Noélia Fernandes de Oliveira, 77, morreu às 5h da manhã do dia 27, no Hospital Escola em Uberaba, onde estava internada há uma semana. Trasladada para Sacramento e velada por familiares e um grande número de amigos, Noélia foi sepultada no cemitério São Francisco de Assis, às 17h.
Noélia se foi e deixa um grande vazio nos corações das irmãs Célia, Juraci e Bita, cunhados e sobrinhos. Para Bita (Divina Maria Madalena), 96, uma grande perda, afinal as duas moravam juntas durante toda a vida. “Desde que ela nasceu nunca nos separamos. Depois que mamãe morreu, em 1963, ficamos as duas, mas eu não pensava que
Noélia fosse embora primeiro do que eu, não queria isso”, lamenta, emocionada ao lado da sobrinha Régia Maria, que a tem ajudado nos últimos meses.
Residente em Conceição das Alagoas, Régia Maria vinha revezando com as tias sua estada em Sacramento para acompanhar de perto o estado de saúde de Noélia. “Ela adoeceu em abril, um problema de coração e não se recuperou mais. Os órgãos foram ficando cada vez mais deficitários e nos últimos dias ela apresentou um quadro de insuficiência renal e hepática. Apesar de todas as tentativas médicas, não conseguiram reverter o quadro”, conta.
Noélia fazia jus a seu nome que significa, “aquele que doa, que consola”. E assim foi para a família, 'a mãezona'. “Tia Noélia, linda como era, embora tenha tido muitos namorados, nunca se casou, viveu para a família, renunciou ao amor de uma única pessoa, para se doar à família. Cuidava de todos com desvelo. Foi professora de catecismo, filha de Maria, voluntária da Ciju. Era uma mulher muito católica e de espírito ecumênico, pois sempre fez trabalhos manuais para o Centro Espírita. Mas mais que isso, ela viveu para família”, conta Régia, recordando o zelo da tia com ela.
Régia e os seis irmãos perderam a mãe, Benedita Fernandes Bernardes, muito cedo. “Éramos todos crianças quando mamãe morreu. E tia Noélia era nosso porto seguro, nos guiou, orientou, levou para a religião. Morávamos com papai, Orlando Bernardes, conhecido como Landin, mas na verdade foi tia Noélia que acabou de nos criar, sempre foi presença como uma mãe para nós. Depois, de crescidos cada um tomou o seu rumo, permanecendo ela e a tia Bita juntas”, recorda, agradecida.
Noélia destacou-se também profissionalmente. Aos 18 anos, formada em Contabilidade, ingressou no Escritório com seu José Silveira e á permaneceu muitos anos, até que se tornou dona do escritório. “Ela ficou com o escritório uns tempos, vendeu-o e se tornou contadora dos Irmãos Loyola até aposentar-se. A partir daí foi dedicar-se ao voluntariado”, recorda a sobrinha.
Noélia foi uma trabalhadora incansável, muito dinâmica, inteligente e criativa, muito disciplinada e sempre disposta a colaborar sem outra intenção que não fosse a de ajudar os outros. Assim, foi presença marcante também nos eventos sociais, como jurada nos carnavais e bailes, sempre muito elegante, fina, cabelos e unhas impecáveis e sempre solícita. Cativava e fazia amigos com o seu jeito de ser.
Noélia era a oitava filha de Ozório (Zorico) Fernandes de Oliveira e Maria José de Oliveira, pais de 10 filhos. Para a família, Noélia hoje goza os frutos que plantou. “Mas eu seu que ela está bem, porque foi muito boa para todo mundo. Boa irmã, filha, tia, amiga, vivia para servir”, afirma a irmã, Bita.