Marcelo e Liena: 6 meses em Londres

Os jovens universitários Marcelo Bizinoto Cintra, 20, e Liena Carvalho,  21,  passaram seis meses em Londres. Ambos realizaram um sonho, a partir de uma viagem de férias com a Escola de Inglês Center Point. Para realizar seus sonhos, cada um fez a sua renúncia. Marcelo trancou a matricula do quinto período de Administração na Uniube, deixou o estágio na Infraero e Liena, igualmene, trancou o sexto período de Administração na UEL, deixou o estágio na Sandoz e embarcaram no dia 5 de janeiro, não apenas para as férias, mas para ficar por lá um tempo e aprimorar o inglês.

“-  Fizemos um tour pela Europa com a excursão. Eles retornaram no dia 27 de janeiro e nós partimos para Londres, onde já estava tudo preparado para a nossa estada lá. Organizamos tudo com antecedência através de uma empresa de intercâmbio, inclusive o curso na Malbern House já estava pago. É uma escola para intercambistas, havia pessoas de vários países, inclusive, muitos asiáticos ”, explicam. 

A rotina foi puxada nos seis meses em relação aos estudos.  “Acordávamos por volta das 8h e era estudo e mais estudo, porque a gente queria aproveitar o máximo. As aulas iniciavam às 12h15 e se estendiam até as 16h00. Mas depois das aulas saíamos pra conhecer lugares, íamos todos da sala e o legal é que a gente teve a oportunidade de conhecer pessoas de vários lugares, conhecer as culturas”, avaliaram.

Outra experiência ressaltada pelos jovens intercambistas foi o fato de viajarem sozinhos por alguns países da Europa. “A gente tinha que passar pela experiência de viajar sozinho. Eu fui para a Irlanda e Escócia e Liena foi para Madri”,conta Marcelo e Liena completa: “É muito enriquecedor viajar sozinho, a gente tem que se virar com a língua, os costumes. Mas fomos juntos para Holanda e Marrakech, no Marrocos e foi uma experiência fantástica”.

Pelo que contam, a experiência de viver em Londres durante seis meses ficará para sempre na memória dos dois. “É uma cidade fantástica, andávamos pelas ruas a qualquer hora, sem medo nenhum, não há assaltos, nem violência. É um outro mundo. Visitamos muitos lugares turísticos, uma beleza”, contou Marcelo. 

Voltar é a vontade dos dois. Liena gostaria de viver por lá uns cinco anos no mínimo, já Marcelo só quer rever os lugares e as pessoas. “Não gostei do frio lonrino, não. O frio doía. Sinceramente não gostei do clima, nem da comida, tanto é que emagreci seis quilos. Morar lá não, mas pretendo voltar para passear”, disse, cheia de sorrisos. Mas o seu pensamento não combina com o de Marcelo: “Eu gostaria de morar lá por uns anos. É totalmente diferente do que a gente vive, sem contar que isso soma muito no currículo da gente, apesar de eu também não  gostar da comida inglesa”.

Lembrando o brasileiro, Jean Charles de Menezes, morto em 2005 em uma estação de Londres, por ser confundido com um terrorista, o ET, quis saber sobre a hospitalidade londrina, o relacionamento com brasileiros... 

A  opinião de ambos foi unânime. “Foi muito boa. Não temos o que reclamar. São muitos povos num lugar só. São pessoas de todo o mundo. Há, a verdade, um certo preconceito contra estrangeiros, mas a maioria dos ingleses, é receptiva. Dão as informações pedidas, são educados e gentis”, afirmaram.

Contaram que um professor do curso chegou a alertar os alunos sobre essa hospitalidade. “ 'O mundo inteiro está em Londres' – ele nos dizia, então eles estão acostumados”, disseram, completando que moravam 18 pessoas numa casa e pessoas dos mais variados lugares. “Morávamos com pessoas de outros países e estudávamos com pessoas de outros países. Às vezes combinávamos cada um fazia uma comida e assim fomos conhecendo pessoas e culturas”. 

O retorno ao Brasil foi tudo de bom. Marcelo matou a saudade do arroz com feijão e um belo bife, que foi carinhosamente preparado pelo pai José Gonçalves Cintra (Rosilda Bizinoto). “Falei: pai, faz meu bife com arroz, que estou com fome”,  revelou Marcelo, que teve todo  apoio da família para a viagem.

Assim como Liena, filha de Evaldo Carvalho e Sandra Manzan, que levou o maior susto ao chegar ao Brasil. “No dia que eu retornei, levei o maior susto. Papai sofreu um aneurisma, mas graças a Deus ele se recuperou.  Eles, papai e mamãe, meus irmãos,  me deram a maior força pra viagem. Valeu muito, aprendi muito”, confessou a universitária.