Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

E. E. Tancredo Neves é municipalizada

Edição 1188 - 15 jan. 2010

A partir de 1º de fevereiro, a EE Tancredo Neves, que serve a comunidade do bairro Perpétuo Socorro, passa a ser uma escola da rede municipal. A informação foi confirmada pelo secretário de Educação, Prof. Carlos Henrique de Oliveira. “Tomei conhecimento dessa municipalização em BH, durante a Conferência Estadual de Educação – COED, em Belo Horizonte, no mês de novembro. Fui informado por telefone que o Estado estaria entregando a escola para o município”, disse o secretário, em entrevista a este jornal. 

“- Ninguém nos comunicou nada. Diretora, professores todos já  sabiam e já haviam decidido. A prefeitura só ficou sabendo depois. Oficialmente, ficamos sabendo na reunião com a inspetora, inclusive com ata lavrada. Depois dessa reunião com a inspetora, ela pediu uma reunião com o prefeito e expôs os fatos. Depois disso, houve também uma reunião do Conselho Municipal, diretores das escolas estaduais, a inspetora, que fez explanação sobre o que estava acontecendo”, explicou o secretário. 

As razões apontadas por Carlos Henrique está no quantitativo dos alunos e na decisão tomada em ata lavrada após uma reunião feita entre os servidores da escola e a inspetora escolar, Luzia de Melo Rodrigues.  “Convidamos a inspetora para uma reunião e ela nos informou que pelo quantitativo de alunos a escola Tancredo iria perder duas salas de aula, caindo para cerca de 130 alunos. Com esse número, perderia também serviçais e diretor, passando a coordenador”, disse. 

Segundo o secretário, a inspetora Luzia havia feito uma reunião com todos os servidores da escola, mostrando a realidade da situação. “Os participantes da reunião pediram para não expor muito o assunto, com a justificativa de que os professores mais velhos continuariam no Tancredo e os mais novos seriam encaixados nas  demais escolas da cidade, decidindo que lá continuariam as salas de 1º ano, administradas pelo  Estado.  Só que essa possibilidade não foi aceita pela secretaria de Estado da Educação”, informou.

Segundo o professor, a justificativa da inspetora para a não divulgação do assunto era esta: “A de que os servidores da escola temiam que, se revogasse, eles ficariam prejudicadas, ficando sem lugar futuramente.” Ainda segundo Carlos Henrique, a situação dos servidores estaduais está garantida. “Pelo que consta em ata, a inspetora garantiu para todos os professores que eles serão remanejadas para outras escolas do Estado.”

 

Falta de alunos motivou municipalização

 

A  EE Tancredo Neves já vinha capengando há alguns anos por falta de alunos. A solução pode-ria ser encontrada quando a Escola Municipal João Cordeiro veio transferida para a cidade, funcionando em prédio próprio, quando se poderia trabalhar para lotar os alunos na Tancredo Neves. Assim, veio perdendo turmas no governo Joaquim até 2008, quando o prefeito Wesley De Santi autorizou, em 2009, o retorno das turmas à escola, funcionando assim com oito turmas até o 5º ano.

  Justificando por quê a Prefeitura assumiu a Escola Tancredo Neves, Carlos Henrique disse: “Pelo  que nos foi passado, o Estado lavou as mãos. A ordem que chegou foi que o Estado não arcaria mais com a Escola Tancredo. Automaticamente, se o Estado não vai arcar com a educação, cabe ao muni-cípio fazer isso, porque pela Lei, a Educação Infantil e do 1º ao 5º é de responsabilidade do município. O Estado não vai arcar e os servidores concordaram com o que veio de cima, conforme ata assinaram por todos, cabendo assim ao município assumir a escola”, concluiu.

Já a diretora, Guatabira Alves, vendo com tristeza o desfecho que tomou a municipalização da Escola Tancredo Neves, que dirigiu nos últimos dez anos, em reunião com os servidores passou a notícia. “Olha, gente, nós estamos nesta situação, ou vamos lutar, lutar pra continuar, pra ver o que vai dar ou entregar, do contrário, vamos morrer na praia, disse a eles. Depois de muito diálogo na reunião, a opção foi por fechar. Levei a informação à inspetora Luzia, que nos informou, em reunião, que haveria vaga pra todos na cidade. Diante dessa declaração dela, foi que fiquei mais tranqüila, pois do contrário ficaria sofrendo, não seria para mim uma realização profissional, vendo colegas servidores sem lotação” – disse.   

Caso seja consolidada a municipalização funcionarão no prédio da Escola Tancredo Neves a partir de fevereiro, a Educação Infantil e  as turmas de 1º ao 5º anos. E as escolas Tancredo e João Cordeiro serão independentes, passando a zona urbana a ter duas escolas municipais no mesmo bairro.

Sobre a ata lavrada na reunião, com a concordância dos professores, o ET não teve acesso. O secretário Carlos Henrique falou sobre a ata, mas disse que não tem cópia. A diretora Guatabira prometeu entregar à redação uma cópia, mas não o fez, e a inspetora Luzia de Melo não respondeu a emeio deste jornal, que solicitava cópia da ata.