O professor Luiz Augusto Jerônimo, (Prof. Didi), morreu aos 67 anos vítima de infarto no domingo 28, por volta das 17h. Velado por familiares e um grande número de amigos, Didi foi sepultado às 13h do dia seguinte, no Cemitério São Francisco de Assis, após homenagens dos ex-alunos do professor e bênçãos proferidas pelo pároco, Pe. Jaime Ribeiro.
De acordo com a esposa Janete Santana, companheira de todas as horas por 20 anos, nessa sexta-feira, 2, Didi completaria 68 anos. Relata que, no último domingo, eles estavam na fazenda Olhos d'Água, rotina que cumpriam a cada final de semana. Após o almoço, Didi disse que iria dormir um pouco para, a seguir, retornarem à cidade.
“- Estava arrumando as coisas para virmos embora, quando meu netinho disse que iria chamar o vô. Ele foi e voltou correndo, dizendo que ele tinha caído da cama. Eu o encontrei já quase sem vida. Assustei demais e fomos buscar socorro, solicitando a ambulância, que nos atendeu prontamente, mas ao chegar à Santa Casa, nada mais poderia ser feito. Eu ainda não entendi como isso aconteceu, porque Didi era forte, muito ativo, muito saudável”, afirma.
Conta mais Janete que há dois anos Didi vinha fazendo um acompanhamento com um cardiologista de Uberaba por conta de uma arritmia. “Ele estava na manutenção, porque estava com os batimentos normais, pressão normal, não tinha queixa de dor, nada. Nunca fez cirurgia, nem cateterismo. Tudo estava normal, porque ele seguia bem, à risca, as recomendações médicos, tinha deixado de fumar...”
Quem foi o Prof. Didi
Didi fez história em Sacramento como professor do antigo Colégio Maria Crema, como servidor público do município, ocupando o cargo de Secretário de Cultura e Turismo no Governo Biro e como militante do PT, partido pelo qual chegou a se candidatar.
De acordo com a esposa, sua vida foi a Escola Maria Crema onde trabalhou por muitos anos, até o seu fechamento. Entre 1997 a 2004, trabalhou na Secretaria de Cultura da Prefeitura. Após a aposentadoria, em 2005, passou a dedicar-se ao PT e ao Movimento de Assentamentos do MST.
“- Nós somos assentados na fazenda Olha d'Água. Ali, passamos a nos dedicar ao serviço das lides rurais, até porque ele era presidente do Sintraf (Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar). E há mais de dez anos, juntos, trabalhávamos com projetos de agricultura familiar, habitação rural, sementes, processos de aposentadoria, etc”, informa a esposa, ainda muito emocionada.
Para Janete, a dor da perda dói demais, porque “tudo o que fazíamos era juntos. Cada momento de nossa vida, estávamos juntos. Tínhamos uma vida perfeita. Didi foi um grande companheiro, um super pai, super avô, uma pessoa sem defeitos”, reconhece, informando que criaram juntos uma filha do coração, Daniela, que lhe deu dois netos, um deles com o nome do pai, Luiz Augusto 7 e Maria Laura 2.
Um grupo de alunos da antiga Escola Maria Crema esteve presente no velório para solidarizar-se com a família, numa última homenagem ao professor que chamavam de 'Capitão, meu Capitão', numa alusão ao filme, Sociedade dos Poetas Mortos. Foram os alunos que carregaram o féretro até o cemitério. Didi foi sepultado junto com o pai, Gil Jerônimo. Lembrou Janete que Didi dizia sempre que seu pai foi “o maior amigo que ele teve na vida”.
Fica a saudade!
Missa de 7º dia na Basílica do Santíssimimo Sacramento, neste Domingo, às 19h.