Paulo Roberto (foto) teve poucos estudos. “No tempo que morávamos na Casa Rosa da Matta, entrei na escola, lá no Grupo Escolar Barão da Rifaina. Tinha 11 anos. Fiz o primeiro ano e foi só. Eu até que fui pra escola outras vezes, mas meu pai mudava muito e ia nos levando. Desse jeito cheguei só até o terceiro ano, uns meses na Escola Coronel. Naquele tempo, os pais não preocupavam muito com isso, não”, recorda.
Já rapazinho, Paulo Roberto (foto) decidiu parar de vez com os estudos e ir trabalhar. “Nós mudamos e aí peguei no serviço, nisso apareceu um curso de operador de máquinas que fiz com muita vontade. Depois concluí mais cinco, até que consegui um bom serviço na New Life, uma empresa de São Paulo, produtora de filtros de água, cujo dono tinha negócios aqui no município, lavouras de milho, soja, arroz, na região das Alpercatas. Depois trabalhei em algumas fazendas e hoje estou na cidade fazendo uns bicos de pedreiro ou o que precisar, sem estudo nem nada, mas ganho a vida pra viver com dignidade”, conta.
Com naturalidade, sempre alegre e cativante, o pedreiro Paulo Roberto começa a revelar seus dons paranormais. “Tenho essas visões do que vai acontecer em vários lugares do mundo”, diz. Exemplificando, lembra que viu em sonhos a tragédia ocorrida na Boate Kiss, em Santa Maria (RS).
“- Eu estava num helicóptero, era um lugar que tinha mar nas costas dele, mas eu não via o mar, só via aquela cena, todos aqueles mortos. Quando houve a tragédia em Santa Maria fui olhar no mapa e o Rio Grande do Sul é banhado pelo Atlântico”, conta, citando também o atentado das torres gêmeas (World Trade Center), o tsunami na Indonésia e no Japão, a tragédia no Haiti, acidentes diversos, que previu dias antes.
O intuito de Paulo com a entrevista não é divulgar o seu dom, mas buscar ajuda, orientação. “Eu tenho medo de mim mesmo. A gente vê as coisas e não sabe como agir. A gente quer avisar as pessoas, alertar do que poderá acontecer e não pode. A gente fica angustiado, desesperado, porque sabe o que vai acontecer e não pode fazer nada”, lamenta.
Diz mais que já ligou para parentes alertando sobre algum perigo prestes a acontecer. Mas nem sempre as pessoas acreditam. “Minha mulher (A.O.F.) já me pediu pra não contar mais nada pra ela. Um dos casos foi de uma aeronave que caiu. Eu, do nada, vi, uma menina próxima a um avião. Eu via o prefixo e fios soltos na aeronave e de repente a menina foi se partindo em duas...”, conta.
As visões me deixam, às vezes, desesperado
De acordo com o vidente, ele fica às vezes desesperado quando essas previsões aparecem em sua mente. “Nessa visão do acidente aéreo com a menina, pensei em avisar os aeroportos das cidades vizinhas, mas minha mulher não deixou. 'As pessoas vão pensar que você é louco' - ela falou. Poucos dias depois, um avião fretado, caiu vindo para Franca e matou uma menina, o pai e o piloto”, narra.
Segundo Paulo, já conseguiu evitar uma tragédia que aconteceria com seu pai. “Meu pai ia sair pra trabalhar e eu falei pra ele calçar as botas, porque uma cobra iria atacá-lo. Ele disse que era Deus que olhava e chegou a sair de chinelo, mas voltou e calçou as botas. Dito e feito. A cobra deu um bote e pegou na bota dele”, conta. Sobre a mãe, que faleceu quando ele tinha nove anos, por isso não lembra bem as circunstâncias, diz que teve uma visão. “Foi só essa vez, depois que mamãe faleceu nunca mais a vi”.
Outra visão foi com uma cunhada. “Eu falei pra minha esposa, fulana vai ter uma filha. Minha esposa riu, pois ela era solteira. Aí contei pra minha esposa que vi a menina comemorando cinco anos e com ela uma pessoa morta. Minha cunhada engravidou, a menina nasceu. No dia em que ela completou cinco anos, o avô morreu”, conta, com o assentimento da esposa.
Outra morte prevista foi a do trabalhador Augusto, que morreu quando sua Pampa capotou várias vezes, na região dos Veados, no Morro Vermelho. “Eu fazia serviços de pedreiro e ia com eles. Um dia, avisei o meu sobrinho: 'Cuidado, que vocês vão cair aqui'. Meu sobrinho ainda brincou: 'Vou pular'. Poucos dias depois, o acidente foi no lugarzinho que vi. Meu sobrinho não teve nada. Sorte que naquele dia eu não fui trabalhar”, recorda.
Afirma mais o vidente que tem registros no celular de ligações que fez para parentes oito meses antes de o fato ocorrer. Exemplo disso foi a queda de um meteoro. “Fiquei com medo e liguei para meus filhos em Araxá. Segundo os astrônomos, o meteoro passaria a 300 mil km da terra, mas eu via uma pedra menor, atingindo a terra. E de fato aconteceu assim, três meteoritos caíram no Espírito Santo e um na Rússia”, conta.
Paulo cita nomes de várias pessoas com quem já teve a oportunidade de conversar sobre visões de coisas que ocorreram com elas ou familiares e outras que viriam acontecer. E ansioso para solucionar a questão, Paulo faz um apelo:
“- Procurei o jornal, pra ver se encontro uma pessoa que possa me ajudar. Quero saber como agir nesses casos. Sei que tem estudiosos para esses casos. Podem quebrar o sigilo do meu telefone e da minha esposa e comprovar os avisos que já dei. Eu ligo pra minha esposa pra falar de coisas que vejo, mas ela já pediu que não quer mais saber”, conta mais.
Outra sensibilidade do pedreiro Paulo é com relação às previsões de chuva. Basta olhar para o céu e avistar uma núvem, diz onde vai chover a uma distância de 200 Km ou mais. “É como se eu me comunicasse com as nuvens. Sou capaz de dizer onde está chovendo e aí só confirmar”, desafia.
Mas as visões de Paulo ajudam também muitas pessoas. “Tem comerciante aí que ganhou muito dinheiro, porque não deixei vender o produto naquele momento. Esperou e ganhou dez vezes mais. Também uma colega de minha esposa, foi beneficiada graças aos meus conselhos”, finaliza.