Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Os 93 anos de Lazinha

Edição nº 1414 - 16 Maio 2014

Jorja Antônia da Silva, mais conhecida por Lazinha,  recebeu o carinho de familiares e amigos no dia 13 de maio, data em que comemorou seus 93 anos e pousou para a foto ao lado da bisneta, Jéssica Nayara, que na mesma data completou 20 anos, motivo para festa dupla em família. Viúva de Benedito Pereira da Silva (falecido há muitos anos), Lazinha criou cinco filho, dois dos quais de saudosas memórias, e hoje recebe o carinho dos filhos Joana Aparecida, Eurípedes  e Zilda Inês; dos três netos: Elaine Cristina, Patrícia Renata e Herbert Estefânio e, dos bisnetos Gustavo, Jéssica, Gabriela, Adilson, Cauê, Shofia e Paulo Victor,  demais familiares e amigos.  

 

Uma vida cheia de recordações...

Natural de Conquista, dona Lazinha nasceu no dia 13 de maio de 1921 e recebeu a visita do ET, oportunidade em que mostrou toda a lucidez dando boas risadas ao recordar fatos passados. E antes de começar a falar das recordações, dá a receita da longevidade. “Acho que é a cervejinha que eu gosto de tomar no final de semana e do cigarrinho”, disse sob uma gostosa risada, contrariando tudo o que a medicina recomenda. “Não é muito, mas todo domingo tenho que 'molhar o bico' e gosto de uns traguinhos de cigarro. Eu comecei a pitar cigarro de palha era criança ainda. A gente trabalhava na roça e meu pai fazia o cigarro pra espantar os borrachudos”, justifica. 

Criada no eito das roças, Da. Lazinha, lembra a vida difícil. “Eita que a  vida era difícil... A gente trabalhava na roça, chegava em casa,  eu e o meu irmão Sebastião íamos limpar arroz no pilão pra fazer comida pra levar pra roça. A gente socava café, torrava, moía. Não era fácil,  não. E morei na Conquista até casar, aí mudamos pra Sacramento, depois pra Goiás e quando voltei e finquei pé aqui me Sacramento, onde criei os filhos”. 

Pensar que depois do trabalho duro da roça, Lazinh foi descansar, ledo engano. “Na cidade, trabalhou como cozinheira nos restaurantes do João Zago, Cinelândia, Hotel do Comércio, Churrascaria Gaúcha e no Seminário do SSmo. Redentor. “Sou aposentada em forno e fogão, aposentei lá no Seminário, no tempo do Pe. Elias. Eu trabalhei demais na vida, só que nunca fiquei rica”, diz, com uma boa gargalhada.  

Outra boa lembrança de Lazinha são os antigos carnavais, no Cordão da Conceição. “Gente, vou falar, a nossa turma era a mais animada da cidade, a Conceição, o Azor e o povo deles, a Tota e a Dita minhas irmãs, e muita gente que nem sei mais os nomes. Nós éramos demais. A gente aprontava lá em casa. (Havia um beco, em frente a loja Zandonaide, onde havia algumas casinhas, em uma delas morava Lazinha) . E subíamos lá pra Gameleira (onde é a UBS Aracy Lopes Pavanelli) e era bom demais. Tinha também o cordão do Bigico, que era rival (risos). A gente não combinava, éramos rivais no carnaval, porque o nosso cordão era fogo, quando a gente pingava na rua,  todo mundo cantando, a cidade fechava. E o bom é que a gente ia passando nas casas dos ricos  lá no centro, no Fozo da Corália, no Ferrúcio, no Marquezinho, o povo abria as casas pra nós...”, recorda.

Ao lembrar da morte de Conceição, a amiga Lazinha se emocionou. “Nem gosto de me lembrar disso, meu irmão Barbosa cantou pra Conceição,  quando ela faleceu...”. E diz mais: “Depois fomos para o XIII de Maio e continuamos fazendo o carnaval todo ano. Depois as coisas foram mudando, mas só sei que aproveitei demais a vida. Trabalhei muito, mas aproveitei bem a vida...”, reconhece.

 

Pois é, dona Lazinha, a  música do rei Roberto Carlos, 73 anos completos no último dia 19 de abril, serve bem para a senhora pelas lições de vida: “Esses seus cabelos brancos, bonitos, / Esse olhar cansado, profundo/ Me dizendo coisas, um grito / Me ensinando tanto, do mundo.../ E esses passos lentos, de agora/  Caminhando sempre comigo / Já correram tanto na vida... / Sua vida cheia de história / E essas rugas marcadas pelo tempo / Lembranças de antigas vitórias / Ou lágrimas choradas ao vento... / Seu passado vive presente / Nas experiências contidas / Nesse coração consciente / Da beleza das coisas da vida...”. Parabéns!

 

E o irmão, Sebastião, completa 95 anos

Sebastião Antônio da Silva (foto) comemorou 95 anos no dia 12 de maio (12/05/1919) ao lado dos familiares, que no dia seguinte se reuniram para abraçar a tia Lazinha (Jorja Antônia da Silva), pelos 93 anos, que contou boas histórias.  Os irmãos, Sebastião e Lazinha, pelas suas limitações inerentes à idade, não se encontraram, mas com certeza guardam as lembranças vividas juntas. 

Sebastião é viúvo de Maria Palmira da Silva, pais de 12 filhos, cinco dos quais falecidos: José, Helena, Eurípedes,  Maria, Belcholina;  e hoje recebe o carinho, cuidado  e zelo  dos demais filhos: Antônio,  Suely, Badá, Vaninha, Maria Aparecida (Cida), Conceição, Bel,  além dos 19 netos,  26 bisnetos, também um tataraneto e mais um que  chegará nos próximos dias.  Uma família e tanto para tão longa vida, moldada pela honradez, exemplos e honestidade. 

 

Tarefa bem cumprida a de Sebastião e Lazinha, que merecem ter a data  registrada no sanais da história da cidade.  Parabéns!