo o País encolheu 1,6%, enquanto o de aposentados e pensionistas cresceu 5,6%.
“- O que está acontecendo agora é reflexo das contratações de 30 anos atrás. Os Estados contrataram muita gente, e essas pessoas estão agora com idade para se aposentar. Entre 1988 e 1995, entrou muita gente no serviço público”, justifica Santos.
O sistema previdenciário tem sido o calcanhar de Aquiles de Minas Gerais e enfrenta dois problemas principais, a começar pelo aumento da expectativa de vida. As pessoas estão vivendo mais e, portanto, recebem as pensões por mais tempo. O segundo, explica Gustavo Barbosa, ex-secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, a folha dos estados é muito concentrada em policiais, bombeiros e professores, categorias que têm regras especiais e, por isso, podem se aposentar mais cedo.