O advogado e ex-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Sacramento, Antônio Rodrigues da Cunha Júnior (Moreno), que completou 91 anos no dia 2 de janeiro, morreu vítima de embolia pulmonar, na manhã do último sábado 7, no Hospital São Domingos, em Uberaba, onde foi internado na noite de quinta-feira 5. Seu corpo foi trasladado para Sacramento, e velado por familiares e um grande número de amigos e conhecidos, sobretudo, empresários do agronegócio. Seu Moreno, como era conhecido, foi sepultado às 19h, após as exéquias proferidas por padre Vanildo Massaro Brito e homenagens da classe rural, representada pelo diretor do Sindicato, Vladimir Berlese, e do amigo, o ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, seu primeiro secretário ao reativar o Sindicato, em 1963.
Legado de exemplo e de serviços
Um dos pioneiros da pecuária leiteira no município, Moreno deixa a esposa Terezinha Andrade Rodrigues da Cunha, os filhos, Alzira (Jose Nilton), Marcos (Izinha) e Cecília (Luiz Renato), seis netos e dois bisnetos, irmãos, sobrinhos, dentre outros que formam a grande e tradicional família Rodrigues da Cunha. E para toda Sacramento, um grande legado de exemplos, amizade e trabalho em prol do município e da classe rural.
O Sindicato dos Produtores Rurais de Sacramento, fundado por José do Pandó, deve a Moreno a sua reativação, no início dos anos 60, depois de alguns anos de inatividade. A partir de então tornou-se um dos maiores representantes e defensores da classe, nos 21 anos como presidente da instituição (21/7/63 a 26/12/84), período em que realizou importantes conquistas para a classe.
Em 1976, Moreno trouxe o escritório do FUNRURAL e do Escritório de Aposentadoria do Produtor Rural; deu assistência médica à classe rural; a contratação do executivo sindical com colaboração da FAEMG e foi um dos principais responsáveis pela construção do Armazém da CASEMG no município.
Foi ainda, dentre outros, um dos ativos membros da Associação dos Criadores de Gado Leiteiro de Sacramento e incentivador de eventos para a classe e também membro de diretorias de entidades beneficentes da cidade. Ou seja, foi um homem presente e atuante na vida social e filantrópica da cidade.
Homem de fino trato, mas sempre dedicado à vida rural, Moreno era proprietário da Fazenda Estiva, onde se dedicava há muitos anos a criação de gados de corte e leiteiro e às culturas de soja e cana-de-açúcar.
Pela sua atuação e serviços prestados à comunidade Moreno recebeu do jornal O Estado do Triângulo, em 1975, o título de Personalidade do Ano, na primeira edição que o jornal iniciou essa escolha. A cidade outorgou-lhe a Comenda da Ordem de Nossa Senhora do Patrocínio do Ssmo Sacramento, através do então prefeito, José Alberto Bernardes Borges; recebeu várias homenagens do Sindicato Rural e o Mérito Legislativo 'Dr Clemente Vieira de Araújo'.
...e infarto mata Evaldo aos 63
O empresário rural, Evaldo de Carvalho 64 morreu às 21h30, do dia 6 de janeiro, no Hospital S. Marcos, em Uberaba, onde estava internado desde o dia 4, para ser submetido a uma cirurgia de aneurisma da aorta abdominal. O estado complicou no dia seguinte por conta de uma trombose na perna. Os rins pararam de funcionar e, quando foi fazer hemodiálise teve uma parada cardíaca, que culminou em infarto agudo do miocárdio.
No Velório Maurício Bonatti, Evaldo foi velado por familiares e um grande número de amigos e sepultado às 14h, no Cemitério S. Francisco de Assis, após as exéquias proferidas por Pe. Vanildo Massaro Brito. Evaldo deixa a esposa Sandra Manzan Carvalho, os filhos Geraldo Majela (Vívian), Liena e Getúlio Majela e uma neta, Helena.
Nascido na fazenda Cocal, no município de Conquista, filho de Adail e Leonez Vitória de Carvalho, Evaldo cresceu com outros nove irmãos. Um homem do trabalho, desde os tempos de menino, nas lidas rurais. “Os irmãos levantavam às 3h da madrugada e se dirigiam para uma fazenda onde trabalhavam. Quando eles retornavam daquela primeira lida da manhã, nós, que morávamos próximos ao sítio deles, ainda estávamos dormindo. Era quando papai nos acordava: 'Vamos levantar, meninos... os filhos do Adail já chegaram pra trabalhar e vocês aí deitados'”, lembra a esposa Sandra, nessa época ainda uma adolescente.
De acordo com a esposa, apesar dos problemas de saúde e de ter feito cinco cirurgias, Evaldo foi um trabalhador contumaz. “Trabalhou muito, muito, depois veio para a cidade, a convite do irmão, Valmir, para comprar, em sociedade, o Bar do Ledo”, relata Sandra, que o conheceu na comunidade do Cocal.
Destaca mais a esposa, ainda emocionada pela dor vivida, a educação que Evaldo teve da família. “Ele teve uma educação muito esmerada, todos eram muito educados e muito religiosos. Trabalhavam muito, mas tinham muita fartura em casa. Ele e os irmãos estudaram em Guaxima e ele sempre contava os 'causos' do tempo da escola e lembrava muito da professora Narcisa. Estudou até a 4ª série, mas era muito inteligente, poucas pessoas até com mais estudos que ele, não tinham seu conhecimento adquirido com quatro anos de estudo”, conta e se emociona ao relatar a religiosidade de Evaldo. “No caminho para a escola em Guaxima, ele levava o terço e ia rezando com as crianças dentro da charrete”.
Sandra e Evaldo começaram o namoro em 1971 e se casaram em 1976. “Vivi uma vida com ele, porque nos conhecíamos desde criança, começamos a namorar eu tinha 14 anos, fiquei noiva aos 15 e em 1976 nos casamos, completamos 40 anos de casados, no dia 11 de dezembro”.
A partir da vinda de Evaldo para a cidade, ele e Sandra alternavam o dia a dia entre a cidade e a fazenda, até que ela iniciou o comércio. Mas logo Evaldo começou a apresentar problemas de saúde. Essa seria a quinta cirurgia a que Evaldo se submeteria, a primeira em 1994.
Mas de acordo com Sandra, Evaldo encarava tudo com coragem, sabia que a cirurgia seria de risco, mas enfrentou, apesar da preocupação da família. “A gente pedia, mas ele dizia que queria ficar bom pra voltar a trabalhar. Não gostava de ficar parado. Minha maior tristeza é que ele deu conta, correu bem a cirurgia, eu queria que pelo menos ele tivesse vencido, mas morreu dois dias depois... Foi um grande marido, atencioso, carinhoso”, recorda com amor.
A filha Liena define o pai com três palavras, papai era uma pessoa “alegre, festiva e amiga... Estava sempre com um sorriso no rosto, adorava cantar, era brincalhão com todos. Enfim, era um paizão, amigo, bondade em pessoa”, afirma, e Sandra ressalta que a neta Helena era louca com o avô. “Ela ia chegando e já pedia pra ele sentar e cantar com ela...”