Um grupo de jovens aprendizes do Instituto Madiba apresentaram na tarde dessa quinta-feira 11 uma encenação teatral, na sede da entidade, mostrando um pequeno lado da vida do líder sul africano, Nelson Mandela, conhecido na África por Madiba, e que é hoje o patrono do Instituto. O trabalho faz parte do currículo desenvolvido durante o ano com os alunos, que devem desenvolver dois projetos, conforme explica a presidenta Marise Rezende Cerchi.
“- O projeto faz parte da grade curricular dos jovens aprendizes, cujo objetivo principal é prepará-los para o mercado de trabalho. Ao longo de seus estudos durante o ano, os alunos têm o compromisso de apresentar dois projetos sociais e, este ano, para comemorar as novas instalações do Instituto, que recebeu o nome de Madiba, os alunos prestaram essa comovente homenagem a esse grande líder”, explicou Marise, informando que os atores foram dirigidos pelos voluntários, José Luiz da Cunha, o Zinho, e a participação de Fabiana Crispim, a quem agradeceu.
Criado pelos próprios alunos, o texto apresentado aborda a questão do 'apartheid', regime de segregação racial que dominou a África do Sul no século passado, imposto pela política oficial do país, comandada por uma minoria branca. “É um tema forte e que ainda hoje causa revolta no mundo, essa questão da segregação ou discriminação social. O texto é deles, eu o adaptei para o teatro e ensaiei os atores, que são muito bons”, disse o voluntário, que trabalha no Laticínios Scala, e dá aulas também de Informática no Instituto.
A boneca Abayomi: símbolo de paz, saúde e prosperidade
O pequeno público de volutnários ligado ao Instituto Madiba que assistiu ao espetáculo participou ainda, no final da apresentação, de uma oficina para aprender a confeccionar a boneca Abayomi, uma arte dominada com perfeição pela voluntária, Fabiana.
“- As bonecas Abayomi são feitas de pano e sem costura alguma, apenas com nós ou tranças, que eram feitas pelas mães para entreter as crianças nas viagens feitas naqueles 'navios negreiros' que transportavam os escravos para o Brasil, e que era muito longas. Como as crianças choravam muito, diante de tanto horror que presenciavam, as mães rasgavam tiras de suas saias e faziam bonecas com elas para as crianças brincarem”.
Explica mais a voluntária que o costume prosseguiu no Brasil. “Os negros se reuniam nas senzalas e confeccionavam essas bonecas para pedir proteção e desejar para as pessoas paz, saúde e prosperidade. O nome Abayomi, em Iorubá (idioma nigero-congolês), significa 'meu presente'. Então, quando você dá uma boneca Abayomi para alguém, esse gesto significa que você está oferecendo o que você tem de melhor para essa pessoa”, contou, e convidou todos os presentes a confeccionarem as bonecas.