Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 recebeu 5,5 milhões de inscrições, 18% menos que o ano passado, de acordo com balanço divulgado nessa terça-feira 29 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Este é o menor índice registrado desde 2011, quando o exame teve 5.380.857 inscritos. Em 2017, foram 6,7 milhões de participantes.
Mudanças nas finalidades da prova podem explicar a queda registrada nas duas últimas edições: desde o ano passado, o Enem deixou de servir para certificação de conclusão do ensino médio. A partir de então, os candidatos que não se formaram na idade correta e queiram buscar o diploma precisam prestar o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que havia sido suspenso em 2009. A edição do Encceja 2018 teve 1,69 milhões de inscritos - 356.326 desejam obter o diploma de conclusão do ensino fundamental e 1.339.281, do ensino médio. As provas serão aplicadas em 5 de agosto.
Outro fator que pode ter pesado, na avaliação de estudiosos e representantes de diversas escolas do país, é que quem teve a isenção em 2017 e faltou ao exame precisou justificar a ausência para poder ter o mesmo direito neste ano. A medida foi tomada pelo MEC para conter o alto índice de ausência. Em 2017, foram 2.156.253 candidatos ausentes no concurso, dentre eles, 83,8% eram isentos do pagamento da taxa de R$ 82,00.
“O Enem tem quase R$ 1 bilhão de prejuízo com faltas em cinco anos. Só no ano passado, o desperdício foi de mais de R$ 175 milhões, que vão desde a impressão das provas, segurança, fiscalização. Não podemos ter em cada uma das edições dois milhões de pessoas, como no ano passado, que se inscrevem e não participam. Isso gera custo de impressão, de segurança", afirmou Rossieli Soares, ministro da Educação.