Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Valmir Carvalho morre aos 66 anos

Edição nº 1528 - 29 de Julho de 2016

O sitiante Valmir Carvalho morreu na tarde da quarta-feira 20, ás 12h30, no Hospital São Domingos, em Uberaba, para onde foi encaminhado na tarde da segunda-feira 18, após ter sido encontrado, desacordado, pelo empregado, próximo a uma cerca de arame, em sua propriedade, por volta das 13h30.
Avisada pelo funcionário a família chegou logo ao local, onde encontrou vizinhos da propriedade tentando reanimá-lo. Trazido às pressas para a Santa Casa, dada a gravidade de seu estado, foi encaminhado para Uberaba, onde veio a óbito, vítima de AVC.
 De acordo com a esposa, Maria Aparecida Zago, Profa. Cida, Valmir estava bem. “Uma semana antes ele fez vários exames e estava bem. Saía para o sítio sempre de manhã. Naquele dia, ele pegou o sal na loja do Pedro às 7h30 e foi para o sítio, onde estava fazendo uma cerca. Ninguém sabe o horário que ele passou mal. Como o morador do sítio trabalha fora, Valmir só foi encontrado às 13h30”, contou, ressaltando que seu estado era crítico quando chegou à Santa Casa. 
“- Quando foi encontrado seu quadro já estava bem comprometido. Os médicos da Santa Casa fizeram tudo para reanimá-lo, mas em vão, seu estado era grave...”, conta mais a esposa, lembrando que não se preocupou com o horário, pois Valmir chegava sempre para o almoço por volta das 14h. “Quando recebi o telefonema do funcionário do sítio, eu estava esperando-o para o almoço. Era o horário que ele chegava, pois levava um lanche, frutas e voltava sempre por volta desse horário”, conta Cida, emocionada, ainda muito sentida com a morte precoce do marido.
O corpo de Valmir foi trasladado para Sacramento, velado por centenas de amigos e familiares e, após as exéquias proferidas por Pe. Ivanildo, foi sepultado às 9h da manhã da quinta-feira 21, no Cemitério S. Francisco de Assis.

 

Valmir deixa um grade legado de trabalho,  de amigos, de família

Em 20/12/1949 nascia Valmir Carvalho,  na Fazenda Cocal, propriedade de seus pais, Leonez Vitória e Adail de Carvalho, onde viveu sua infância com muito esforço e trabalho junto com seus nove irmãos.
Aos 16 anos Valmir veio para a cidade para estudar. Morava numa pensão e trabalhava no armazém de Armando Vicentini, até que, na década de 70, surgiu a oportunidade de comprar o Bar Santa Terezinha,  mais conhecido como o Bar do Ledo, a quem sempre foi muito grato, pois foi a partir dessa primeira oportunidade, que começou a construir seu patrimônio. Valmir iniciou no bar em sociedade com  Pedro Jasmar, depois com seu irmão, Evaldo Carvalho, e, finalmente, se tornou proprietário único do bar.
Formado em Contabilidade, Valmir contava aos s filhos que os colegas de escola faziam seus trabalhos em troca de pedaços de bolo no bar. “Papai tinha uma memória privilegiada, sabia matemática como poucos,  Valmir fazia todas as suas contas de cabeça, nunca usou calculadora”, destaca a filha Franciele.
Aos 27 anos, em 1976, Valmir se casou com Maria Aparecida Zago e passou a trabalhar no ramo da pecuária. Tempos depois vendeu o bar e passou a se  dedicar somente à pecuária. “Ele começou a tirar leite e vender na cidade. Tinha seus pontos de parada e a clientela se reunia pra comprar o leite que ele trazia com seu Fusca e sua carretinha, memória marcante pra família e para todos aqueles que o conheciam”, recorda Cida.
Em 1983, Valmir sofreu um grave acidente, mas com muita fé e força de vontade se recuperou e seguiu trabalhando. Mas de acordo com a esposa, sempre atento à saúde. Graças a seu esforço e sempre seguro de suas contas, construiu seu patrimônio aos poucos e, até algumas semanas atrás fazia negócios. Para a família, “Valmir o foi um homem de fibra, amigo, a quem todos podiam recorrer em tempos difíceis. Muito alegre e grande contador de histórias era muito crítico com todos, não deixava nada passar”.
Ao lado da companheira de todas as horas, Valmir construiu uma família muito unida e alegre, cinco filhos: Aracele (Henrique), Fernando, Franciele (João), Mariele (Iran) e Rodrigo e cinco netos que eram o seu xodó. Para a família deixa um legado de amor, exemplo e saudade. Para as pessoas amigas e conhecidas com quem conviveu deixa o exemplo de trabalho, de homem íntegro e amigo. Fica a saudade.