Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

A morte de Sebastião Scalon

Edição nº 1352 - 08 Março 2013

 

Sacramentano, Sebastião Olinto Scalon nascido no dia de São Sebastião, 20 de janeiro de 1918, na fazenda Montuada (João Teodoro) era filho de Ernesto Scalon e Luzia Jerônimo Scalon.  Cresceu em Sacramento com os irmãos. Foi aluno da primeira turma da Escola Normal de Sacramento, a Escola do professor César de Oliveira (hoje, EE Cel. José Afonso de Almeida), fundada em 1933. 

Seguiu depois para Uberaba, onde estudou na Escola de Comércio José Bonifácio, em 1935. Diplomou-se em Contabilidade, pela Escola de Comércio Álvares Penteado em São Paulo, em 1937,  e em  graduou-se em Economia em 1941, pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo. 

Formado, Sebastião partiu para o trabalho em São Paulo, mas no ano seguinte retornou a Sacramento e passou a trabalhar na firma, “Crema e Cia”, onde se tornou sócio. No período de 1952 a 1962 residiu em Arapongas e Maringá, no Paraná, já casado com a também sacramentana, Leny Cunha (Lily), onde se dedicou a  atividades agropecuárias, café e gado.  

Retornando a Sacramento depois de dez anos, fundou com Leonildo Luigi  Cerchi, (Nino), a firma “Scalon & Cerchi” (Laticínio Scala). Finda a sociedade, passou a dedicar-se à criação de gado holandês e cruzado, sendo o pioneiro no ramo no município, atividade a que se dedicou por muitos anos. Foi também um dos pioneiros do arroz de várzea, quando trouxe a Sacramento, o ministro da Agricultura, Amaury Stábile. Liderando um grupo de consorciados, Sebastião Scalon construiu o primeiro e único prédio da cidade.

Mas Sebastião não se destacou só pelo seu espírito empreendedor. Foi um homem do serviço voluntário e filantrópico, atuando na Associação Comercial, Industrial de Sacramento, foi um dos fundadores do Sindicato Rural de Sacramento, consagrando-se, também, como o fundador da Rádio Sacramento, em 1981. 

Idealizada pelo redentorista,  padre Júlio Negrizzolo, a RS foi construída por um grupo de sócios, sendo Sebastião Scalon o majoritário, com quase 100% das cotas. Em 2011, ano do 30º aniversário da emissora,  falou ao ET com uma lucidez invejável, mostrando documentos e recordou fatos com boas risadas.  A rádio Sacramento, sem dúvida, foi uma de suas grandes obras na cidade. 

Homem temente a Deus, demonstrou sempre um espírito de fé e de amor à religião. Católico praticante, dedicou-se também à vida paroquial e às obras filantrópicas da Igreja. Sebastião deixou lições e exemplos de vida, de doação, de serviço e de servir. Uma qualidade demonstrada ainda quando desde criança. O amigo Herculano Almeida, presente ao velório, confessou ao ET: “Meu sogro, o Tim-Tim (Assyncrito Natal, grifo nosso), para quem Sebastião trabalhou ainda criança, me dizia que o Sebastião era um menino homem, tamanha era sua responsabilidade com o emprego e suas tarefas”.  

Com certeza, Sebastião pode ser enquadrado entre aqueles grandes personagens citados pelo poeta e dramaturgo, Berthold Brechet: "Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e esses são os imprescindíveis".

Sebastião Scalon deixa a esposa Leny Cunha (Lily), a companheira de vida há 67 anos e os filhos Rute (Ivan Sebastião Barbosa Afonso), Regina e Reginaldo (Lílian Afonso de Souza), netos e bisnetos. 

Nossa saudade!