Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

As Personalidades de 2013

Edição n° 1346 - 25 Janeiro 2013

Os irmãos Loyola, Geraldo, 89, Antônio, 84 e José, 76, são três exemplos de retidão e trabalho na cidade, onde nasceram, cresceram, se casaram, criaram família e aqui sempre trabalharam com afinco e denodo; e venceram... É como bem diz o mais longevo dos três: “Entrei varrendo e saí sócio...”. Aliás, todas as personalidades que enfocamos nesta página são exemplos dessas virtudes. Podemos dizer o mesmo dos caminhoneiros, Romeu José de Oliveira e Sebastião Rezende, assim como, deste grande artesão, Oscar Raul Cardoso. Razão de serem homenageados com o título de Personalidade do Ano, uma iniciativa deste jornal que se iniciou no ano de 1972 e, desde então vem, anualmente, prestando essa singela homenagem a esses sacramentanos ou não que se destacam em nossa comunidade. A partir desta edição, o leitor vai conhecer um pouco da história de cada um de nossos homenageados.

 

Geraldo, Antônio e José

 

 

Se for prá cantar dá um trio e tanto, se for prá contar histórias, haja laudas... Em 2012, a empresa que fundaram, Irmãos Loyola Ltda, comemorou o seu cinquentenário. Filhos de Ignácio Amaro de Loyola e Ana Barbara de Carvalho Loyola, Geraldo, o mais velho, Antonio o do meio e José, o caçula  nasceram na fazenda Aldeia na região da Jaguara e ali cresceram junto com os outros cinco irmãos, Elias (Déa), Air (Beta), Inácio (Derly), Nair - irmã Bartolomeia e Agnes. Família que rendeu mais de 20 netos e vários bisnetos que continuam fazendo história na cidade. 

Geraldo é casado há 64 anos com Leonide Vicentine Loyola, pais de quatro filhos  Rita, Maria do Carmo (Pama), José Amaro e Toninho e Ângelo, Antônio viúvo de Aparecida Cerchi Loyola, a esposa de 44 anos de vida a dois e juntos criaram os filhos  Virgínia,Tomaz, Maria e Maria Abadia  e,  José, casado com Iracy Silva são os pais de Maria Emília, Ana Maria e André.  Mas o que uniu os irmãos,  além dos laços de sangue, foi a atividade profissional   a que se dedicam desde 1972: beneficiamento, comércio e exportação  de café.

São 50 anos de trabalho juntos na empresa Irmãos Loyola, mas não foi fácil. As coisas não vieram de graça, nem, como diz o ditado, “de mão beijada”. Tudo foi fruto de muito trabalho, muito esforço, muita persistência e, sobretudo, honestidade.  Nesta edição, você vai conhecer um pouquinho de sua história. 

 

 

Seu Oscar Artesão

 

 

Oscar Raul Cardoso, 72, é uma daquelas pessoas que dão prazer de serem ouvidas pelas suas convicções, “causos”  e histórias de vida, muitas vezes sofrida, porém muito feliz e bem vivida.  Natural de Campo Belo (MG), Oscar é o filho caçula de Maria Sudária de Jesus e Raul Cardoso, pais de nove filhos. O título de cidadania ainda não veio, mas diz que se considera sacramentano há muito tempo. “Amo tanto esta terra, que me considero já de casa”, diz na sua simplicidade. 

A família de Oscar era grande... Como ele justifica, “naquele tempo não tinha televisão, né” - e dá uma boa gargalhada – “Mas eu sou o caçulinha”. Ainda em Campo Belo perdeu o pai, aos sete anos mudou-se para Campos Altos e virou candeeiro de carro de bois...

“- E a gente trabalhava enquanto tivesse claridade. Íamos capinar e enquanto enxergava o mato a gente estava lá. Como é que ia estudar?  Luz elétrica não tinha, a gente chegava cansado, passava uma água nos pés, nos braços e na cara, comia  e ia dormir,  porque quando o galo cantava a gente levantava. Era uma vida sofrida”, recorda.

Mudando daqui prá li, um dia parou em Peirópolis e iniciou na arte de construir miniaturas de máquinas e equipamentos, instrumentos e veículos que um dia conheceu ou trabalhou ainda quando criança... Nos anos 90, o artesão fez porto seguro em Sacramento e desde então se revela o exímio artesão que constroi monjolos, carros de boi, 'trapizongas'... e vem encantando com sua arte em diversas exposições.  

O Romeu da Rodomeu
Romeu José de Oliveira, 47, é um daqueles sacramentanos que acreditaram e foram à luta. Filho de Eurídice (Negrinha)  e  Anicácio Afonso de Oliveira, Romeu é o caçula de quatro filhos. Os estudos foram poucos, até a oitava série, mas suficientes para dar-lhe tino para os negócios que viriam. 
Apaixonado por caminhões, cedo, Romeu começou na linha de leite com o pai. Aos 13 anos assumiu sozinho uma linha, fazendo sociedade com o pai. “Naquela época não era muito cobrado esse negócio de carteira”, diz justificando sua ousadia, que começou transportando 400 litros de leite da região de Conquista para o Laticínio Scala, para quem sempre trabalhou. 
Um Belo dia comprou sozinho seu primeiro caminhão de leite e não parou mais, até criar a Rodomeu e adaptar-se às exigências da lei e trocar toda sua frota por caminhões tanques refrigerados. “A granelização começou em 1998 e foi bom prá todo mundo”, diz hoje comparando com a dificuldade em carregar os latões. 
Hoje, a Rodomeu tem 46 funcionários, uma frota de 24 caminhões, dos quais, 15 percorrem 4.200 Km por dia transportando 220 mil l de leite, e os demais transportando ração Scala. 
Você vai conhecer a bonita história de Romeu, Personalidade do Ano de 2012, nas próximas edições. 
Bastião Rezende
Sebastião de Paula Rezende, 71, sacramentano de coração e de título, é natural de Delfinóplis (MG). Chegou por essas bandas nos belos anos 60, cabeludo, a exemplo da 'jovem guarda' da época.  Também começou sua vida profissional como ajudante de leiteiro, ao lado do pai, Joaquim Bernardes  de Rezende casado com Maria de Paula Borges.  
Ao completar 18 anos ganhou o mundo. “Fui buscar serviço em Cássia, depois Franca, São Paulo, Igarapava e, finalmente, Sacramento, onde finquei raízes. Puxei leite prá Conquista e Igarapava, depois resolvi mudar de profissão.  Trabalhei com Ariosto Bianchi, na Urbial, na Cemig, na Mendes Jr. até comprar meu primeiro caminhão, um Ford F 600, em 1966. E ganhei a estrada...” – conta, lembrando que suas viagens a Porto Velho e Rondônia demoravam até 45 dias. 
Mas uma coisa é certa, o caminhão foi o início do que é hoje a grande empresa de transportes da cidade, a Transportadora Luandri, que começou como Transrezende transportando café e arroz para São Paulo e Santos, para as empresas, Crema & Cia, Paulo Araujo Souza, Irmãos Loyolas, depois Caxuana e, finalmente, firmou exclusividade com os produtos Scala. São 19 caminhões baú que cortam vários estados levando a qualidade do produto sacramentano. Embora ainda chegue, diariamente, às 5h00 da manhã na empresa, para despachar os caminhões, desde 2009 entregou a administração da empresa nas mãos dos quatro filhos.