Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Falta de recursos quase acaba com Bateria 2000


O empresário Carlos Antônio Pacheco (foto) foi quem criou a Bateria 2000. O sugestivo nome nasceu do ano em que foi fundada. “Com o declínio da bateria do Sacramento Clube, o Pacheco patrocinou a compra de novos instrumentos com o intuito de ajudar. 'Futuramente vocês me pagam, disse ele na época'.

Mas na verdade, acabou por criar a Bateria 2000”, recorda o atual presidente Adão Brasileiro dos Santos que, devido à falta de recursos, esteve para não desfilar com a bateria este ano. “No princípio, tínhamos um carnê onde os “Amigos da Bateria' cooperavam, mensalmente, com R$ 7,00 para cobrir as despesas de vestuário e manutenção dos instrumentos. No ano passado, decidimos não repassar esse carnê, em troca de uma grande promoção durante o ano. Mas pela quantidade de festas da cidade, acabamos levando prejuízo”, conta Brasileiro, informando que chegou a requerer ajuda da Prefeitura, o que também não deu certo, por falta de documentação. “Não somos uma entidade jurídica devidamente legalizada”, justificou.

Diante da crise, a notícia do fim da Bateria 2000 chegou a ser veiculada por rádio local. E, diante do impasse, novamente, entra em cena o fundador e primeiro presidente da Bateria, o empresário Carlos Pacheco, que bateu o pé afirmando que a Bateria iria para a rua. “Eu estava viajando. Quando soube da notícia foi uma surpresa para mim.Liguei para o Adão que, desanimado, me justificou tudo, foi quando partimos para outros meios.

Disse que a bateria iria desfilar e corremos atrás dos patrocínios com os amigos e voluntários. E vamos, sim, colocar a bateria na rua”, afirmou Pacheco, em entrevista a este jornal, lembrando que a bateria foi sempre independente, nunca teve ajuda do poder público e não seria por falta dessa ajuda que não iria desfilar.

Informou mais o presidente Adão Brasileira que o resultado da campanha foi satisfatório e os ensaios já começaram. O presidente fez questão de frisar que a bateria está aberta a todos os batuqueiros e bailarinas que quiserem participar dentro do limite dos instrumentos.

“Não há discriminação. Aliás, a Bateria 2000 chegou a ter essa marca de ser 'bateria dos ricos'. Não é verdade, nunca fizemos exclusão de ninguém. Muitos colaboradores pertencem às escolas de samba da cidade, assim como as meninas bailarinas. Aqueles que não puderem pagar a sua fantasia, a diretoria patrocina, sem nenhuma discriminação”, finalizou o presidente.