Muitos olhares se voltaram para o céu sacramentano na última segunda-feira. Muitos tentavam identificar os objetos voadores, outros admiraram o show dos pilotos desse esporte radical, o voo livre no parapente. Cerca de 53 atletas aterrissaram – ou marcaram o seu gol, como dizem - em um pasto gramado ao lado do trevo da MG 190, no bairro Santo Antônio, proporcionando um espetáculo que atraiu muitos curiosos.
O voo fez parte da última etapa do Campeonato Nacional de Parapente, que encerrou nesta sexta feira, em Araxá. Foram sete dias nos céus, entre os dias 3 a 9 últimos, com a saída da nova rampa, em Araxá, alternando cada dia num local, obedecendo as condições de vento de cada local.
Para Marcelo Almeida, presidente da Associação Brasileira de Vôo Livre, “a prática do parapente é, provavelmente, a forma mais pura que um ser humano pode utilizar para voar. É silencioso e prático: com um equipamento feito essencialmente de tecido e linhas, o piloto voa por distâncias enormes. Onde ele pousar, basta dobrar o equipamento, colocar na mochila e sair andando”, resume.
Informa Almeida que o esporte surgiu na França no final da década de 70, com paraquedistas decolando com pára-quedas de encostas de montanhas. “Hoje, após um desenvolvimento tecnológico considerável, os parapentes se tornaram verdadeiras aeronaves, capazes de planar por centenas de quilômetros. O recorde mundial de distância hoje está acima de 400 km.”, disse.
Ainda de acordo com o presidente, o esporte tem crescido muito no país e o estado de Minas Gerais é um dos melhores locais para a prática, devido ao relevo. A primeira etapa, que iniciou com 125 pilotos, aconteceu em Castelo no Espírito Santo (8 a 15/08) e a segunda e última é esta agora, que partiu da rampa de Araxá com o gol, ou linha de chegada, aqui em Sacramento”, disse, elogiando a região. “Essa região de vocês aqui e o estado de Minas Gerais são excelentes para o vôo livre. O relevo gera muitas correntes térmicas ou de ar quente, que são aquelas correntes que a gente olha e vê o urubu rodando sem bater as asas. Isso é o combustível para parapente. Minas e Ceará, são as duas melhores regiões para o esporte”, explica.