Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Quando a solidariedade fala mais alto...

Edição nº 1442 - 28 Novembro 2014

Quando a solidariedade fala mais alto, pessoas como Janaika Aparecida Hamilton, 26, são beneficiadas. E foi exatamente isso que Lourival Hamilton vivenciou no domingo 23, na galinhada beneficente para adquirir uma cadeira de rodas para a filha, Janaika, que sofre de epidermolise bolhosa. 

“- É muita alegria e muita gratidão por todos que nos ajudaram, quer com ingredientes  para a galinhada, com dinheiro ou comprando ingressos, assim como agradecemos também aos cozinheiros que vieram como voluntários. Foram mais de 300 ingressos vendidos,  dá para comprar a cadeira e sobra para os remédios. Só posso dizer, Deus lhes pague, a todos, por tudo, tudo”, agradeceu o pai, emocionado.   

Janaika Aparecida Hamilton é uma jovem de 26 anos que, decidida a salvar vidas fez o curso de Técnico em Enfermagem, trabalhou na Santa Casa de Sacramento por dois anos, transferiu-se para Uberaba para prosseguir os estudos na área e, já trabalhando no Hospital São Marcos, apareceram os primeiros sinto mas da doença. 

“- Apareceu uma bolha, tipo uma queimadura,  no braço, a bolha veio a furo e secou. Só que depois apareceram bolhas nos pés e continuou. Nós a levamos nos médicos, até dermatologistas e eles a encaminham para Ribeirão Preto e lá, depois de consultada por uma junta médica, veio o diagnóstico, Janaika foi acometida de uma doença raríssima, a epidermolise bolhosa”, conga Lourival.

De acordo com informações da junta médica, a doença, por enquanto não tem cura. Janaika deve sempre estar sob os cuidados médicos. “As bolhas começam a secar e no mesmo lugar aparecem outras e a dor é insuportável. Ela teve de deixar a faculdade e ficar em casa”, explica Lourival, que é vigilante de madeireira em Sacramento.  Janaika mora com a mãe em Uberaba. 

A lua da família se estende também para o pagamento dos remédios que são muito caros. “Conseguimos alguns medicamentos, porque o governo não fornece todos os medicamentos fora a burocracia que retarda a doação. Para se ter uma ideia, demorou um ano e oito meses para a liberação da  insulina completa, porque ela é diabética. Ela usa uma pomada, um tubinho pequeno,  que dá pra uma semana, custa em torno de R$ 45,00, além de outros remédios que não tenho os nomes aqui”, explica o pai.

A cadeira de rodas que Lourival vai comprar para a filha vai ajudar muito na sua locomoção, pois devido as bolhas, ela perde força nas pernas. E  ela tem que ir ao médico em Ribeirão Preto e também ao Hospital do Pênfigo, em Uberaba, onde ela faz acompanhamento com  duas médicas e essa cadeira especial vai ajudar muito na sua locomoção”, justifica. 

Maria Madalena Silva, atendente de enfermagem na Santa Casa há 19 anos, ajudando na organização da  galinhada, relata que trabalhou com Janaika na Santa Casa e que foi uma convivência muito boa com todos. “Janaika é uma pessoa muito alegre, extrovertida, muito solícita, tratava os pacientes com muito zelo e carinho. Aí,  foi para Uberaba trabalhar no São Marcos e estudar pra ser enfermeira e agora está doente”.

Por conta do tratamento, Janaika vai estar sempre precisando de ajuda. Quem puder ajudar, basta ligar para o seu pai, Lourival Hamilton, e oferecer o que puder, através do telefone, 9210-5720 (Tim).

 

Sobre a doença

Epidermólise bolhosa é uma doença de pele, de origem genética. Segundo estudos,  a causa é a mutação e alteração dos genes. Essas alterações genéticas afetam componentes específicos da zona da membrana basal na junção entre a epiderme e a derme.  Não é doença contagiosa. A principal característica é o aparecimento de bolhas, semelhantes às das queimaduras. Ainda não se conhece a cura para a epidermólise bolhosa. O tratamento é multidisciplinar e voltado  para o alívio da dor e para evitar o agravamento das lesões. É uma doença rara, com uma incidência de 1:50.000. 

(Fonte: Dr. Dráuzio Varella)