O Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais, bienalmente, presta homenagem aos possuidores de conduta ilibada que prestam ou tenham prestado relevantes serviços à justiça local. No ano de 2005, para festejar os mais de 40 anos de serviços honradamente prestados pelo ilustre Escrivão Antônio Alves Araújo, foi-lhe outorgada a Medalha “Desembargador Hélio Costa”, como forma de reconhecimento de sua contribuição para realização da justiça no âmbito desta Comarca.
Naquela ocasião, eu fui o portador da mensagem dos seus colegas serventuários da justiça, homenageando aquele que foi um esteio para todos nós, vindo a falecer depois de muito lutar pela vida, encerrando um ciclo de virtudes e de deveres cumpridos com toda a sociedade e ao Poder a que longamente serviu.
Entendo oportuno, neste momento, reiterá-la, em singela homenagem à sua gratificante memória:
ANTÔNIO ALVES ARAÚJO
Há cerca de 01 mês, eu fiz uso desta oratória para prestar homenagem a um “irmão” de profissão, o Oficial de Justiça João Hermínio. Hoje, faço uso da palavra para homenagear o “pai” desta gratificante carreira de servidor do Judiciário, o Sr. Antônio Alves Araújo.
Já se fazia necessário o reconhecimento dos relevantes serviços prestados pelo ilustre servidor, conferindo-lhe a outorga de tão importante Comenda, a Medalha “Desembargador Hélio Costa”. Merecido reconhecimento.
Discorrer sobre o Sr. Antônio não é tarefa difícil, pois que sua vida sempre foi voltada para o trabalho, que desenvolveu de maneira séria, correta e honesta. Iniciou seus trabalhos no Judiciário no Cartório do 1º Ofício de Conquista/MG, em 1º de setembro de 1952, como escrevente juramentado daquela Serventia; da mesma forma, no 3º Ofício de Notas de Ituiutaba/MG; e em 02 de fevereiro de 1956, no Cartório do 1º Ofício desta Comarca, em cuja serventia assumiu a titularidade em 09 de dezembro de 1968, aposentando-se em 30 de novembro de 1995, permanecendo como delegado efetivo do 1º Tabelionato de Notas desta Comarca, até a presente data.
Portanto, somado o tempo no Cartório Extrajudicial e no Judicial, o Sr. Antônio cumpriu exatos 43 anos, 02 meses e 29 dias de serviços ao Poder Judiciário, dos quais tive a honra de conviver por mais de cinco anos. É uma vida dedicada ao labor forense, não menos meritório que o Eminente Desembargador que intitula a honrosa Comenda.
Respeitado por muitos e não muito entendido por alguns, talvez pelo seu jeito simples, positivo e duro (quando necessário) no cumprimento de seus deveres, sempre pautou pela seriedade e honestidade em seu dia-a-dia. E foi dessa maneira que aprendi com a convivência na Secretaria Judicial sob o seu comando. O Mestre ensinou-nos que “um Juiz não precisa dar ordens ao serventuário, porque um simples pedido seu, já é uma ordem”; “confiança a gente não impõe, adquire-se”.
Conhecíamos seu temperamento e sabíamos pelos seus gestos o seu humor naqueles dias de trabalho. Quando o Dr. Armando chamava o Sr. Antônio em seu gabinete e o víamos descer as escadas sem a sua inseparável bengala, podíamos esperar: era bronca na certa. O Samuel era o pára-raio da Secretaria, pois recebia as broncas em nosso nome: “Samuel, Samuel, essa Secretaria está ficando pequena para nós dois”.
Aprendi muito com o Sr. Antônio e sou-lhe muito grato.
Temos certeza de que esses mais de 40 anos de serviços prestados à Justiça Mineira o foram com zelo, dedicação e honestidade, e é por isso que nós, seus colegas servidores da justiça, rendemos-lhe eterna homenagem e gratidão.
Parabéns pela honraria e obrigado!
Sacramento/MG, 13 de dezembro de 2005.”
(*) Ivan Rosa Gomides, é Escrivão Judicial