Abadio Osmar Borges é um cortador de pedras que dava duro para destruir um bloco de duas toneladas, próximo à rua Carlos Diogo, ao lado do INSS. Pelo seu trabalho, ele é mesmo um artesão da pedra. Abadio talha a pedra que será usada em alicerces de construções e executa a profissão há meio século.
- “Trabalho como cortador de pedra há quase 50 anos. essa é uma pedra rosa, a mesma dos calçamentos das ruas e passeios. Aqui os cortes são irregulares porque é para alicerces, mas faço também as pedras certinhas para calçamento, paralelepípedo”, conta acrescentando que aprendeu a profissão com o pai, Jerônimo Honório Borges. “Papai fez quase todas essas pedras do calçamento da cidade. Tínhamos uma pedreira. O Desidério trabalhou com meu pai, que faleceu aos 110 anos. Eu aprendi com ele e continuei na profissão”, recorda.
De acordo com Abadio, é preciso cuidado para cortar a pedra. “Trabalho com os pixotes (cunha de aço), ponteiras, marreta e talhadeira. A gente fura uns buracos nela com a ponteira pra não dar faíscas, depois vem os pixotes. E, 'chora' a marreta nos pixotes (vários pixotes cravados por percussão na rocha segundo o seu plano de clivagem provocam o seu rompimento). Aí vai batendo até ela ceder e depois vou cortando as partes com a talhadeira.
A destreza e experiência de Abadio no corte de pedras, que em dois dias tem as duas toneladas de pedras prontas para alicerces, aí é procurar mais pedras e é daí que tira o seu sustento e assim vai fazendo história.