Renato Mecca, 33, está internado em Ribeirão Preto desde o dia 7 de março, depois de enfrentar uma viagem de 31 horas de Cingapura ao Brasil, num avião comercial adaptado com uma UTI móvel, o que só foi possível graças a doações angariadas pela família e amigos e verba do Itamaraty, que pagou as passagens - R$ 119 mil, conforme o divulgado na internet.
Renato, que viajou acompanhado do irmão mais novo, o fisioterapeuta Guilherme Mecca desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) por volta das 15h, e seguiu numa aeronave menor, também adaptada, para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP), onde chegou às 18h.
Em Ribeirão Preto, Renato foi recebido por familiares e amigos, dentre eles sua mãe, a professora aposentada Maria Beatriz Cordeiro Mecca, que emocionada declarou à imprensa: “Eu não estou dando conta de raciocinar, está parecendo que não é verdade. Rezei muito hoje, já agradeci a Deus por tudo”, disse.
De acordo com Beatriz, o fato de seu filho ser uma pessoa muito ativa ajudará na sua recuperação e acredita que ele não terá problemas para voltar a andar, porque sua medula não foi prejudicada, “Os movimentos ele recupera depois. O médico que fez a cirurgia nele [em Cingapura] acha que não houve ruptura da medula. A grande esperança é essa. Mas alguns fragmentos de ossos tiveram que ser pinçados dela e ficou o hematoma. Teremos que esperar o corpo absorver o edema”, disse Beatriz.
De acordo com a mãe, Renato permanece na unidade de terapia intensiva do HC pelos próximos dias. “Estarei em Ribeirão nesse período para acompanhar tudo de perto. Ele está consciente, mas tem dificuldades para falar por conta de uma traqueostomia. O diafragma dele ainda está paralisado, ainda precisa de um respirador", explicou.
Para a família, o mais difícil já foi superado. "Além de grande e forte, ele tem uma força interna surreal, ele vai sair dessa com certeza", disse a irmã professora, Andreia Mecca, 24.
Para trazer Renato para o Brasil, a mãe Maria Beatriz lançou uma campanha para angariar fundos e recebeu adesão e apoio de muita gente. Amigos, familiares e voluntários realizaram diversas ações para arrecadar donativos para a viagem. No final de fevereiro, o Itamaraty divulgou que o governo brasileiro custearia parte das despesas com o translado, as passagens, e que o restante seria pago pela família com recursos arrecadados durante a campanha.
De acordo com a imprensa virtual, até o último levantamento divulgado, as doações haviam alcançado R$ 106 mil. Através da imprensa, Maria Beatriz agradeceu as doações. “Eu não tenho como precisar quanto conseguimos, mas encerramos as campanhas e agradecemos a todos. Vamos sortear os prêmios das rifas que foram vendidas e acabou. A gente vai publicar todas as notas com tudo o que pagamos, inclusive fora do país. Graças a Deus deu tudo certo”, disse. (Fonte: Imprensa do Estado de São Paulo/adaptação)
Mãe explica a chegada do filho
Em emeio à redação do ET, Maria Beatriz Cordeiro Mecca, mãe do Prof. Renato Mecca, narra como foi o traslado de seu filho até Ribeirão Preto. Veja nas suas palavras:
“- O Renato chegou ao Brasil no dia 07/03, após uma viagem de 31h. Saiu de Cingapura, em um avião adaptado com uma UTI, na quarta-feira, fez escala em Barcelona para abastecer a aeronave, chegando em São Paulo às 15:10 h da quinta-feira. Um voo especial direto.
Após analise da saúde física do jovem e comprovada a estabilidade dos parâmetros cardíacos e respiratórios, os médicos concluíram que seria tranquilo continuar a viagem, agora em um avião menor, fretado pela UNIMED de São Carlos, até o seu destino: Hospital da Clínicas de Ribeirão Preto. Duas equipes médicas monitoraram o traslado: uma de Cingapura e outra do HC da USP. A primeira veio até São Paulo e retornou, no dia seguinte, à Cingapura. A segunda, no entanto, continuou a viagem até Ribeirão Preto.
Esperando no aeroporto, havia uma ambulância, também da UNIMED de São Carlos, para leva-lo ao HC.
O Renato chegou ao hospital às 18:30h. Entrou por um portão de emergência e foi o mais rápido possível para a UTI. A família não pôde ver a chegada da ambulância, uma vez que a entrada dele teria que ser feita por um portão especial. Entretanto, a família ficou defronte à UTI esperando-o sair do elevador: Foi um encontro emocionante e indescritível.
Hoje, após seis dias de sua chegada, Renato permanece internado na UTI: respira através de aparelhos e se alimenta, parte por vias normais, parte pela sonda. Segundo os médicos, ainda não se definiu a extensão da lesão medular e, portanto, não há um prognóstico.
Renato está lúcido e feliz ao lado de sua mãe, que mesmo não podendo ficar com ele todo o tempo, lhe faz companhia sempre que pode, e de seus familiares que se revezam para vê-lo.
Orações e vibrações positivas serão necessárias para tirá-lo da UTI. Rezem conosco !!!
Obrigado á todos,
Família Cordeiro Mecca