Os intercambistas, Carol Neves Bonatti e Jason Chu, ambos com 17 anos, têm muita coisa em comum na troca de experiências. Carol chegou a Sacramento no último domingo 1º, depois de 11 meses vivendo em Taichung, no Dajia District, na ilha de Taiwan. E, Jason Chu deixa Sacramento e o Brasil neste final de semana, também depois de 11 meses e retorna à sua terra natal, a mesma cidade, Taichung.
Ela trouxe na bagagem todo o aprendizado adquirido no dia a dia da vivência com os taiwaneses e ele leva os conhecimentos adquiridos no Brasil, mais especificamente em Sacramento. E o aprendizado foi grande, inclusive, um certo domínio da língua, no dia a dia com os colegas de classe do 2º Colegial do Colégio Rousseau e os amigos que conquistou.
Jason conversou, rapidamente, com o ET, na noite da segunda-feira 2, na posse das diretorias rotárias. “É minha primeira visita ao Brasil e além de Sacramento, visitei outros estados e cidades. País muito grande e vou embora muito feliz. Levo muitas boas lembranças da comunicação, os lugares, as pessoas, dos amigos, de tudo que aprendi”. Questionado se fez muitos amigos, Jason revela “Muitos, não, mas fiz bastante amigos”, - caindo, claro, na complexidade da nossa Língua Pátria.
Em Taichung, retoma os estudos no 3º ano do ensino médio (high school) e pretende seguir na área de Economia. Jason promete voltar, um dia...
“Uma experiência maravilhosa”, define Carol
Já Carol, ainda matando saudades, conta detalhes da vida em Taiwan. E a maior dificuldade foi a língua. “Foi uma experiência maravilhosa, uma cultura totalmente diferente. Eu fiquei com uma família inglesa, que não fala o Mandarim, então tive que me virar. Tive muita dificuldade na escola por causa da língua. Eu tive mais contato foi com um finlandês, então o que aprendi foi estudando por conta própria e no dia a dia com amigos. A sorte é que a língua lá é básica, são, digamos frases prontas, curtas, embora as palavras sejam muito parecidas, só mudam o tom, porque os símbolos são sonoros e um mesmo símbolo tem vários tons”, revela.
A culinária foi outra dificuldade de adaptação. “Lá, eles plantam arroz, criam porcos e galinhas. Gado bovino não tem, a carne é importada e caríssima. Mas é muito diferente da nossa comida. A comida é adocicada, carne de porco, frango, tudo é doce e uma comida muito gordurosa. No começo experimentei tudo e fui selecionando o que gostava mais pra poder comer.
Carol diz que a salvação foram as frutas. “O bom é que eles comem muita fruta, que são praticamente as mesmas do Brasil, por exemplo, a Pitaia, que temos aqui e foi lá que comi pela primeira vez. E são muito mais saborosas que as nossas. Um dia fui fazer comida brasileira e fiz um salpicão e strogonoff, mas eles não gostaram, acharam muito salgado. E aí fiz brigadeiro, eles acharam muito doce. Eles não usam sal. Interessante é que ao chegar aqui, achei a nossa comida salgada, principalmente o arroz”.
O grande diferencial do país, para Carol, é a educação. “São muito educados, muito evoluídos, muito bem informados. As escolas são todas pagas e todas em período integral. A gente entra às 7h e sai às 16, independente da faixa etária. A grande surpresa é que lá, os alunos limpam a escola. Chegam às 7h, limpam a escola até 7h30, na segunda meia hora permanecem todos na sala de aula estudando, e, às 8h, começa a aula.
Meio dia é o almoço e, logo após, todos têm meia hora para dormir. Retornam às aulas até as 16h, mas a maioria fica na escola estudando na biblioteca até às 19, 20h. Eu mesma tive muitas horas de estudo. Outra coisa interessante é que os alunos que moram mais distante, permanecem na escola, praticamente moram lá, embora o transporte seja muito fácil e acessível a todos”.
As matérias escolares também surpreenderam Carol. “Há as matérias básicas como no Brasil, mas também muitas outras, por exemplo Militarismo, Convivência Social, Artesanato, Desenho, Educação Física e lá fiz parte do time de handebol. Todas as matérias são obrigatórias”.
A saúde é outro diferencial. “A população se previne contra doenças, usam máscaras diariamente. A máscara serve também para tampar o rosto para não se exporem muito e tive de aderir à mascara, depois que peguei uma gripe. O clima é muito quente e úmido, peguei sensação térmica de 42, 45 graus, porque eu morava em Taichung, no distrito de Dajia, mais próximo da praia. Mas noutras regiões é muito alagado, plantam arroz na água...”
Sobre a relação com as pessoas, Carol avalia como reservados “No relacionamento, ele são educados, mas muito frios, aqui a gente chega, abraça, conversa, lá não tem isso. Os casais, namorados ou casados mesmo são todos muito reservados, mas não demonstram afeto em público. Andam de mãos dadas, mas ninguém se expõem. Carinho, beijos, abraços, isso não existe em público. As relações homoafetivas seja de homens ou mulheres são muito bem aceitas. Taiwan foi um dos primeiros países a aceitar, mas também são muito reservados, discretos”.
Finalmente, em relação às tecnologias, de acordo com Carol, são muito usadas. “Eles valorizam muito, o uso de internet é muito grande, todos têm acesso. Tudo muito moderno, mas sem desprezar a cultura”.
Carol garante que não deixou o coração por lá. E afirma: “Nem se eu quisesse, mas é muito longe, mas um dia pretendo voltar, mas a passeio”.
Carol concluiu o terceiro ano do segundo grau em Taiwan, agora fará a validação e vai se preparar para o vestibular para o curso de Direito.
Pedro Henrique de malas prontas para a Bélgica
Pedro Henrique Magnabosco Nascimento 17 está, digamos, de malas prontas para a Bélgica, onde fará intercâmbio a partir de agosto e participou da festa de posse do Rotary aguentando a zoeira dos colegas, por ser o país adversário do Brasil nas quartas de final. “Fiquei feliz pela Bélgica ter se classificado, mas ao mesmo tempo estou preocupado com o Brasil, porque é um adversário forte”.
A opção pelo país deve-se à sua geografia, conforme explica. “Por ser um país que está na área central da Europa e, um pais de uma cultura muito diversificada. Vou ficar na parte francesa, na cidade de Flèmalle, no distrito de Liège. Sempre quis aprender francês e a Bélgica sempre me atraiu, estou com boas expectativas de que o país me acrescente boas experiências”.