Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Festa abebeana no Amadorão

Edição n° 1272 - 26 Agosto 2011

 

Show de bola na final do Amadorão 2011 - Campeonato Municipal de Futebol Amador, entre AABB e Tesoura de Ouro 1. Para a torcida que marcou presença na AABB, dá-lhe nervos de aço. Também pudera. Tesoura de Ouro fechou o placar no primeiro tempo,  2 x 0, gols de Boda e Motorzinho. Parecia tudo estar consumado, com a expectativa de ampliar o placar. Esse era o clima!

Era! Porque a garra do time do bairro Perpétuo Socorro perdeu a fúria inicial, deixou de correr e se entregou, cedendo o empate e a vitória à equipe da AABB.  Sabe aquela história do samba do Jorge Aragão: “Levanta, sacode a poeira e dá volta por cima”? Pois foi o que aconteceu. O jogador francano, Diogo, deitou, rolou e sambou na zaga sem marcação do Tesoura e fez os três gols, para delírio da torcida abebeana. 

Antes do terceiro gol de Diogo, o Tesoura de Ouro chegou a fazer mais um, mas o gol foi anulado pelo árbitro da CBF (isso mesmo, juiz da CBF apitando jogo em Sacramento), Alício Pena Jr, 43, confirmando o impedimento do bandeira, Carlos Renato. Não deu outra uma revolta tomou conta dos torcedores do Tesoura que tumultuaram a bela final, até então um jogo com poucas faltas e respeito ao adversário. Mas o atleta do Tesouro estava mesmo em condição de impedimento.

Diogo, que finalizou as jogadas e deu a vitória à AABB, levou o troféu de artilheiro com 15 gols. A melhor defesa também ficou com a AABB, o troféu foi para o atleta, Viola Vicentini.

 

 

O árbitro Alício Pena

 

Destaque para a arbitragem da final ficou a cargo do  profissional da CBF, Alicio Pena Junior, auxiliado por Carlos Renato e Nugett.   Alício Pena Júnior, 43, mineiro de  São Gotardo  é um árbitro de renome brasileiro e internacional. Fez parte do quadro de árbitros da FIFA entre 2003 e 2009 e de lá pra cá  está na CBF. 

Alício de bom grado aceitou o convite do secretário Djé, mesmo tendo atuado em duas partidas do Brasileirão, na terça-feira, Ceará x Gêmio, em Fortaleza, pela série A e na sexta-feira, em Natal, pela série B, ABC x Ponte Preta.  

Após o assédio dos fãs, o arbitro conversou com o ET. “O futebol amador tem a característica de muito amor à camisa, muita disposição e entrega e aqui nao foi diferente. Uma final muito disputada e acredito que pudemos contribuir com um bom trabalho, mesmo com decisões que trouxeram polêmica para a partida, mas que na minha opinião acertadas. Vim a convite do André,  já sabendo do nivel das equipes e tivemos esse bom jogo aqui, com um nível muito bom”, avaliou. 

 

 

Nika: 9 títulos em 14 anos

 

Marcelino Rodrigues, o Nika, diretor de Esportes da AABB há 14 anos,  comemorou o nono título, em 11 disputas do Amadorão.  “É uma vitória muito gostosa! Foi jogo lá no campo do Areião, jogo aqui. No jogo de ida da final  encaramos um empate, mas hoje  conseguimos a vitória. É mais um título para a AABB. São 11 disputas do títulos e nove vitórias. É muita felicidade”, diz eufórico, ao lado do artilheiro,  Diogo Barbosa Garcia, 27. “Esse jogo foi a culminância do campeonato inteiro que fizemos. Não podíamos deixar escapar vitória. Tínhamos a artilharia, a melhor defesa, a melhor campanha, tivemos dois empates e o resto foram vitórias, isto é, tudo pendia pra nós e dependia  de nós”, destacou Nika. 

Alex Vinício Bovi, o Alex Cabeleireiro presidente das  duas equipes  Tesoura de Ouro 1 e 2. O Tesoura de Ouro 2 não chegou nem às quartas de finais, mas Alex reconhecendo a boa atuação do Tesoura de Ouro 1, a boa campanha ao longo do campeonato, lamenta a derrota “o pessoal jogou bem, é uma equipe aguerrida, mas falhamos em alguns pontos e perdemos o título.  No esporte é assim, alguém tem que perder pra outro ganhar, mas vamos dar a volta por  cima e no ano que vem estaremos aqui firmes. Não vamos desistir, não, o mais importante de tudo é a participação. Terminamos esse campeonato e vamos começar o nos preparar para o Copão de Férias, esporte é isso: garra, dedicação, vontade, disputa, perdas e vitorias”. 

Para o jogador Diogo que veio de Franca reforçar a equipe abebiana, o campeonato foi de alto nível. “Os jogos da semifinal foram iguais aos da final, disputadíssimos, com  equipes muito boas, mas hoje Deus nos abençoou e, felicidade pra mim que joguei aqui pela primeira vez. Convivi nesse campeonato com muito bons atletas”, disse, completando: “Hoje apostamos na falha do adversário. Vimos que o Tesoura de Ouro 1 joga bem no primeiro tempo e caiu no segundo e esse foi um fator fundamental para a nossa vitória”. 

 

 

Comentário

 

Com todo o respeito ao árbitro Alício, ao diretor Nika e ao artilheiro Diogo, que avaliaram o jogo como de 'alto nível', essa não é a opinião do ET. Dizer que foi uma belo jogo, não. Uma bela final, sim. Pela festa, pelo evento, pela movimentação. E pelo Esporte. Pelo trabalho de cada diretoria, empenho de cada atleta, pelo apoio da secretaria de Esportes, que deu nova vida ao futebol amador na cidade, movimentando nossas manhãs de domingo, nesse último governo, através do secretário André Afonso – Djé. Sim, por tudo isso, foi uma bela festa. Um belo jogo, não! 

Que fique claro, já não se vê grandes jogos como antigamente. Quando equipes tradicionais como CAS, XIII de Maio e Marianos formavam bons elencos, com treinos semanais, toques de bola, táticas de ataque, de defesa, meio de campo comportado e sabendo cada um a sua função... 

Enfim, o entrosamento e o esquema tático acabaram. Foi o tempo. Acabou tudo. O que se viu no jogo AABB x Tesoura de Ouro, sem desmerecer o esforço, o talento individual de muitos e muitos atletas, não apenas dessas duas equipes, mas de todas as outras que iniciaram o Amadorão 2011, foi uma correria desenfreada, com chutão prá frente, como uma 'rachão'. 

Ao técnico, depois de algumas orientações no vestiário, quando há, não resta nada a fazer a não ser gritar, orientar a equipe aos berros ali de fora do gramado, consciente de que está fazendo ali o papel de um heroi, cujas chances de vitória ou derrota são uma conseqüência mais da sorte do que da tática. Ganhou o jogo quem teve mais perna. Só isso.  

 

 

Vitorioso, Paiúdo pendura as chuteiras

 

Festa para Marquinho Paíúdo (Gilmarcos dos Reis), 40, que encerrou sua atuação no esporte e vitorioso no jogo de encerramento da carreira .“São mais de 25 anos de bola, sem contar o tempo de criança. É triste ter que abandonar, mas não dá mais, infelizmente chega uma hora que a gente tem que parar, o corpo não agüenta mais. Depois está na hora, os meninos estão crescendo e está na hora de dar oportunidade pra quem está chegando. Agora vou torcer para as equipes”, afirmou. 

Por outro lado, Paiúdo sai com a alma lavada. “Estou triste por ter que sair, mas saio feliz com essa vitória. Tivemos uma boa campanha, mas foram jogos  difíceis. O jogo de ida terminou no 2x2 hoje,  estávamos perdendo por 2x0, mas conseguimos reverter e levantar o caneco, graças a Deus!”. 

 E, para coroar o sucesso do jogo e da carreira, Marquinho Paiúdo foi acompanhado de perto pela família, os irmãos, filhos, sobrinhos, cunhados e muitos amigos. Fechou com chave de outro seu ciclo no futebol amador. Parabéns!

 

Prefeito: 'exemplo para futuras gerações'

 

Prestigiando a final do Amadorão, o prefeito Wesley De Santi de Melo, acompanhado do secretário de Esportes, André Afonso Djé, destacou a boa performance dos atletas, dos jogos e do campeonato em si. “O Amadorão esteve um pouco apagado, desmotivado e agora a prova está aí com equipes empolgadas, participativas, motivadas. Um campeonato muito bem organizado, muito bem dirigido e os atletas merecem todo esse apoio, por todo seu empenho e dedicação. Estamos com esse investimento mostrando exemplos para as futuras gerações, que andam hoje tão carentes de exemplo. Temos que fazer investimentos no esporte, trazer a população para  os jogos, sobretudo os jovens, porque o nosso esporte sempre contou com excelentes atletas que servem de exemplos para essa meninada das categorias de base. Só tenho que parabenizar a secretária de Esportes e as equipes pelo brilhantismo do campeonato”, 

De acordo com Djé, toda a organização do Amadorão, como de outros esportes, é da Prefeitura. “Nossa participação vem desde as bolas, arbitragem, redes, enfim todas as despesas correm por conta da Prefeitura e, cabe às equipes se preparar e fazer essa festa que vemos aqui”, disse.