Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Comarca recebe novas juízas

Edição nº 1194 - 26 Fevereiro 2010

Letícia Rezende, natural de Uberaba, já trabalhou em Sacramento no início da carreira, em 1998. “Iniciei na carreira jurídica como defensora pública. Quando cheguei a Sacramento não havia Defensoria Pública organizada, havia um advogado da prefeitura que auxiliava nesse trabalho e hoje vejo ainda a ausência de um defensor e o serviço sendo feito por advogados, fazendo esse nobre serviço na comarca. Retornei a Uberaba após cinco meses e lá fiquei por sete anos, como defensora pública”, recorda.

Letícia ingressou na Magistratura em 2005, em Uberlândia, no Juizado Especial, retornou a Uberaba, onde trabalhou por dois anos, até ser promovida para a comarca de Patrocínio, onde permaneceu também por dois anos. Com o surgimento da vaga em Sacramento, a juíza Letícia pediu remoção. “Sacramento e Patrocínio estão no mesmo nível de comarca,  mas como gosto muito de Sacramento, uma cidade boa de se viver, bonita, pessoas amigas, próxima a Uberaba, decidi pedir remoção”.

As expectativas da juíza são as melhores, assumindo a comarca com um fórum remodelado e tudo novo e já com data marcada para a inauguração. “Chegar aqui com um fórum bonito como esse é muito gratificante. A estrutura aqui já era muito boa, agora está excelente. Assumindo a primeira Vara Civil, que envolve também a Infância e Juventude, estou ansiosa para começar esse trabalho, conhecer as instituições, o trabalho do prefeito, inteirar no meio social, porque para funcionar bem tem que ser um trabalho de equipe. Acredito muito que o melhor a fazer é cortar o ato infracional na raiz, por isso é fundamental um trabalho junto às famílias na educação dos filhos, como prevenção contra a criminalidade no futuro”.

Letícia é casada com Pedro Fernando Castelo Branco. O casal não tem filhos.

 

Juiza Roberta propõe agilidade no trabalho

A juiza Roberta Rocha Fonseca assume a comarca de Sacramento com grandes expectativas. “Espero poder desenvolver um bom trabalho, um trabalho célere, porque não acredito muito na justiça tardia. Quero que a população tenha a resposta que espera do Poder Judiciário, de um trabalho eficaz e rápido que realmente seja capaz de promover a pacificação social, que é o propósito do Judiciário, viver sem conflitos, viver em paz e dignamente”, afirma.

Questionada sobre a morosidade da justiça, a juíza acrescenta: “As pessoas dizem que a justiça é morosa, só que ela não começa aqui no fórum. Ela começa nas assembleias, no congresso, onde são feitas as leis. Nós não  criamos as leis, nós as interpretamos. Possuímos um sistema processual tanto penal quanto cívil muito burocrático e tempos que seguir as fases. A gama de recursos é infinita, quanto maior o poder aquisitivo mais se utilizam disso. Então, não é o trabalho do juiz ou do promotor ou do advogado  que é moroso,  é o trabalho do legislador. A partir do momento que o legislador  oferece tantos recursos, impõe formalidades para que os atos aconteçam, isso gera morosidade. As pessoas têm que voltar os olhos para isso, porque sempre o judiciário é imputado como lento, moroso. Mas lentas e morosas são as nossas leis”.

A juíza promete dar mais atenção ao juizado especial, conhecido também por juizado de pequenas causas. “Ele ficou lento, pela prioridade que a juíza substituta deu aos casos urgentes, réus presos e ações de alimentos, agora retomaremos com todo fôlego esse juizado especial. Acredito muito nesse juizado, que atende com muita eficiência o jurisdicionado menos abastado, porque as pessoas formulam seus pedidos, mas que também têm que ser apreciados com cautela para que o juizado não vire um balcão de negócios. Serei muito criteriosa ao apreciar as demandas que vierem, porque essa avalanche, ao mesmo tempo que provoca uma democratização da justiça, o que é justo, ela também atrapalha aqueles que têm boas intenções. Se formos apurar, o juizado tem sido utilizado, não falo de Sacramento, porque não tomei conhecimento  ainda do que está ajuizado, mas é fato que há casos de agiotagem  e outras práticas que não são lícitas no juizado. Serei muito criteriosa.”

A juíza Roberta  também é natural de Uberaba. Formou-se na Universidade Federal de Uberlândia, em 1995, atuou na advocacia por dois anos e passou a assessorar a Procuradoria Geral de Justiça, até ser aprovada no concurso do Ministério Público na Bahia e, por cinco anos e meio, atuou como promotora de Justiça, até a aprovação no concurso de Magistratura em 2005.

“Iniciei na Magistratura em Uberaba, no Juizado Especial, por três anos. Aí fui como juíza titular da comarca de Presidente Olegário e lá fiquei um ano e sete meses até ser promovida para a segunda,  em Sacramento”, conta.

Mas Sacramento não lhe era uma cidade desconhecida.“Formei-me junto com Gustavo Ramos e sempre estava por aqui nas férias. Sempre fomos muito amigos. Depois de formados, retornei a cidade para o casamento dele e agora venho para ficar”, recorda.

Roberta é casada com Dinamar Martins e é mãe de dois filhos. A família fixa residência em Sacramento. “Vamos residir aqui e tenho certeza de que a cidade nos acolherá”, finalizou.