Depois da estrondosa vitória do Sollys/Osasco contra o Unilever/Rio, no dia 18, nada melhor que o 'colo' de mamãe e papai para repor as energias. E foi isso o que Camila Brait fez nesse final de semana, aportando por aqui para curtir as bênçãos da terrinha. E enquanto Camila conversava com o ET, na tarde da segunda-feira, ainda sem saber sobre sua convocação para a seleção brasileira, muita coisa estava acontecendo nos bastidores. A Confederação Brasileira de Voleibol – CBV anunciava no seu site: “Sollys Osaco cede sete atletas para o Gran Prix”. Camila Brait é uma das sete atletas do Sollys Osasco a ser cedida para integrar a seleção brasileira a partir do dia 03/05. A seleção canarinho treinará para a disputa do campeonato entre 6 a 29 de agosto. Além de Camila foram convocadas a levantadora Ana Tiemi, as centrais Adenizia e Thaisa, as ponteiras Jacqueline e Sassá e a oposto Natália. Veja a entrevista.
ET – Em algum momento, você sentiu que o jogo estava perdido, por exemplo, no 'taibreik', quando começaram perdendo por 4 a 0? O Luizomar depois pediu tempo, vocês viraram o jogo... Mas o que ele falou pra vocês?
Camila - Em nenhum momento senti que o jogo estivesse perdido. Combinamos no vestiário que mesmo que estivesse tudo perdido, não iríamos desistir, que não entregaríamos o jogo, ou seja, decidimos que lutaríamos até o final. Começamos perdendo e o Luiz pediu tempo e falou: 'Agora é tudo ou nada. Treinamos o ano inteiro prá esse Jôgo. Em dez minutos vamos decidir o ano todo. Acho que na hora passou um filme na cabeça de cada um da final do ano passado, que fomos vice... A gente falou, não, não vai ser dessa vez de novo. A Natália bateu a mão no peito e... virou tudo tudo ...”.
ET – Falando no técnico Luizomar de Moura, ele é daqueles que têm aqueles chiliques e sai esbravejando com todo mundo?
Camila - O técnico ajuda muito e Luizomar não é um daqueles técnicos que se descabelam, ficam nervosos e descontam no time... Ele é tranquilo, impõe o que quer e, numa final de campeonato, ele tenta passar pra gente a calma, segurança, pra todo mundo fazer o que sabe. Ele sabe que não adianta ele chegar, gritar, espernear, ele passa tranqüilidade.
ET – Entre todas as suas atuações nessa Superliga, você acha que essa final foi a que esteve melhor?
Camila – Olha, essa Superliga foi muito boa pra mim... Eu venho de uma primeira experiência na principal seleção brasileira que me valeu muito. Nunca havia sido convocada para a Seleção adulta e quando voltei, estava mais madura. Fabi me deu muitos conselhos, me ajudou muito. Essa, sem dúvida, foi minha melhor atuação.
ET – Qual foi a sua emoção naquele ponto final vindo de uma bola fora, acho que da Mirna?
Camila – Nossa, eu nem sei... O ponto final! Esse foi emocionante! Na hora a gente nem vê, nem sabe o que sente. Estava todo mundo esperando a defesa e a bola foi pra fora. Na hora eu não acreditei. Passa um filme na cabeça da gente, porque é todo dia levantando cedo, malhando, treinando, ralar na quadra, dando o máximo. Valeu a pena cada minuto extra ali na quadra, depois do treino, para esse jogo. Foi muita emoção.
ET – O prêmio de melhor atleta foi para a Jacqueline, você não acha que a Natália mereceu mais, não?
Camila - Os prêmios são entregues por indicação da CBV, o critério é deles. Com certeza, a grande atuação da Natália, foi decisiva no jogo, ela fez 28 pontos. No taibreik, dos 15 pontos, ela fez 9. Depois ela levou cartão amarelo. Não sei se eles avaliaram pelo campeonato inteiro, mas se foi o jogo de domingo, ela merecia o prêmio.
ET –A quem você oferece esse troféu de campeã da Superliga?
Camila – Primeiro, aos meus pais, Celso Brait e Cleydes, ao irmão, a galera de Sacramento, ao namorado e a todos os que torcem e torcem por mim. Mas principalmente a Deus, porque sem Ele não teria acontecido nada disso. E, claro, à Bethânia, também... Por isso, agradeço a todos pelo carinho.
ET –Quando você recebeu a bandeira de Sacramento e desfilou com ela no pódium, você lembrou daquele início aqui em Sacramento?
Camila – Nossa, lembrei da Bethânia na hora. Quando eu tinha começado, eu tinha saído do vôlei, tinha desistido. A Bethânia veio aqui em casa, quase que me levou pelo braço, ficou insistindo, insistindo, insistindo, me ligava todo dia até eu voltar. Eu voltei e ela começou a me treinar de líbero, falou que ia dar certo. Na hora ali, eu lembrei demais dela, nossa.