O funcionário do Açougue Santa Helena, Fabrício Limonta (foto) 36 morreu na noite do domingo 3, na Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, segundo a família, de causa indeterminada. Seu corpo foi velado e sepultado no Cemitério da Saudade, em Franca, onde está sepultado o pai, José Francisco Silveira Limonta, que morreu em 1993, vítima de acidente na serra de Rifaina.
O fato é que a notícia de sua morte comoveu a todos que o conheciam, como uma pessoa alegre, comunicativa e educadíssima com todos que o rodeavam fosse no trabalho no Açougue Santa Helena, no bairro Cohab onde morava com o irmão Fabiano ou nas rodas de amigos. Sabia o nome de todos e fazia questão de cumprimentá-lo, chamando-os pelo nome... A pergunta era uma só: O que aconteceu com Fabrício?
Fabrício deixa a mãe, Sônia Margareth Soares Limonta e os irmãos, Fabiano, Fabrício e Flávia.
Fabrício trabalhou no domingo sem reclamar nada
De acordo com Serginho, proprietário do Açougue Santa Helena, onde Fabrício trabalhava desde janeiro, ele trabalhou até o meio dia. “Depois que a gente fecha, lavamos todas as dependências do açougue. Mas esse dia ele pediu pra sair, dizendo que iria à Santa Casa, porque estava com uma dor na barriga. Mais tarde, ligamos no celular dele pra saber notícia, mas ele não atendeu. Ligamos várias vezes e nada. Até que por volta da 1h da manhã recebi uma mensagem informando sua morte”, relata Sérgio, emocionado, lembrando que o funcionário nunca reclamou sobre seu estado de saúde.
“- Fabrício nunca reclamou de nenhuma dor. Era muito trabalhador, muito esperto, nunca reclamou de nada, nada, domingo foi a primeira vez e só falou na hora que pediu para ir ao pronto socorro...”, relata, completando: “Precisava saber a causa da morte, porque ele parecia uma pessoa sadia. Agora fica esse mistério”. Uma pessoa, cujo nome não será divulgado, relatou ao ET que Fabrício, antes de ir trabalhar no domingo, esteve na farmácia e comprou uma Coristina e, mais tarde, voltou com uma receita.
Em sinal de respeito, na segunda-feira 5, o açougue não abriu as portas. Para participar do velório, fazer unidade com a família e acompanhar o sepultamento, os proprietários e funcionários seguiram para Franca, para onde o corpo foi levado de madrugada.
Fabiano explica porque a família não quis fazer autopsia
Fabrício morava em um sobrado na Cohab com o irmão Fabiano, aposentado devido a sequelas do acidente de caminhão que sofreu com o pai há 24 anos. Como consequência do mesma acidente, Fabrício, que na época tinha 12 anos, entrou em choque e perdeu a voz, só recuperada graças ao acompanhamento de fonoaudiólogo.
Fabiano relata, que no sábado 2, Fabrício chegou em casa alegre, fez o jantar, lavou as roupas e estava muito bem. No domingo, saiu para trabalhar e retornou depois do meio dia. “Nunca vi Fabrício triste. Nesse dia, porém, ele veio em casa pegou um documento e disse que iria ao pronto socorro. Voltou, não quis almoçar e disse que estava com muita dor no corpo e que achava que era dengue. Agora, não sei se foi lá no hospital que falaram ou se foi uma dedução dele mesmo. Ele tomou banho e deitou, mais ou menos 15h30, ele levantou disse que estava com fome, almoçou e daí uns 20 minutos vomitou muito, mas muito mesmo e começou com uma dor na barriga. Eu ia levá-lo ao hospital, mas ele pediu pra esperar melhorar um pouco a ânsia de vômito, que depois iria. Daí a pouco eu insisti, ele levantou veio até a porta e disse que não aguentava e deitou novamente. Eu liguei para minha mãe, em Rifaina, pedindo pra ela vir que ele não estava bem. Ele saiu daqui de casa carregado...”, conta o irmão.
De acordo ainda com Fabiano, o irmão chegou à Santa Casa sem pressão. “A pressão dele foi a 3, custaram elevar para 6. Ele começou a perder os movimentos do lado esquerdo e saía sangue pela boca. Aplicaram medicamentos pra subir a pressão e para tirar a dor, mas pouco depois das 22h, ele morreu”.
As especulações sobre a morte de Fabrício são muitas. Uns falam em dengue hemorrágica, outros em embolia pulmonar e outros em infarto do intestino. Mas de acordo com Fabiano, no atestado de óbito consta causa indeterminada.
“A suspeita é de que os rins e os pulmões não estavam bons, mas o Fabrício nunca reclamou de nada, uma dor sequer, sempre bem disposto. Saía, passeava, andava longe... Foi um susto muito grande, quando a pessoa está doente, a gente espera para qualquer hora, mas assim, de repente, do nada?...”, comenta, com os olhos marejados, Fabiano, informando mais que um médico amigo da família, ligou pedindo para fazer autópsia. “O médico me ligou e falou que precisava descobrir o que foi que aconteceu, ele falou que poderia ser, inclusive, alguma coisa genética”. De acordo com Fabiano, eles ligaram no IML de Araxá, mas o atendimento foi de muito pouco caso.
“- O legista falou que iria ver a possibilidade, porque havia casos mais urgentes e que o corpo sairia dali depois de uns três dias. Por isso não levamos, meu irmão não é indigente”, criticou, dando a informação de que um dos médicos suspeitou que poderia ser um infarto do intestino, mas só através de exames aprofundados pra ter certeza”.
Sobre o fato de não ter feito pelo menos parte do velório em Sacramento, Fabiano pediu compreensão dos amigos. “Por conta de nosso vínculo com Franca, papai era de lá, toda a família tem um plano funerário naquela cidade e eles exigem, conforme contrato, que todos os procedimentos sejam feitos em Franca”, justificou, lamentando.
“- A gente queria fazer o velório aqui até a manhã de segunda-feira, só que a funerária veio e não permitiu. Disseram que perderíamos o plano”, justifica e agradece os apoios recebidos. “Muita gente daqui foi ao velório, vizinhos