Com uma histórica goleada, 5 x 0, sobre a AABB, na manhã do último domingo, o Areião está a um passo do título. Mas para o técnico, Véi,, não tem nada disso. “A vitória nesse jogo em casa com esse resultado nos dá uma vantagem boa. Mas não estamos nos considerando campeões do Amadorão. Falta um jogo, e na casa do adversário. Então, estamos com os pés no chão e vamos fazer esta partida final pensando no título, mas sem sapato alto”, ponderou.
Falando sobre a possibilidade da AABB interpor algum tipo de recurso pelo fato do Areião ter jogado no Estádio Juvêncio Bizinoto, onde detém o mando de campo, mesmo sendo punido com quatro mandos de campo, por indisciplina da torcida, Véio disse que o bairro fez o pedido, que foi aceito pela Comissão Organizadora, que tem autonomia para julgar. “Então, não há o que temer. E depois a AABB compareceu ao jogo. Quer dizer que ela aceitou. Não vejo como interpor recurso agora”, afirmou.
Regulamento abre exceção
Em resposta ao ET, a comissão organizadora reconheceu a violência, mas diante do clamor da comunidade, abriu uma exceção. “Para tanto abriu esta exceção, que não será regra e vai reforçar a segurança no sentido de que as autoridades competentes possam punir com os rigores da lei aqueles que por ventura colocarem em risco a integridade de jogadores, arbitragem, organizadores e público em geral.
Ressalte-se ainda que a decisão de manter o jogo no estádio Juvêncio Bizinoto, neste primeiro jogo da final, não anula as medidas outras de apuração e punição”.
Véi: ‘‘Sem sapato alto’’
Para o técnico do Areião, Anderson Ramalho, o Véi, “o grito 'É campeão!!' está entalado na garganta da torcida alvinegra há 18 anos”, mas diz que é cedo para comemorar e todo o time está com os pés no chão. “Entramos com o intuito de ganhar , incentivamos o pessoal, a torcida ajudando, partimos pra cima e tivemos este resultado, 5x0, mas o campeonato não acabou, ainda falta um jogo, não vamos entrar de sapato alto, vamos entrar pra jogar. Temos que ganhar o jogo pra depois comemorar”, pondera.
Torcedor da AABB
Se, por um lado a decisão da comissão em manter o jogo no Estádio Juvêncio Bizinoto ajudou a equipe e sua torcida; por outro, desagradou muito mais, porque para muitos atletas, o Areião Esporte Clube havia sido advertido três vezes, nos jogos contra o Vila Nova, o News Old Boys e o 13 de Maio. Mas não houve recurso por parte da AABB, que aceitou com espírito esportivo o perdão dado ao Areião. Ficaram apenas insatisfeitos.
Sobre a questão, o presidente Anderson Ramalho explica que diante da perda dos quatro mandos de jogo, a equipe entrou com recurso e provou que não houve irregularidade. “Nós recorremos e provamos que quem provocou o problema no jogo não foi torcedor nosso.
‘‘- Descobrimos, corremos, fomos atrás e procuramos nossos direitos. Quem fez isto lá foi um torcedor da AABB, não vou revelar nome, mas sei quem é, e temos testemunhas. Agora, da mesma forma que temos o direito de recorrer os outros também têm. Nós recorremos, fomos atrás dos nossos direitos e jogamos no nosso campo. Os outros dirigentes também têm o direito de ir atrás de seus direitos”, comentou Véi.
Juninho: ‘‘Houve consenso para não interpor recurso’’
Para Alaor Urbano Jr., Juninho, técnico da AABB, o fato da comissão organizadora ter descumprido o regulamento, em nada denigre a imagem do Amadorão. “Eu já havia elogiado o Campeonato em outras oportunidades e reafirmo agora, novamente”, disse, ressaltando as disputas mais acirradas pelo número menor de equipes, com um público maior e mais vibrante.
Referindo-se diretamente à mudança do regulamento em última hora, favorecendo a equipe do Areião, Juninho reconheceu que “havia documentos e registros que mostravam as irregularidades (como a súmula, por exemplo), além da própria punição do regulamento. Fizemos uma avaliação e tivemos o consenso (eu e os atletas) de acatar a decisão soberana da comissão organizadora, mesmos estando insatisfeitos com essa determinação”.
Afirmou também, na entrevista concedida ao ET que “esses fatores extra campo atrapalham qualquer competição e em qualquer lugar que se realiza a partida. O que se deve procurar é a integração e a união. O esporte coletivo proporciona isso: descontração e novas amizades. Torcer e vibrar são uma coisa. Agressão é outra e a violência não cabe em lugar algum”.
Sobre o time da AABB, que chegou mais uma vez à final, partindo para o nono título do Amadorão, Juninho definiu sua equipe, a exemplo dos anos anteriores, como “forte e competitiva, lógico que com deficiências como qualquer outra, mas o nosso objetivo sempre foi procurar o título, o que nem sempre aconteceu.
Explicando a histórica goleada, o treinador depositou os méritos na equipe do Areião e a falta de disposição de seus atletas, que não foi a mesma dos jogos anteriores. “Nada dava certo. É o tipo de partida que se devem avaliar os erros e tirar proveito dela encima desses erros, mas que deve ser esquecida pra sempre”, afirmou, com esperanças de reverter o resultado e conquistar o título.
“- Neste jogo de domingo, devemos ter uma mudança radical, já que teremos que reverter um placar elástico do primeiro confronto. E essa mudança estará vinculada principalmente á vontade, á garra e a determinação que irei cobrar dos meus atletas. Iremos redobrar na disposição em tentar reverter aquele placar. Sei que é difícil, mas não impossível e vontade não vai faltar”, concluiu.
Um dos atletas da AABB, falando sobre a maior goleada sofrida pelo time na história no Amadorão, justifica que a equipe entrou desmotivada, desanimada. “Jogamos, mas não como devíamos. Vamos com tudo para o jogo de domingo, vamos ver no que dá”, promete.
Para o atleta, que pediu para não ser revelado, o fato de um torcedor da AABB ser o culpado da indisciplina nos jogos do Areião, ele não acredita. “É difícil acreditar que um torcedor que nada tem a ver com um jogo vá fazer bagunça no campo dos outros. Espero que depois do campeonato, comissão e dirigentes se sentem para colocar os pingos nos is. É difícil aceitar essa justificativa. Fosse eu, interporia recurso’’.
Até agora, Marcos Júnior do Areião é o artilheiro da competição com 8 gols marcados. Waldir Júnior (CAS) e Laerte Neto (13 de Maio) tem sete gols.