Por algum tempo, um trecho da nova av. Ana Cândida, que liga o Perpétuo Socorro ao Cemitério S. Francisco de Assis, transformou-se num córrego na tarde do dia 23, devido a uma enchente no córrego Jacá, que corta a avenida. A tubulação que dá passagem ao ribeirão foi insuficiente e a água transbordou para dentro da pista até à rotatória, próxima ao ribeirão Borá.
A inundação atraiu muitos curiosos, sobretudo crianças. Um pedreiro, já de idade, morador nas imediações há quase cinqüenta anos recordou a este jornal que, na época da construção da ponte, recordou aos engenheiros que a tubulação era muito pequena, mas não foi ouvido. “Eu avisei. Quando eles estavam fazendo a ponte com esse cano aí, eu disse que a água não ia caber. Eles me responderam que hoje não chove mais como antigamente... E está aí a avenida virou o Jacá”.
A 100 m acima, a enchente passava tranqüila por baixo da antiga ponte do Juvêncio, construída, entretanto, com pilares de cimento e pranchões de madeira. Observando a enchente no local, Da. Raimunda, recordou que há 20 anos só conseguiu salvar uma galinha e seus pintinhos, de uma outra histórica enchente no córrego Jacá. “Um dia, quase seis horas da tarde, deu uma chuva, o córrego encheu e derrubou minha casa. Só salvei uma galinha com pintinhos... Ficamos com a roupa do corpo. Depois a gente achava roupas, nos galhos nas margens o córrego...”, contou.
Ao ver a água sobre a avenida, a prefeitura foi acionada, mas nada podia ser feito. O próximo passo agora é fazer uma análise para saber se estrutura da ponte foi abalada e tentar solucionar o problema, porque segundo os moradores das imediações, essa é a segunda vez que o córrego transborda e enche a avenida. “Isso é perigoso, para os motoristas. A pessoa não sabe desse tanto d'água, vem com o carro e vai rodar aí...”, alertavam os moradores.