Waltrudes Batista, de Uberlândia, o novo coordenador regional do Amor Exigente (AE) esteve em Sacramento nessa segunda-feira 13, participando da reunião do grupo local, coordenado na cidade por Maria Madalena Fraga Braz.
Acompanhado da esposa, Mary Angelli, Batista falou ao ET, explicando o objetivo da visita. “Assumimos recentemente a coordenação regional e estamos visitando todas as cidades onde temos o Amor Exigente, e Sacramento é uma delas, então, é momento de conhecermos os grupos da regional e nos colocarmos à disposição para o que necessitarem”, justificou.
De acordo com Batista, a regional AE atende atualmente nove cidades. Além de Uberlândia, a entidade está presente em Araguari, Frutal, Patos de Minas, Patrocínio, Sacramento, Uberaba e Catalão (GO) informa, lembrando que todos são voluntários no trabalho de combate às drogas, demais vícios e distúrbios comportamentais. Ele não sabe ainda precisar quantas famílias participam do movimento na regional, mas revela que em Uberlândia, uma média de 50 famílias, porque a rotatividade é grande, participam semanalmente das reuniões.
Questionado sobre a posição do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que defendeu recentemente a legalização da maconha como “forma de aliviar a crise no sistema penitenciário brasileiro”, e se a medida desse certo, faria o mesmo com a cocaína, Batista opinou: “Vejo aí duas questões. Primeiro, o ministro, com certeza, não tem ninguém com problema de dependência química na vida dele, porque se tivesse, jamais defenderia isso. Segundo, se ele for tirar todo mundo que está envolvido com droga da cadeia, ele terá de tirar o criminoso, o ladrão, o corrupto, etc. Quem ficará lá? Porque as drogas acarretam tudo isso. O caminho não é esse. O ministro com o poder que ele tem, foi muito infeliz em dar essa declaração. Ele tem que mostrar caminhos, incentivar os governantes a trabalharem a prevenção”. Países...
“Há estatísticas que provam, que países que investem na prevenção de fato, a redução da criminalidade é considerável”, afirma Batista, destacando ainda a questão da família como uma das responsáveis pelas drogas. “Estudos apontam, e podemos constatar, com essa experiência de todos esses anos que estamos trabalhando no AE, que um dos fatores principais das drogas é a desestrutura familiar. A instituição família no Brasil está doente, ela tem que voltar a exercer o seu papel de família. A estruturação da instituição família tem que ser restabelecida em nossa sociedade”, alerta.
Falando sobre o apoio governamental em relação às instituições públicas e privadas que cuidam da recuperação de dependentes químicos, Batista foi enfático ao afirmar que o governo de um modo geral deixa muito a desejar. “90% das clínicas de recuperação são particulares”, afirma, ressaltando que há uma burocracia tremenda quando alguma família quer internar alguém em alguma clínica via SUS.
Para Batista, as pessoas que abrem instituições como a Fazendinha Bom Pastor (NATA), em Sacramento, são pessoas abençoadas. “Existem muitas instituições assim e que sobrevivem de doações, pequenos recursos e são trabalhos louváveis, porque nessas fazendinhas os internos trabalham, produzem e elas funcionam”.
A voluntária Mary Angelli também não mede esforços em estar ao lado de Batista na coordenação do movimento. “Espero sempre poder ajudar na funcionalidade da família, onde o pai exerce sua função, a mãe exerce sua função, os filhos igualmente, havendo assim uma funcionalidade da família, com todos ocupando seus devidos espaços e suas funções. Com essa unidade entre os membros haverá diálogo, compreensão, cumplicidade, cooperação, amizade e autoridade que é o que os pais devem ser na vida dos filhos”, ressalta.