Dr. Maurício do Cartório toma posse como Juiz Federal

O bacharel em Direito Maurício José Mendonça Júnior, 33 anos, titular do Cartório do 1º Ofício de Notas de Sacramento, pediu a renúncia de sua titularidade para assumir o cargo de Juiz Federal em Brasília (DF), em posse ocorrida em 20 de Janeiro desse ano.

Maurício foi um dos 93 magistrados empossados, entre os mais de 10.200 candidatos que prestaram o XVI Concurso para Juiz Federal Substituto do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Os novos juízes reforçarão a prestação jurisdicional no Distrito Federal e nos 13 estados que compõem a 1ª Região, dentre eles Minas Gerais. 

Há três anos em Sacramento, quando chegou para assumir, também através de concurso, a vaga do Cartório do 1º Ofício de Notas, cuja posse ocorreu em janeiro de 2014, o hoje Juiz Federal Maurício Mendonça continua com residência na cidade, junto de sua noiva. Goiano de nascimento, desde os 15 fixou-se com a família em Uberlândia/MG, onde fez os estudos secundários e o curso de Direito na Universidade Federal de Uberlândia - UFU, com pós-graduação em Direito Público e mais recentemente em Direito Notarial.  Iniciou ali sua vida profissional como advogado e professor da Universidade Presidente Antônio Carlos, por cinco anos, até sua aprovação em concurso e posse em Sacramento. 

Com a renúncia, a Serventia integrará a lista para provimento em novo concurso, a ser realizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sendo nomeada para responder pelo Cartório e dar plena continuidade ao serviço público, interinamente, a bacharel em Direito Fernanda Cristina Nader Pereira.

O concurso para Juiz Federal 

De acordo com Maurício, em entrevista concedida no último dia 19, a magistratura federal era não só uma meta mas um grande sonho, porém depois de alguns concursos, acabou optando pelo cartório. “Fiz cinco concursos para a Magistratura Federal entre 2012 e 2013, mas não passava numa fase ou noutra. Então fiz o concurso para cartório e fui aprovado. Quando vim para Sacramento, eu praticamente desisti da Magistratura, porque passei a gostar muito da cidade e das pessoas, o que me deixou muito feliz, e propiciou serenidade para me adaptar à função de tabelião”, lembra, reconhecendo que recebeu o resultado de sua aprovação com surpresa. 

“- Aliás, foi com surpresa que recebi a notícia de minha aprovação, porque eu não estava esperando, fiz a prova despreocupado, ainda no ano de 2015, e para falar a verdade eu não estava confiante. Quando o resultado foi publicado eu quase não acreditei”, recorda, informando que menos de 1% dos candidatos foram aprovados, numa prova bem difícil.

 “- O concurso tem várias fases, dentre elas a prova objetiva e a discursiva, que aconteceram em junho e agosto de 2015. E de maneira até inesperada, foi publicada minha nomeação no início do recesso forense, em 22/12/2016. E aí começou a correria para aprontar tudo para a posse...”, explica, com  satisfação.

 Maurício fica em Brasília provavelmente até meados do mês de maio, e depois vai tentar uma transferência, para ficar mais próximo de Sacramento. “Minha casa vai ficar montada, pois pretendo uma remoção para alguma subseção mais próxima. Fui muito bem recebido e a amabilidade das pessoas de Sacramento vou levar para sempre no coração”, explica. “Aproveito para agradecer a todos os amigos e clientes que estiveram comigo nesses 3 anos, por todo carinho e confiança que me deram, minha vontade era dar um apertado abraço em cada um deles”, afirma. 

Para os funcionários do Cartório, Dr. Maurício dispensa também um carinho e uma atenção especial, idênticos a todos aqueles que se servem do cartório. “Olha, o carinho é recíproco. Se Dr. Maurício ganha essa simpatia dos clientes, é porque ele trata muito bem as pessoas, dá uma atenção especial, sobretudo àquelas pessoas mais simples, ele se iguala a elas, dono de um coração muito puro, e suas atitudes são muito confiáveis e transparentes”, afirma a funcionária Josiane Borges Motta, ao que Dr. Maurício, com modéstia, justifica.

“- É possível que prestemos um serviço de qualidade, com seriedade e eficiência, com um sorriso no rosto. As pessoas por vezes estão carentes de atenção e tratamento que identifique o que elas realmente precisam. E quero levar essa postura que sempre adotei no Cartório para a Magistratura, que é ver mais 'as pessoas' em vez 'de papel', e entender os anseios delas para resolver os conflitos da melhor forma possível. Hoje, de um modo geral, a preocupação é forte com as estatísticas e com as metas, e se esquece da pessoa, do ser humano”, pondera. 

Com certeza, o país ganha um grande magistrado federal.