A mostra fotográfica, “Ausências Brasil”, criada pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano, poderia estar em Sacramento nos dias 24 e 25 de outubro, no salão da Câmara Municipal. A mostra teria como público alvo, estudantes, professores, pesquisadores e cidadãos em geral e teria, na abertura, uma vídeo-aula intitulada, Valor da Democracia.
“- Seria uma oportunidade única para conhecer um dos lados obscuros da História do Brasil, visto que a mostra estabelece um diálogo entre o passado e o presente, com imagens de militantes políticos mortos ou desaparecidos durante as ditaduras militares do Brasil e Argentina”, lamentou o curador da mostra na cidade, o Prof. Fabiano Leite, que não encontrou apoio junto aos poderes Executivo e Legislativo.
De acordo com o professor e parceiro do Instituto Iracema Tolentino, que organiza a mostra, “o fotógrafo Gustavo Germano garimpou fotos nos álbuns dedas famílias dos desaparecidos políticos e remontou as mesmas cenas, com personagens e cenários idênticos”. Explica Fabiano que o projeto foi realizado inicialmente na Argentina e, por meio de convênio entre a Agência Livre de Informação, Cidadania e Educação (ALICE) e a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), tornou possível a versão brasileira. .
A fotos retratam os militantes no seio de seus familiares e as imagens do seus familiares registrando suas ausências. “Trata-se de uma denúncia sem palavras, sem corpo nem face. Um grito pela memória, pela verdade e pela justiça na América do Sul”, explica o professor.
Ainda segundo Fabiano Leite, a mostra faz o papel não apenas de informar, mas também de transmitir a dor dos familiares e o quanto o país perdeu com a morte dessas pessoas que hoje poderiam estar fazendo a diferença na sua história.
O Doutor em Ciências Sociais, Carlos Ugo Santander afirma que “educar em Direitos Humanos significa não somente incutir valores e princípios em linha com a Declaração Universal dos Direitos Humanos , escrita em 1948, documento magno sobre o assunto, mas significa principalmente fortalecer a capacidade dos sistemas e métodos educativos nos aspectos do resgate relacionados à memória e à história do país”.
Portanto, sentimos encerrar esta matéria, denunciando tamanha incoerência daqueles que detêm o poder, que gastam tanto com festas, e deixam de patrocinar um resgate histórico de tamanha envergadura.