O dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, coordenado, nacionalmente, pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH). No Brasil, a prevenção e o enfrentamento a esse grave problema demandam a articulação de ações intersetoriais com o objetivo de proteger as vítimas e responsabilizar os agressores, bem como conscientizar a população sobre formas de identificar e denunciar os casos suspeitos.
Em Sacramento, a data não passa em branco, as ações estão sendo desenvolvidas pelos serviços de proteção social de Sacramento CREAS, CRAS, Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Assistência Social, através da Campanha Faça Bonito, Sacramento.
De acordo com a assistente social e coordenadora do CREAS, Erinéia Aparecida Barroso Caetano Oliveira, estão sendo realizadas oficinas com crianças e adolescentes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, na esfera pública, através do projeto Interagir, no antigo Lar Solidário e com o Centro de Assistência Social (CAS) Pe. Antônio Borges de Souza, na qualidade de ONG.
Entre as atividades desenvolvidas pelas oficinas constam roda de conversa com as famílias das crianças e adolescentes, usuários desses serviços e palestras destinadas especificamente a educadores da área das escolas municipais, estaduais, APAE, Creches, ONG's e profissionais que atuam na proteção social do serviço público.A Campanha será finalizada com mobilização na praça Getúlio Vargas, no dia 18.
Psicólogos exaltam projeto
Os psicólogos, Mauro José da Silva Júnior, da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura, e Raquel, do CAS Pe. Antônio, falaram ao ET durante a oficina realizada no auditório da entidade. “Nosso objetivo é sensibilizar as pessoas sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, é uma maneira de fazer com que essas crianças e adolescentes possam compreender o que é essa violência, como se protegerem e como pedirem ajuda. E, naturalmente, ajudar as famílias também”, resumiu Mauro.
Raquel Paula Nascimento, psicóloga do CAS
Questionado sobre denúncias de violação, Mauro respondeu que o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social tem recebido denúncias de abuso. “Trabalhamos com as situações de violação de direito e risco pessoal e social e dentre essas situação temos a negligência, a violência psicológica e a violência sexual e temos alguns casos sendo acompanhados pelos nossos profissionais”, finaliza, destacando que esse é o segundo ano da campanha, mas em parceria com o terceiro setor, é a primeira vez.
Para a coordenadora do CAS, Renata Covi Popolin, a iniciativa vem em boa hora e soma ao trabalho feito na instituição. “Para a faixa etária que atendemos, de 6 a 15 anos, o projeto vem de encontro ao nosso trabalho, até como orientação, porque a sexualidade hoje ainda é um assunto meio delicado para se abordar. Então, através das atividades e das orientações nas oficinas, estão auxiliando as crianças para terem essa visão, esse conhecimento de abordagem, e até de como se defenderem de possíveis violências, além de proporcionar a todos maior confiança para falar sobre o assunto. Claro que para cada faixa etária há uma forma de se falar, mas é preciso que a criança entenda o que é certo e o errado dentro de sua idade, o que pode ou não fazer, e o que é a violência, até para ela identificar situações de risco”, afirma Renata, completado por Mauro: “uma das principais formas e a mais eficiente de se combater a violência é a de conversar sobre o tema com as crianças e adolescentes”.
Adiantou ainda Renata que, nesta segunda-feira 13, todos os responsáveis pelos assistidos pelo CAS participarão de uma reunião sobre o tema, na sede da entidade “É muito importante essa participação, porque o combate aos abusos é responsabilidade de todos, país, instituição, escolas e a sociedade de modo geral”, explica, se confessando surpresa com a aceitação e interesse das crianças por faixa etária nas oficinas. “São muitas perguntas e o que a gente percebe é que elas não têm essas orientação dos pais”.
Raquel Paula Nascimento, psicóloga do CAS, explica que nas oficinas são usados vídeos e materiais institucionais, manuais de procedimento online e muitas dinâmicas e conversas. “São materiais de referência no combate à exploração sexual, na prevenção ao abuso. Materiais reconhecidos, inclusive, internacionalmente”, destacou.
Ir. Cecília de Freitas, irmã coordenadora do CAS, reconheceu a importância do tema. “O assunto é atual e de grande valia pelo fato de ensinar as crianças se auto conhecerem e se respeitarem para terem uma vida digna. Elas hoje se deparam com grandes desafios e propostas ruins e boas, sobre as quais devem ter capacidade para saber discernir o que é bom e o que é ruim nesta vida, para que mais tarde não possam sofrer as consequências dos atos que hoje elas não puderam ter conhecimento”, avaliou.
A Campanha será finalizada com mobilização na praça Getúlio Vargas.