Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sarau do Bunitu

Edição nº 1615 - 23 de Março de 2018

Concluímos com essa entrevista, o ‘Sarau do Bunitu’, uma confraternização regada a muito canto, poesia, cerveja... que velhos amigos e amigas de Júlio Gaspar Jerônimo prepararam para ele em sua visita a Sacramento, no último final de semana. Júlio saiu da terra natal em meados de 1996. Para trás ficou a provinciana Sacramento, a família e um grande legado. Seu papel de líder que começou nos bancos escolares onde ocupou a presidência da antiga União Estudantil Sacramentana. Ao concluir o ensino médio enveredou na política como assessor de gabinete do então prefeito José Alberto Bernardes Borges. Formou-se em Direito, ocupou a presidência do Sacramento Clube, provedoria da Santa Casa, e presidência da Câmara... Guinou pelo caminho empresarial, foi a falência, foi sequestrado, passando também por maus bocados... Mas o saldo final foi de vitória, deixando um rastro de valor para todos que o conheceram...

O fato é que, com esse legado Júlio saiu de Sacramento, mas Sacramento nunca saiu dele. No início, periodicamente estava na terrinha, mas as visitas foram se distanciando, ficando até longas demais. Mas como o bom filho, sempre à casa torna, Júlio apareceu de repente para rever irmãos e amigos deixados na terra querida do Santíssimo Sacramento...

Mas sua saída não foi por acaso, conforme revela em entrevista ao amigo e jornalista Walmor j.s. Veja.

 

ET - Rapaz, você demorou dessa vez...Mas vamos começar lá atrás. O que o levou a deixar a cidade?

Júlio - Eu nunca imaginava que um dia iria embora de Sacramento, onde nasci, vivi minha infância, juventude, enfim, onde vive momentos muito felizes. Mas, depois daquele revés com a minha empresa, fui obrigado a arrumar um emprego. E para recomeçar, ingressei no Águas do Vale Náutico Clube, aqui em Jaguara, onde foram surgindo novas oportunidades, pois o grupo tinha um grande parque no Rio de Janeiro e, logo depois, com beto Carreiro e Gugu Liberato, construíram outro em São Paulo. Eu saia daqui na segunda-feira de madrugada, ficava até quarta em São Paulo, seguia para o Rio e retornava no final de semana. 

 

ET - Vendendo cotas para o Águas Quentes do Rio de Janeiro...

Júlio - Não apenas. Com a credibilidade que ganhei na empresa, eles acharam que eu tinha potencial para criar minha própria empresa e assumir as vendas de outros parques do grupo, no Rio, São Paulo e outro recém inaugurado, o Beat Park, em Fortaleza. Encarei o desafio e aí se passaram três anos, quando surgiu o projeto da construção de um novo parque no Rio...

 

ET - O Rio Water Planet, onde você permaneceu por mais de dez anos...

Júlio - Então, você conhece essa história. Fui para o Rio para ficar três anos e acabei levando a família e ali permanecendo por mais dez anos. O parque aquático Rio Water Planet, na época, era o segundo maior parque aquático do mundo, que figurava também como um dos maiores em atrações aquáticas. 

 

ET - A história depois de 2012, quando você foi para Foz do Iguaçu, eu não conheço muito. Vamos partir daí. Como foi essa experiência?

Júlio - Fui para Itaipulândia, cidade há 70 km de foz de Iguaçu. Lá fica o parque Itaipuland Hot Park & Spa Thermal, cuja construção foi iniciada pelo então prefeito Miguel Bayerle, em 2003, com um investimento de R$ 18 milhões, porém sem concluir, assim como o sucessor. E ficou lá aquele elefante branco abandonado por oito anos.  Até que recebemos o convite do prefeito da época, Sidnei Picoli Amaral, para participarmos da licitação destinada a revitalizar e terminar o parque, que tinha apenas 60% das obras concluídas. Vencemos a concorrência com a obrigação de investirmos na obra, no mínimo, R$ 10,1 milhões e de construirmos um hotel. A concessão é válida por 20 anos com direito a prorrogação por mais 20. Isso aconteceu em 2012. 

 

ET - Mas como é que uma Prefeitura pequena como a de Itaipulândia investe R$ 18 milhões e não põe o parque para funcionar?

Júlio - Então!!... Crise, questão de prioridade de governo, não sei.. Mas o Itaipuland - Hot Park é realmente um projeto magnífico. O parque é alimentado por água termal do aquífero Guarani, retirada a 1.030 metros de profundidade, com uma vazão de 100 mil litros/hora, com uma temperatura de 42º, tem propriedades terapêuticas e é usada em cosméticos. Uma coisa fantástica! 

 

ET - Mais um desafio na vida do Júlio Bunitin... Quando concluíram a obra?

Júlio - Tínhamos   até dois anos para concluir o parque e quatro para o hotel, mas concluímos tudo em bem menos tempo, em 2014. Como eu ainda estava no Rio, dividia o tempo, entre o Rio e Itaipulandia, até que o parque ficou pronto e decidi me dedicar ao Itaipuland Hot Park. Fixei residência na cidade e lá estou até hoje. Só que o parque e o hotel nós os ampliamos bastante... As coisas foram acontecendo, foram crescendo e hoje é o Itaipuland - Hot Park, Resort & Spa Thermal.  A água termal nos interessou bastante, porque lá saímos da sazonalidade, que caracteriza a maior parte dos parques, que deixam de funcionar no inverno. Lá não, por ser água quente, funciona o ano inteiro.

 

ET - Hoje, quatro anos depois de pronto, qual a realidade do Itaipuland Hot Park, Resort & SPA Thermal. 

Júlio - É um parque belíssimo. Temos uma área disponível de 450 mil metros quadrados, e estamos ocupando 90 mil m² de área construída, mais estacionamentos e temos ainda uma área útil para ampliação de 290 mil m². O Itaipuland oferece inúmeras atrações tais como toboágua, piscinas com ondas, rio lento, rio selvagem, área infantil com castelo. Temos o maior dinossauro em concreto armado interativo do mundo. As pessoas entram nele e escorregam pela cauda. E, coincidentemente, quem o construiu foi um sacramentano, o senhor Valdevino, que reside hoje em Uberlândia, Ele se especializou na arte de concreto. As obras que ele fez no nosso parque são algo fantástico.   Além de toda área do parque, adquirimos outras áreas no entorno para a implantação de um projeto imobiliário compartilhado, um ramo que vem dando certo no mundo e inovando-se no Brasil.  

 

ET - Vocês furaram um poço com mais de mil metros de profundidade, mexeu no aquífero Guarani... Qual é a responsabilidade ambiental pelo impacto que estão causando?

Júlio - Foi a Prefeitura quem furou o poço. Quando chegamos, em  2012, o poço já existia, aliás foi o que nos chamou a atenção na época e nos motivou a participar da licitação. Claro que ele foi perfurado com todas as autorizações ambientais e todas as licenças e outorgas exigidas. Por conta do parque, fica a obrigação de uso racional, sem desperdício e com reutilização o máximo possível, por exemplo, para irrigação de toda a área verde, limpeza geral e estacionamento. Enfim, o que se perde ali de água é muito pouco. Não existe nada ali sem acompanhamento ambiental, mesmo porque estamos fazendo parte de um complexo ambiental super vigiado. Estou falando do Parque Nacional das Cataratas de Foz do Iguaçu, que tem uma rígida fiscalização. 


ET – Ô, Bunitu, cá prá nós, de amigo pra amigo... Você não tem medo de acontecer lá o que aconteceu com o Águas do Vale? Até hoje tem gente querendo vender título e não vale nada... (risos). 

Júlio – Não, pelo contrário, aqueles que compraram título no início, hoje perceberam que fizeram um grande investimento. Valem muito mais. E até porque o grupo tem mais de 20 anos no mercado, com um grau de confiabilidade e credibilidade muito grandes. Tudo o que e feito é devidamente registrado. Por exemplo, um sócio que adquiriu a cota de um bloco X do hotel, que lhe permite utilizar o parque durante todo o ano, caso queira, ele pode, a qualquer tempo, permutar essa cota para outras temporadas em outros hotéis da rede. Por isso somos ligados à RCI (Resort Condominiuns International), líder mundial em Intercâmbios de Tempo Compartilhado, que tem mais de seis mil hotéis no mundo e é isso que hoje garante o funcionamento de parques aquáticos  no mundo. 

 

ET – Bom, pelo visto, o Itaipuland vai prendê-lo por uns bons anos... O que não pode acontecer é você deixar de visitar sua terra natal... Faz cinco anos que não vem aqui, o seu rastro foi muito forte por essas beiras do Borá.

Júlio - Sim, até minha casa era na beira do Borá. Às vezes fico pensando e passa um filme na minha cabeça, dos anos felizes de minha infância na fazenda do rio das Velhas, a Escola Coronel, a União Estudantil Sacramentana, a Santa Casa, o Sacramento Club, Os Demônios d'Uruvaio, meu trabalho no governo do José Alberto, minha passagem pela Câmara Municipal... até os reveses que passei como empresário...

 

ET - Hoje, nem União Estudantil Sacramentana (UES) existe mais, há um marasmo do protagonismo juvenil na política imenso, uma vergonha as escolas não abrirem esse espaço para seus alunos, não incentivarem a criação de grêmios, a atuação e participação política dos jovens... Bem diferente de seu tempo, não?

Júlio - Muito, muito...  Na época, os livros didáticos não eram doados pelo governo como são hoje. Cada aluno tinha que comprar de cinco a dez livros... E a UES, para facilitar para os alunos, comprava os livros e vendia com um lucro mínimo, promovia os Jogos de Inverno, formava equipes para participar dos jogos, fazia passeata de protesto... Não tínhamos medo, não. Na sua prisão, na ditadura, lembra, a missa que participamos com a polícia toda vigiando as portas da Igreja. Na saída, prenderam também o Zé Inácio. A UES correu atrás de vocês em BH, com a UCMG...  Tínhamos uma atuação social muito intensa. 

 

ET - Em compensação, na sala de aula, nas provas, o Bunitu não era lá essas coisas, não... Lembra também? (risos).

Júlio - Se me lembro!! Nunca fui um bom aluno, mas sempre fui muito participativo em tudo na escola, fosse nas atividades sociais, esportivas, políticas ou de cunho religioso. E quando assumi a União Estudantil esses trabalhos passaram a ser muito mais intensos. Sem falar da amizade com os professores a quem até hoje cultivo um imenso carinho. Tenho muitas saudades de todos eles. 

 

ET - Foi um primeiro passo para a política partidária...

Júlio - Exatamente. Conheci o José Alberto na primeira campanha política em 1970. Nem eleitor eu era e me envolvi em política, primeiro na campanha, depois como Chefe de Gabinete dele e passei por várias entidades até me tornar vereador e presidir a Câmara. Enfim, as coisas vieram acontecendo com uma vida muito ativa e participativa.  E sempre fiz isso por amor e com dedicação, independente de receber ou não por aquilo. Sinto muito pesar, porque fui embora para ficar três anos, era só um momento, mas esse momento foi passando e lá se vão 22 anos longe da minha terra natal. Isso me trouxe várias mudanças na vida. Fiquei no Rio sozinho e a família em Minas, até que foram todos para lá, depois voltaram para Uberlândia e eu lá. Foram muitos desencontros, a distância incomodou muito, tempo suficiente para custar a separação com minha esposa Marta. A relação de família que era muito grande deixou de existir. Mas hoje tudo voltou ao que era. Os filhos estão criados, graças a Deus, e pude colaborar com a sua formação e todos estão muito bem encaminhados.

 

Walmor - Então, fale deles, temos também saudades...

Júlio - Tácia, a primogênita, com 34 anos, é casada e mora no Rio de Janeiro, me deu uma netinha maravilhosa, a Geovana, que está com cinco meses.  Juliana, com 32 anos, era bancária em Uberlândia e se mudou para o Bradesco Prime, também no Rio, onde se casou, tem duas filhas, a Mariah, com três anos, e há seis meses nasceu a Maetê. Resolveu dar um tempo no trabalho e permanece hoje em casa cuidando das filhinhas. Marta, aposentado , continua no Rio com as filhas...

 

ET - E o caçula Gustavo foi correr atrás das origens da família na Itália... Há quanto tempo está lá?

Júlio - Isso mesmo. É o meu caçulão, já com 29 anos, foi correr atrás de seus sonhos. Aliás, sempre alimentou esse desejo, de conhecer a terra dos avós. Mas antes disso, quando eu trabalhei na Santa Casa, comentava muitas coisas e ele ficava vidrado, tinha paixão pela entidade, queria curar as pessoas, sempre foi muito ligado à saúde... No Rio de Janeiro, ingressou na faculdade de Marketing, conseguiu uma bolsa de estudos para Florença e foi com a cara e a coragem para a Itália. Concluiu Marketing e se formou também em Relações Internacionais, com foco em Saúde. Conseguiu outras bolsas e está concluindo Doutorado na área e trabalhando no laboratório da Roche, na Itália. Começou como estagiário e agora é funcionário efetivo. 

 

ET - Seus sonhos realizados, que bom!! 

Júlio – (Emocionado) Que bom mesmo, dou sempre graças a Deus!! Depois de oito anos de estudo ele está conseguindo o sonho dele de trabalhar na Saúde. E continua sonhando. Seu maior sonho é ocupar algum cargo na ONU relacionado a essa área. Gustavo foi um guerreiro. Tudo mérito dele, que teve que trabalhar para continuar estudando. Para o curso de Doutorado, ele concorreu com quase mil candidatos, passou em primeiro lugar e conseguiu bolsa total, numa faculdade que custa 6.400 euros por mês, mais de 26 mil reais.

 

ET - Retornando depois de cinco anos, mas ausente há 22 anos, qual o maior impacto ao chegar agora em Sacramento?

Júlio - Olha, cinco anos parece pouco tempo no curso da vida... mas eu senti realmente um grande impacto quando percebi o quanto a cidade cresceu em relação aos novos loteamentos e residenciais abertos em vários bairros, do Areão ao Santo Antônio; ali do Alto do Marquezinho ao João XIII, o Morada do Sol, o Júlia Terra... A Escola Carolina Maria de Jesus... muitas residências bonitas. Mas vi também minha bela cidade um tanto desrespeitada em relação à sua paisagem histórico-urbana.

 

ET - O patrimônio histórico...

Júlio - Sim, alguns de seus belos casarões antigos destruídos... O asfalto cobrindo os centenários paralelepípedos, que aliás começou no meu tempo, e que sinto, hoje, que deveria ter brigado mais para preservá-los, especialmente no seu centro histórico, nas principais vias, assim como as belas pedras de basalto rosa que formam nossos históricos passeios, retiradas das pedreiras e cortadas à mão, sendo substituídas por lajotas ou pedrinhas portuguesas de tanto mal gosto... Me surpreendi pelo movimento incrível de veículos na cidade... Não há como estacionar mais nas ruas centrais da cidade..

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ET - Muita gente nova na cidade... Como foi rever esse universo de amigos, lembrou-se de todos?

Júlio -  Não, difícil reconhecer todos, muita gente nova, os anos nos tornam também diferentes... 22 anos é tempo de uma geração. Aliás, minha maior tristeza é encontrar as pessoas e não me lembrar seus nomes, amigos meus daqueles tempos, amigos dos meus filhos que eram crianças e me reconheceram e eu não sei quem são. A cidade cresceu muito. Apesar da falta de cuidado com esse patrimônio histórico, percebi uma cidade muito agradável, feliz, bem cuidada... O ar de Sacramento, sua aura mostra que é uma cidade abençoada. Mas voltando ao que me impactou quando cheguei, passando pela zona rural, me surpreendi bastante também com a quantidade de terras plantadas de cana de açúcar. É muita cana e isso não me agrada nem um pouco. 

 

ET - Cana, açúcar... esse gênero alimentício nunca te agradou muito não, né Bunitu? (risos).  Podemos falar um pouco de sua prisão, aliás, prisão, não, sequestro?

Júlio - Não, não me agrada nem um pouco... (risos). Mas podemos falar, sim. Você tem razão, foi um sequestro, mesmo, como o seu, em 76, e que eu estava junto. Eu te levava até a escola na piriquita, lembra? De repente, veio aquele bando de policial, tudo armado com metralhadora e te sequestraram logo que saiu na caminhonete... Assim foi comigo, uma grande injustiça que fizeram. Aquilo não foi prisão, foi sequestro. Tudo irregular. Me arrancaram de Sacramento e me levaram pro Recife, onde permaneci durante 72 dias. Foi um momento de minha vida que me fez sofrer bastante, foi difícil, sofri muito, principalmente por causa de meus filhos que eram muito novos... Mas, graças a Deus superei tudo. Pra dizer a verdade, nem guardo mágoas. Guardo tudo isso como um aprendizado. 

 

ET - Poderia resumir o que aconteceu?

Júlio - Olha, em poucas palavras, foi uma pendência de dívida de minha empresa, a Sacraçúcar com fornecedores do Nordeste, devido a um desvio de caminhões carregados com nosso açúcar no Sul do país, o que nos deu muito prejuízo. A dívida seria aos poucos saldada, mas os credores precipitaram e me sequestraram. Aliás, foi tudo uma armação, pois não me levaram para uma prisão, me deixaram numa delegacia de operações especiais, onde fui bem cuidado, a exceção de um dia terem me levado para uma prisão, mais ou menos como o Carandiru, mas graças ao apoio da representante Teresa Borba, dos Direitos Humanos, retornei à delegacia. Foi tudo muita pressão psicológica, porque eram muitas ameaças. A imprensa vinha, me perguntava, eu falava tudo e eles não publicavam nada. Eu me lembro de uma matéria na Isto É, quando a repórter me ligou para informar que havia, entre aspas, uma pergunta a um dos credores: “Por que trouxeram o vereador do açúcar pra cá?”. Ele respondeu: “Nós o trouxemos para cá, porque ele é uma pessoa muito querida, respeitada e influente em toda a sua região”. Então, o negócio é por aí... E como expirou o prazo de minha prisão e inexistia material  jurídico legal para me manter preso, os advogados que atuaram no caso, Dr. José Maria e Dr. Juarez, de Sacramento, e Dr. William, meu cunhado, de São Paulo,   entraram com o pedido de soltura no Tribunal de Justiça do Recife e me liberaram. Com a falência da empresa, ingressei no Águas do Vale Náutico Clube e tudo ficou para trás...

 

ET - E hoje, família criada, filhos formados e bem encaminhados, o que Júlio espera da vida?

Julio - Espero viver uma vida longa, continuar trabalhando e lutando por aquilo que acredito, tentando fazer a vida cada dia melhor e compartilhando isso com minha família, minha atual esposa, Nayara e amigos, sem jamais esquecer os laços que me unem à terra natal. Nada melhor do que voltar a Sacramento. Desta vez, especialmente, depois de cinco anos, nada me deixou mais feliz. Nesses dez dias reencontrei minhas origens, meus velhos amigos, pessoas que um dia, realmente, viveram e conviveram comigo. Isso faz muito bem pra gente. 

 

ET - Foram gostosos esses dias aqui, não foram?

Júlio - Muito, muito. Jamais imaginaria que tivesse essa recepção tão calorosa como foi desta vez, com tantos momentos de alegria e recordação, o que só me trouxe felicidade. A alegria transborda saber que você volta à sua terra natal e revê amigos que o recebem com tanta satisfação e calor humano. A gente sente em cada abraço, em cada palavra a sinceridade e o amor de cada um, que não acabou depois de 20 anos. Completo 64 anos em abril, mas espero chegar aos 100, com saúde pra poder rever os amigos e continuar ajudando as pessoas, como sempre fiz... De coração, agradeço todos. Ao querido e grande ET, completando 50 anos, meu carinho especial. 


ET - Vamos tomar agora um cafezinho. Aceita?