Naim Kalil Ayache. O empresário libanês aposentado, Naim kalil Ayache, 87, morreu em São Paulo, no dia 7 de fevereiro, deixando 9 filhos, 25 netos, 17 bisnetos. Muito conhecido em Sacramento, pelos 23 anos que aqui viveu como empresário, proprietário da .... Seu Naim deixou grandes amizades. “Foi um grande homem, prestativo, caridoso, pronto a ajudar os amigos, exemplo para todos nós...”, comentou o amigo Herculano Almeida, logo que soube de sua morte.
Naim Ayache nasceu em Alkiam, província de Marjihrom, no Líbano, em 18/03/1923. Chegou ao Brasil aos 30 anos e fixou residência em Sacramento, cidade onde viveu por 23 anos trabalhando como comerciante e, onde criou os nove filhos, ao lado da esposa Hadidi sempre alternando a vida entre Sacramento e São Paulo.
Até que um dia, em 1982, Naim deixou as terras do Borá e foi morar em São Paulo, onde comprou uma loja na rua Muller, em sociedade com os filhos Kamel, Hani, Ahmad e Jamal e, ali, com jornadas incansáveis de trabalho viu os negócios se expandirem. Mais tarde retornou à terra natal no Oriente Médio.
Naim escreveu 15 livros, alguns em português, outros na língua pátria, mas só começou a escrever no auge da maturidade. Durante muitos anos, deixou adormecida a alma poética que tão bem deixou falar em seus livros, pelos menos nos escritos em português: 'Contos de Adão e Eva', 'A tempestade', 'Conselhos', 'Segredos', 'A trajetória de um homem', 'Minha luta pela vida' e 'A sincera promessa', dentre outros.
Naim foi um homem que adaptou sua cultura à nossa cultura, aqui viveu, aprendeu e ensinou, plantou e colheu, sobretudo amigos que ainda hoje o têm no coração. Naim teve seus segredos e suas mensagens e muitas delas permanecerão vivas como esta intitulada “Conselhos do Coração”, publicada na sessão Cartas, da Revista Islâmica Evidências, edição de nº 2, março/abril de 2008 (www.mesquitadobras.org.br)
“Escuta meu filho, quero te dar alguns conselhos que podem te servir em tua vida diária. Conforme imagino, um homem precisa de algumas diretrizes, necessárias na hora do aperto, da solidão ou da dificuldade. Ó meu filho! Não caminhe no escuro e o escuro aqui não quer dizer a falta de luz. É muito mais profundo do que isso. Significa que deves estar consciente de tudo o que estás fazendo. Nesta vida passageira, escolhe o caminho da verdade e da honestidade, porque ao se comportar assim, a honestidade e a verdade permanecem como tuas aliadas e te afastam do mal e de seus provocadores. Tem fé em Deus, o Supremo, porque sem Ele tu não estarias nesta vida maravilhosa. Escolhe o Paraíso como tua última moradia e faze o bem o quanto puder, porque por meio dele estarás no caminho da fé e a tua recompensa estará ao lado dos iluminados e santos. Olha para o céu: os planetas e as estrelas são incontáveis e tu verás que não passas de um átomo. Então, não sejas arrogante com teus semelhantes. Ó meu filho! Olha para o chão onde estás pisando; descobrirás que de solo e água és feito e tua imagem é a imagem de Deus, que cobre o teu corpo de santidade.”
Da. Aparecida Castanheira. A professora Maria Aparecida Castanheira dos Santos, Lili, morreu dia 31 de janeiro, em Uberaba, vítima de embolia pulmonar, após cirurgia de esôfago, que parecia superada. Velada por parentes e amigos, muitos de Sacramento, que granjeou ao longo de mais de 60 anos, como professora e devota paroquiana, foi enterrada no Cemitério S. João Batista, naquela cidade.
Filha de uma família mineira numerosa, com uma grande herança de fé e valores cristãos, Da. Aparecida muito cedo colocou-se ao lado de sua mãe, D. Maria das Dores, para o cuidado dos dos irmãos menores .
Aos 17 anos, terminando o Curso de Magistério, na Escola Normal de Sacramento, quando era diretora, Da. Maria Crema Marzola, hoje EE Cel. José Afonso de Almeida, aí permaneceu como professora de Desenho e Artes e como Secretária, conquistando o direito de matricular seus dez irmãos menores, onde todos estudaram.
Ao longo de sua juventude, foi membro participante da sua querida Igreja católica, onde atuava com alegria e com entusiasmo vibrantes. Dela participando em suas diversas pastorais até chegar a fazer parte do quadro dos Ministros da Eucaristia. Ao fazer o inventário, ainda em vida, mostrando o seu despojamento, quando se transferiu para Uberaba, nos anos 90, doou à Igreja a casa onde sempre morou.
Com a morte, muito cedo, de seu pai, Sr. Antonio Julio, Maria Aparecida, ou Lili, como era chamada pelos parentes e amigos mais próximos, um apelido carinhoso dado pelos irmãos menores, não se casou, porque se decidiu permanecer ao lado de sua mãe, com a missão de educar e manter a família unida. E assim foi.
De uma geração anterior ao computador, ela fundou a primeira Escola de Datilografia de Sacramento, a 'Escola Nossa Senhora Aparecida' por onde passou quase toda a juventude daquele tempo, preparando-se para o seu primeiro emprego . Foram longos anos de fidelidade ao trabalho e aos jovens.
Assim, D. Maria Aparecida, conhecida de todos os conterrâneos, de seu tempo, cumpriu sua missão nesta sua terra natal e partiu para Uberaba nos anos 90, para ajudar a sua mãe a vencer seus 100 anos de vida .
Com o falecimento de Da. Maria das Dores, ela passou a se dedicar, como Legionária e Ministra da Eucaristia, na Paróquia N. S. da Abadia, de Uberaba. Aí conquistou muitas amizades, levando a comunhão para os enfermos, quando as famílias solicitavam.