Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Morre Chiquinho do Maísa

Edição nº 1376 - 23 Agosto 2013

O empresário e ex-vereador, Francisco Afonso da Costa, Chiquinho do Maísa, 67, morreu repentinamente, em sua residência, entre 20 e 21h, do último sábado, 17. Querido por todos, seu corpo foi velado no Velório Maurício Bonatti até às 12h00 do dia seguinte, por parentes, amigos e autoridades, que lhe prestaram homenagens, em nome dos poderes Legislativo e Executivo.

Os vereadores Cleber Cunha, Luiz Alberto e Mateus Pereira cobriram o seu corpo com a bandeira de Sacramento e o prefeito Bruno Scalon Cordeiro decretou luto oficial de três dias com as bandeiras hasteadas a meio mastro. Após as exéquias proferidas pelo vigário paroquial, Pe. Paulo Henrique, foi enterrado no jazigo da família, no Cemitério São Francisco de Assis, às 12h.

De acordo com o filho, Dênis Fabiano, há 28 anos, Chiquinho usava marca-passo, mas nunca se descuidou, fazendo acompanhamento constante e estava muito bem. “Papai e mamãe, aproveitaram o feriado do dia 15 para visitar alguns parentes e amigos em Uberaba. Ele voltariam no domingo, mas mamãe disse que ele resolveu voltar no sábado. Chegaram à tardinha. Papai deitou no sofá pra ver o jogo, enquanto mamãe também foi descansar.  Provavelmente, no intervalo, tomou banho e retornou ao sofá. Por volta das 21h, mamãe foi chamá-lo e ele já havia partido”, relata, visivelmente emocionado. “Foi uma morte repentina, mas ele não sofreu, estava sereno, esse é o nosso consolo, mas fica um vazio muito grande...”

 

Chiquinho deixa a esposa Arlete; os filhos, Dênis Fabiano (Simone), que como o pai tem o apelido de Chiquinho; Maísa (Glauco) e dois netos, Pedro Henrique e Natália, mas deixa também um grande número de amigos e um grande vazio, para a família e a classe empresarial da cidade.

 

Uma grande história de vida 

 

Em 2006, ano em que se comemorou os 40 anos do Supermercado Maísa, o ET publicou matéria intitulada “Chiquinho do Maísa: uma história linda de mais de 40 anos...” (Edição nº 994 - 09 Abril, 2006), mas a matéria foi muito mais que isso, foi uma história de vida.

Chiquinho nasceu em 11/04/1946, na comunidade de Jaguarinha. Filho de Manuel Afonso Filho e de Maria Izabel dos Anjos, aos três anos de idade Chiquinho ficou órfão de pai e a família foi para Araxá. Aos 10 anos perdeu também a mãe. 

Em Araxá, Chiquinho fez os primeiros estudos e o mais foi trabalho. Começou cedo, aos sete anos já trabalhava com o irmão. Aos 12 anos veio para Sacramento morar com o irmão, Alzídio e estudar, mas por pouco tempo, porque aos 13 anos retornou a Jaguarinha para morar com o tio, Jerônimo Afonso Tavares e a tia Maria Rosa e se aventurou nas lides rurais. Só aos 16 anos fixou na cidade e retomou os estudos, até o 2º ano de Contabilidade. 

Na cidade, o primeiro emprego foi na oficina do Bimba, depois  com Ariosto Bianchi, na Auto Peças Urbial, as máquinas de beneficiar arroz, de Paulo Araújo de Souza, e de Mário Afonso Primo e dali para o escritório da Bonargila, de Ferrúcio Bonatti, onde ficou até iniciar no comércio, um bar na esquina da Santa Casa (hoje Bar Caravelas), em sociedade com Edgar do Prado.

Com a morte de Edgar, Chiquinho comprou a parte dos herdeiros e foi tocar o comércio, no princípio sozinho, depois  em sociedade com o Luiz Alves de Oliveira, até comprar o Empório Central, do Tiba, em 1971, e lá ficou por nove anos. Chiquinho vendeu o ponto para o irmão, Alzídio, e foi para o supermercado em Jaguara, onde permaneceu por três anos.

Retorna à cidade e constrói dois grandes prédios, o primeiro, em 1983, na esquina das avenidas Cel. José Afonso e Vigário Paixão; o segundo, na mesma avenida, onde está hoje, desde a inauguração, em 1º de novembro de 2000, gerando mais de 20 empregos. Além do supermercado, Chiquinho destacou-se pelo empreendedorismo rural na pecuária leiteira e recria para venda direta para frigorífico, em duas propriedades rurais.

Além da atividade empresarial, Chiquinho destacou-se também pela dedicação ao esporte local no CAS, como atleta e diretor. Na parte filantrópica, fez parte  do Conselho Fiscal da Santa Casa.  Na política, foi vereador em 1971/1972, na primeira gestão do ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges.