Iracema Alves Mazan, 66 e Hugo Manzan Neto, 72 renovaram as promessas matrimoniais, no altar da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento, a mesma em que se casaram exatamente no dia 28 de maio de 1960. A celebração das bodas ocorreu na Missa das 19h00, no sétimo dia da novena da Padroeira, quando a Igreja refletiu o tema, “A família, célula primeira e vital da sociedade”.
Ela, filha de Francisco Alves dos Santos e Raimunda Teodora dos Santos, ele, filho de Virgílio Manzan conheceram-se numa festa de Santo Antônio, quando ele gritou leilão pela primeira vez .“Conheci Iracema no dia 6 de junho de 1959, na festa de Santo Antônio, na fazenda Tapera. O leiloeiro adoeceu e me mandaram fazer o leilão e, de repente, lá estava ela com 15 anos. Fiquei louquinho por ela. No outro dia, começamos a namorar. No outro dia teve leilão de novo e aí ela foi pra casa dela, lá no Gobbo”, conta, recordando a primeira prenda apresentada no leilão: “Foi um copo de pinga. Era frio demais e eles leiloavam copo de pinga pra esquentar o povo. Eu tremia tanto, estava tão emocionado que o copo caiu”, recorda com uma gostosa gargalhada.
O namoro durou quase um ano. “Logo, logo, lá estava eu na casa dela. Eram uns 20 km, eu ia de bicicleta...”. Iracema recorda que o namoro era em casa. “Meu pai não era bravo e já tinha casado nove filhas, só restava eu, a caçula. Depois de um tempo de namoro, ele pediu pra casar. O nosso casamento foi na Matriz, às 15h00, com o padre Antonio Afonso Cunha”, recorda e Hugo, lembrando que a recepção foi uma festa na fazenda da Loca, onde morava. “Teve festa a noite inteira. Dancei a valsa com ela num poeirão, na cocheira. Tinha gente que só vendo. O tempo antigo era bom demais”.
A data coincide também com outros dois jubileus. “Estou completando 50 anos de casado. 50 anos de leiloeiro e 50 anos de romaria aos pés de Nossa Senhora D´Abadia. Fui a Romaria 50 anos sem faltar nenhum ano. De leiloeiro, só parei no ano passado por problemas de saúde. Mas fiz leilão para todo lado, na zona rural e na cidade, nas escolas. E, antigamente, não havia microfone, era tudo no gogó. Foram muitos leilões, que perdi a conta. As festas eram grandes. Na Água emendada havia um festão, no Chapadão também, Jaguarinha, Quenta Sol, todo mundo me chamava”.
Mas os leilões fortaleceram o amor dos dois e a convivência foi sempre maravilhosa. “Eu ia com ele para os leilões, depois quando os meninos nasceram tive que parar, mas vivemos uma vida maravilhosa, muito boa. Hugo é muito calmo. Moramos muitos anos na zona rural. Era uma vida de muito trabalho. Eu ficava com as lides de casa e Hugo na lavoura”, recorda, com o marido completando:
“- Ela ia levar o almoço e a janta lá na roça e olha que naquele tempo o almoço era às 9h00 horas, a janta às 15h00 horas... Mudamos pra cidade no tempo do 'Pauladinha', ficamos com medo de ficar na roça. Os meninos eram pequenos. A gente vivia assustado, com medo. Viemos pra Cidade e nunca mais voltamos a morar na roça. Mas a vida da gente é boa demais. Os altos e baixos são gostosos e fazem a vida ficar boa e engraçada”, filosofa Hugo, sorridente.
Hugo e Iracema tiveram três filhos, Léia, falecida, Ézio (Marciaelena) e Hélcio (Euripa), que lhes deram quatro netos. “Esses 50 anos valeram a pena, lembro daquele dia como se fosse hoje...”, diz Iracema que junto Hugo dizem: “Casamento é para toda vida, a gente passa dificuldades, tem alegrias, tem tristezas e vai vivendo, mas sempre juntos, superando tudo”, afirmam.