O adolescente Antonio Claret Scalon Neto (foto)14 é exemplo de força de vontade e superação para as pessoas obesas. Aos 14 anos, ele decidiu sozinho, que iria emagrecer. “Eu estava pesando quase 130 kg e, em junho do ano passado, não sei o que me deu, que acordei e minha irmã estava indo pra academia e decidi ir com ela. Uma semana depois ela parou, mas eu continuei e passei a gostar cada vez mais. Em março último, nove meses depois, eu estava nos 70 kg”, explicou, ressaltando que, além de 'fechar a boca', faz muito exercício.
“- Foram oito meses de exercícios físicos, jogos de basquete com o Prof. Djé, no poliesportivo e reduzi muito a comida. Eu comia muito, era muito doce. O café tinha quase 'dois quilos de açúcar' de tão doce e ficava o dia inteiro deitado, com o computador no colo ou perto da cama. Quando comecei a dieta e os exercícios, comia uma banana pela manhã; no almoço, muita salada, carne e feijão. No lanche, uma fruta e, no jantar, mais salada. No começo eu sentia fome, mas depois me acostumei e continuo até hoje com os exercícios e o basquete, caminhada e natação”.
Resultado: o menino balofo, com os peitinhos dobrando em cima da barriga desapareceu. Hoje Neto tem um porte atlético e se sente muito melhor. “Antes eu não conseguia nem correr. Moro ao lado da minha escola, a Sinhana Borges. E me sentia cansado quando ia pra escola. Hoje, todos os dias, eu vou do Maria Rosa para a Praça de Esportes, o Poli, pra onde tiver de ir, tudo a pé e não sinto cansaço. Tudo isso pelos 60 kg a menos”, reconhece.
Hoje, Neto confessa que se sentia constrangido com o excesso de peso. “Eu nem conversava com os amigos... Com as meninas, então, nem pensar. Não saía. Eu ficava sem muito jeito, tinha medo de zoeira. E hoje estou muito mais feliz...”
A mãe, Karla Schiffini Silva Scalon, que teve de se virar com as roupas para o filho, explica que em nenhum momento Neto usou remédio, nem teve acompanhamento médico. “Remédio nenhum, nem médico, tudo força de vontade dele”, explica, admitindo que ela foi a culpada da gordura do filho.
“- Eu ficava com medo de ele ficar com fome e dava muita comida, deixando-o comer quando quisesse. Deixei o computador próximo à cama para facilitar para ele. Mas eu sempre cobrava pra ele não ficar deitado o dia inteiro. Mandava fazer caminhada, falava que precisava emagrecer. Até que um belo dia ele falou: 'Quando vocês pararem de me encher o saco, eu emagreço'. E, de fato, não sei que bicho o picou à noite, que ele resolveu mudar de vida. E dei todo o apoio. Ninguém falava nada, não cobrava. Estou muito orgulhosa pelo esforço dele”, conta, feliz da vida.
Mas neto conta também que o avô Polaco o desafiou. “Quando comecei a emagrecer, tinha perdido quase seis quilos, meu avô falou que eu não chegaria nem aos 20 quilos. E me disse que a cada dez quilos que eu emagrecesse eu ganharia R$ 50,00. Ele duvidou e ganhei dele R$ 300,00”. E, Neto deve muito à irmã Marcela que, apesar de desistir da academia, deu muita força ao irmão. “Ela saiu da academia, mas me incentivava, me lembrava os horários...”
Finalizando, Neto deixa um recadinho para a galera de sua idade e a outros obesos. “A gente consegue, é só querer. Se a gente segue uma dieta equilibrada, mesmo que seja do nosso jeito, mas tem vontade, a gente consegue. Acho válido também o trabalho e o acompanhamento do nutricionista, mas eu conseguiu com meu próprio esforço”, afirma.
Mas Karla alerta para a importância de as pessoas procurarem especialistas. “Neto é muito sadio, nunca teve problema, nada. Ele decidiu, deu o primeiro passo e foi em frente, Mas, as pessoas de modo geral devem procurar um médico, fazer acompanhamento com nutricionista... Vai que tenha uma doença”, alerta.