Os irmãos Loyola, Geraldo, 89, Antônio, 84 e José, 76, são três exemplos de retidão e trabalho na cidade, onde nasceram, cresceram, se casaram, criaram família e aqui sempre trabalharam com afinco e denodo; e venceram... É como bem diz o mais longevo dos três: “Entrei varrendo e saí sócio...”. Aliás, todas as personalidades que enfocamos nesta página são exemplos dessas virtudes. Podemos dizer o mesmo dos caminhoneiros, Romeu José de Oliveira e Sebastião Rezende, assim como, deste grande artesão, Oscar Raul Cardoso. Razão de serem homenageados com o título de Personalidade do Ano, uma iniciativa deste jornal que se iniciou no ano de 1972 e, desde então vem, anualmente, prestando essa singela homenagem a esses sacramentanos ou não que se destacam em nossa comunidade. A partir desta edição, o leitor vai conhecer um pouco da história de cada um de nossos homenageados.
Geraldo, Antônio e José
Se for prá cantar dá um trio e tanto, se for prá contar histórias, haja laudas... Em 2012, a empresa que fundaram, Irmãos Loyola Ltda, comemorou o seu cinquentenário. Filhos de Ignácio Amaro de Loyola e Ana Barbara de Carvalho Loyola, Geraldo, o mais velho, Antonio o do meio e José, o caçula nasceram na fazenda Aldeia na região da Jaguara e ali cresceram junto com os outros cinco irmãos, Elias (Déa), Air (Beta), Inácio (Derly), Nair - irmã Bartolomeia e Agnes. Família que rendeu mais de 20 netos e vários bisnetos que continuam fazendo história na cidade.
Geraldo é casado há 64 anos com Leonide Vicentine Loyola, pais de quatro filhos Rita, Maria do Carmo (Pama), José Amaro e Toninho e Ângelo, Antônio viúvo de Aparecida Cerchi Loyola, a esposa de 44 anos de vida a dois e juntos criaram os filhos Virgínia,Tomaz, Maria e Maria Abadia e, José, casado com Iracy Silva são os pais de Maria Emília, Ana Maria e André. Mas o que uniu os irmãos, além dos laços de sangue, foi a atividade profissional a que se dedicam desde 1972: beneficiamento, comércio e exportação de café.
São 50 anos de trabalho juntos na empresa Irmãos Loyola, mas não foi fácil. As coisas não vieram de graça, nem, como diz o ditado, “de mão beijada”. Tudo foi fruto de muito trabalho, muito esforço, muita persistência e, sobretudo, honestidade. Nesta edição, você vai conhecer um pouquinho de sua história.
Seu Oscar Artesão
Oscar Raul Cardoso, 72, é uma daquelas pessoas que dão prazer de serem ouvidas pelas suas convicções, “causos” e histórias de vida, muitas vezes sofrida, porém muito feliz e bem vivida. Natural de Campo Belo (MG), Oscar é o filho caçula de Maria Sudária de Jesus e Raul Cardoso, pais de nove filhos. O título de cidadania ainda não veio, mas diz que se considera sacramentano há muito tempo. “Amo tanto esta terra, que me considero já de casa”, diz na sua simplicidade.
A família de Oscar era grande... Como ele justifica, “naquele tempo não tinha televisão, né” - e dá uma boa gargalhada – “Mas eu sou o caçulinha”. Ainda em Campo Belo perdeu o pai, aos sete anos mudou-se para Campos Altos e virou candeeiro de carro de bois...
“- E a gente trabalhava enquanto tivesse claridade. Íamos capinar e enquanto enxergava o mato a gente estava lá. Como é que ia estudar? Luz elétrica não tinha, a gente chegava cansado, passava uma água nos pés, nos braços e na cara, comia e ia dormir, porque quando o galo cantava a gente levantava. Era uma vida sofrida”, recorda.
Mudando daqui prá li, um dia parou em Peirópolis e iniciou na arte de construir miniaturas de máquinas e equipamentos, instrumentos e veículos que um dia conheceu ou trabalhou ainda quando criança... Nos anos 90, o artesão fez porto seguro em Sacramento e desde então se revela o exímio artesão que constroi monjolos, carros de boi, 'trapizongas'... e vem encantando com sua arte em diversas exposições.