O Panela FC entrou em campo para a final do Amadorão, no domingo 5, para a disputa do título com a Sak´s, com a vantagem de perder por um gol. Uma regra estranha do campeonato que dá essa vantagem ao time de melhor campanha, ao invés de prorrogação ou cobrança de pênaltis, o que é o costume.
O Panela podia perder por até um gol de diferença, mas encontrou um adversário aguerrido, que com um gol de Edgar abriu o placar no começo do primeiro tempo. O Panela logo reagiu e Vitor balançou a rede, 1x1. A Sak´s que precisava de no mínimo mais dois gols deu o sangue, ainda no primeiro tempo, o atleta-técnico da equipe, Afrânio Marques marcou o segundo e virou o jogo. Mas para ser campeã, precisava de mais um gol, por conta daquela regra da 'melhor campanha'. Mas não deu.
No segundo tempo, a Sak´s apesar de partir para o ataque em busca do terceiro gol, viu o favoritismo do Panela se confirmar ao empatar o jogo em 2x2, com o gol de Dan Dan. E foi mesmo o gol da vitória, já no finalzinho da partida. Pouco depois foi só correr para o abraço.
Panela Futebol Clube, comandada por Robervani Borges, sagrou-se campeão do Amadorão 2016 com os atletas: Paulo Roberto, Carlos Henrique, Marcelo, Helder, Jonathan, Leandro, Túlio, Gustavo, Pablo, Flávio, Marcos Jr, Danilo, José Fernando, Weder, Leonardo, Victor, Sudário, Renato e Richard.
A equipe vice-campeã Sak´s, jogou com Duane, Francisco, Jair, Afrânio, Matheus, Waldir, Victor, Patrick, Clarkson, Abinael, Rômulo, Jorge, Clebson, Fabrício, José Alan, Edgar, Danilo e Wesley.
A premiação individual foi para o artilheiro João Donizette (XIII de Maio A), com 16 gols; Atleta Destaque, Edgar (Sak´s) e Melhor Defesa, Thiago Zandonaide (XIII de Maio A) com 6 gols sofridos durante o campeonato.
Técnicos avaliam equipes
Afrânio Marques, centro avante da Sak´s é também o técnico da equipe, auxiliado por Anderson Ramalho e Leandro Pires, avalia positivamente o campeonato, elogiando a vinda de um árbitro de renome, mas tem uma crítica:
“- Minha critica é com o regulamento e não é porque precisávamos ganhar por 2x0, não, é que em lugar nenhum existe isso de 'a melhor campanha' ser campeã. Em todo lugar a decisão é nos pênaltis... Eles apresentam o regulamente, mas na hora do questionamento, eles colocam em votação, entendo que não tem que votar é fazer o regulamente e pronto”.
Segundo o atleta, os times mais fortes fazem sempre uma melhor campanha e, por isso vão votar por esse critério de desempate. “É natural, entendo, votar para um critério que vai beneficiar o time, mas não acho certo. E outros que nem sabem direito o que é 'melhor campanha' e não têm chance são manipulados a votar com os grandes. Éramos dez equipes e eu fui o único a votar contra. Para mim, hoje, aqui, independente de nós ou eles com melhor desempenho, a decisão deveria ser na prorrogação, na penalidade máxima, isso daria até mais emoção”.
Sobre a sua equipe, a Sak´s, não teve um início bom de campeonato. “A Sak's começou meio conturbada, não fomos bem nos primeiros jogos , mas vimos crescendo até chegar à final e entendo ser merecido, pois montamos um time com atletas sacramentanos, enquanto a maioria dos times não fazem isso, trazem jogadores de fora. Nós decidimos confiar nessa molecada prata da casa, só temos três atletas de fora e estamos aí como vice-campeões. Na vida as coisas não são fáceis e essa final veio para coroar o nosso trabalho, a nossa vida e toda essa melecada . É uma vitória de todos nós juntos”, reconheceu.
Robervani: “O mais difícil é segurar a emoção”
Robervani Borges (foto), ex-goleiro do Panela e estreante como técnico da equipe destaca que a equipe começou o campeonato positivamente. “Entramos pra valer, mas tivemos trabalho. Temos os 22 atletas todos em condições de serem titulares e tivemos momentos de muita conversa para manter sempre o espírito de equipe. Sabíamos que esse jogo de hoje não seria fácil e teríamos que manter a calma...”, avaliou, muito feliz na pela comemoração.
Sobre o campeonato em si, Robervani elogia a organização. “Tivemos equipes muito equilibradas, grandes jogos e agora culminando com a presença de um grande árbitro, o que para nós, estando na final, é uma honra. Isso é motivo de orgulho”, elogia e revela, que como técnico, “o mais difícil é segurar a emoção. Até o ano passado eu era goleiro e hoje ver o gol quase sair ou levar um gol é muita adrenalina”.
Etapa vencida com sucesso
O secretário de Esportes Fabrício Stival (foto), prestigiando a final do campeonato, faz uma avaliação altamente positiva do trabalho da secretaria até o momento. “O Amadorão é o mais longo campeonato que temos, começou em março com dez equipes e culmina com duas equipes novas no futebol sacramentano, o Panela e a Sak´s, o que vem comprovar que o futebol é uma caixa de surpresas e que o jogo é jogado dentro das quatro linhas. Foi um campeonato que teve poucas ocorrências, apenas um W.O. e que mostrou jogos de alto nível”, avalia.
Sobre a presença do arbitro Cléber Wellington Abade destaca que é um presente para a cidade. “Para este jogo final, trouxemos o Abade, pessoa de renome na arbitragemCom ele, temos dois árbitros auxiliares, ambos da Federação Paulista de Futebol, Leonardo Marchiori e Fernando Moreira, pessoas que sabem tudo de futebol, de regras e, que só vêm enriquecer a final do campeonato”.
Este é o último Amadorão da atual administração e, de acordo com Stival, a programação anual não muda nada. Dia 9 de junho, iniciamos as inscrições para o Copão Infantil e, em agosto, iniciaremos o Ruralão. E assim com as demais modalidades, vamos manter a programação normalmente, independentemente de ser ano político”, afirmou.
Árbitro elogia competição e pede investimentos no esporte
A partida final do Amadorão que deu o título ao Panela, além do jogo em si, teve como atração, a arbitragem de Cléber Wellington Abade, da Federação Paulista de Futebol e aposentado da CBF, que simpaticamente conversou com o ET, falando de sua atuação na primeira e segunda divisão e grandes competições como Palmeiras x Boca Juniors e seleção Olímpica do Brasil, nos 15 anos de CBF, que resultaram em 511 jogos oficiais.
Por si só, a sua presença em Sacramento foi honrosa para os desportistas. Ao falar de sua visita à cidade para apitar o jogo final do Amadorão, inicia fazendo um agradecimento.
“- Ser convidado para participar de uma final representa o reconhecimento pela minha carreira e a oportunidade de conhecer a cidade. Estivemos visitando pontos turísticos e me encantei com a Gruta dos Palhares... Segundo, parabenizo a iniciativa da organização em buscar um trio de arbitragem renomado para fazer fechar com chave de ouro desse campeonato que é tradicional”, afirma.
O experiente Abade, que é bancário e analista de arbitragem na Federação Paulista de Futebol e coordenador de vários projetos, na sua mensagem aos sacramentanos, fez um apelo aos órgãos públicos e empresas privadas para que invistam no esporte.
“- Investir no esporte significa redução de custos na saúde, na área social, na segurança, então varias secretarias poderiam doar um pouco de sua receita para o esporte e cultura, focando nas crianças para aprenderem diversos esportes nas escolinhas, aprenderem a usar instrumentos musicais, levá-los a participar de teatro, banda de música. As crianças de hoje são os que vão tomar decisões no futuro, então é preciso que todos tenham a percepção de que esporte e cultura ajudam na vida das pessoas”, sugeriu.
Questionado sobre o que é arbitrar um jogo amador em Sacramento e um jogo oficial, Abade garante que a responsabilidade é a mesma. “Venho com a mesma responsabilidade, com certeza. Para mim, a diferença é a imprensa.
Aqui eu não tenho 36 câmeras e televisões transmitindo, mas tenho a responsabilidade de manter o meu nome em qualquer evento, seja oficial, amador ou sub-11... Minha responsabilidade é a mesma. A minha preparação é igual. Um dia antes, chego ao local, vou conhecer e analisar as condições do campo, ou seja, a preparação e a responsabilidade são as mesmas, porque tenho um nome a zelar”, frisou o árbitro em entrevista.
Cléber Wellington Abade, embora aposentado pela CBF, ainda é o instrutor de árbitros da Confederação. Cursa atualmente a terceira faculdade no curso de Educação Física e, há 28 anos é bancário numa importante instituição, organiza eventos de categorias de base, em diversos municípios de Minas e São Paulo. E, concilia tudo isso com a vida familiar. Abade é casado há 27 anos, pai de duas filhas.
CAS/Visafi desfalcado caiu na semifinal
Fabiano Rezende Rodrigues, um dos diretores do Clube Atlético Sacramentano, dono do melhor estádio da cidade, o João Cordeiro, que cedeu suas dependências para a final do Amadorão, afirmou que o CAS caiu na semifinal por conta da ausência de vários atletas. O Atletico/Visafi tinha um time muito bom, montado com o apoio de meu primo, muito bem relacionado com atletas das cidades vizinhas”, explicou, mostrando os desfalques do time.
“- Nessa partida que nos levaria a final, perdemos alguns bons atletas. Nosso camisa 10 havia quebrado a mão num jogo em Franca, outro foi jogar em Uberaba, outros três também não puderam vir, um volante foi expulso, então ficamos desfalcados. Mas não vamos desistir, o Atlético ainda vai trazer um título no campo, como fez no futsal. Parabenizo as equipes que chegaram à final, aos organizadores e no ano que vem estaremos juntos novamente'.
Fabiano justificou também o mal estado de conservação do Estádio João Cordeiro, alambrado arrebentado, bancos quebrados, gramado ruim, iluminação sem os cabos de energia... “É verdade. As dificuldades são muitas, especialmente a falta de dinheiro para fazer a manutenção de um estádio como este. Mas esses danos recentes fazem parte de um projeto de revitalização do estádio. Fomos obrigados a cortar as árvores, já condenadas pela idade, que caíram sobre o alambrado e o danificou, assim como a rede elétrica dos postes de iluminação. Só estamos esperando o final do campeonato para iniciar o plantio e daqui a quatro, cinco anos, teremos novas belas árvores e os danos reparados”.