Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Olívia Mello: Aluna nota 10

Edição nº 1450 - 30 Janeiro 2015

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve 6.193.565 de candidatos fazendo as provas nos dias 8 e 9 de novembro de 2014. Na divulgação das notas, além de muitos resultados negativos, houve muitos candidatos que brilharam, entre eles, uma aluna da EE Cel. José Afonso de Almeida, de Sacramento, Olívia Mello de Souza, que conseguiu 940 pontos na redação que valia mil pontos. Já está com vaga garantira na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), no curso de Imagem e Som (Cinema), aguarda os resultados da Unicamp, em Artes Visuais e Midialogia, e da USP/São Paulo, em Audiovisual e Artes Visuais.

“O segredo de uma boa redação é ler muito”, afirmou Olívia ao ET, em um gostoso bate-papo no Milenium Bar, onde tomava um lanche com a amiga Laís Lage e a tia Sumaia de Mello Debroi. 

Filha de Mônica Menezes de Mello, nasceu em Fortaleza e morou em várias cidades, ao acompanhar a mãe, arquiteta.  Nessas andanças, passou por Búzios, Rio de Janeiro, Canoa Quebrada (Aracati/Ceará) e aos seis anos mudou com os pais para a Itália, onde viveu cinco anos e onde foi alfabetizada. De lá, mudaram-se para a ilha de Malta,  no meio do  Mar mediterrâneo por mais cinco anos. Esses dez anos na Europa possibilitaram a Olívia domínio perfeito no Italiano, Inglês, Francês e Latim. Em abril de 2013, Mônica e a filha retornaram ao Brasil, para Sacramento, onde reside a família, na região de Santa Maria. 

Assim que chegou, no início do segundo bimestre, Olívia ingressou na Escola Coronel, para cursar o segundo Colegial e logo se adaptou. “Foi amor à primeira vista na Escola Coronel, lembro-me que quando cheguei fui muito bem recebida, foram muito calorosos. Quando fui conhecer as turmas foi uma euforia e logo começaram a conversar... Foi muito legal”, afirma e elogia a escola. 

“- Há professores muito bons. Tive professores que são muito abrangentes, o que é muito bom, porque no Enem não cai muito aquelas matérias que são obrigatórias. Então, muitos professores deram uma visão geral de tudo”, elogia.

 

Como tirar 940    pontos na redação 

Olívia veio estudar português no Brasil, embora já dominasse a oralidade e além das aulas no dia a dia na escola, teve a ajuda da avó, Dra. Célia Menezes, mas os 940 pontos na redação do Enem, para ela não têm segredo. “Na Itália e em Malta a gente escreve muito e eu sempre gostei de escrever e de ler, especialmente a literatura americana. Então, foi só aprender mesmo os truques da língua. Aqui comecei a ler livros, jornais, revistas em português e isso também ajudou”.

A justificativa para o mau resultado na redação do Enem, para muitos, foi em razão do tema, 'Publicidade infantil em questão no Brasil', mas para Olívia não teve nada a ver. “Estudamos muito o capitalismo, o consumismo, fizemos trabalhos, o tema do FACC foi o consumismo e aprendi muito, daí é só inferir: a criança está inserida nesse mundo capitalista e consumista” (Veja o texto publicado na pág. 2).  

De acordo com Olívia, ela perdeu muito tempo na redação e não deu tempo de terminar a prova de matemática, matéria que tira de letra. “Fiz o rascunho, fui escrevendo aqui, ali e puxando setas, aí ficou muito confuso, passei a limpo duas vezes. Na primeira, organizei o texto, pondo em ordem o rascunho e redigi o texto final. Perdi muito tempo...”

A Opção pelos cursos de Imagem e Som, Artes Visuais  e Midialogia deve-se à paixão por roteiros e direção cinematográfica. “Meu tempo livre é dedicado a filmes e leituras”, afirma. 

 

Conselho aos estudantes

Estudar é um processo contínuo, mas sem exageros. “Conheço pessoas que só estudaram e isso não lhes fez bem, pelo contrário, prejudicou. Tudo que é demais prejudica, causa estresse. Tem que estudar, escrever, mas de forma saudável, no dia a dia, sempre tendo um  tempo livre para se divertir, conviver com as pessoas”, afirma, destacando o bom uso da internet para os estudos.  

“- Eu não tenho dinheiro para comprar todos os livros ou ir a cinemas. Ler e assistir a filmes hoje é muito caro, mas se temos internet... Eu baixo muitos filmes e livros. Sinto-me culpada, às vezes, porque penso que estou 'roubando' a obra dos meus autores preferidos, mas a internet está aí para isso e já li inúmeros livros, clássicos das literaturas internacionais”, afirma, mas admite  que leu poucos autores nacionais, nem os obrigatórios para os vestibular.

“- Não curto isso de sentir obrigação de ler. A leitura deve ser espontânea, por isso não li. São livros que ainda quero ler, mas quando sentir vontade, não porque sou obrigada a ler, tanto que, agora que passou a Fuvest, estou lendo o romance 'Capitães de Areia' do Jorge Amado, que  é um livro muito bom”. 

 

“Olívia foi um presente para nós...

Para a tia, Sumaia Debroi, Olívia é a querida da família. “A família acolheu Olívia desde que nasceu com um carinho muito grande. Ela sempre foi muito querida. Nasceu em Fortaleza, uma distância enorme,  sentíamos a distância física, mas ela se tornou muito querida e logo a gente percebeu que ela tinha muitas habilidades. A Mônica trabalhando muito,  Olívia sempre a acompanhou, e a família  sempre junto, onde elas estavam.

Eu, como prima-irmã de Mônica, a tenho como filha, também, e, quando recebemos a notícia, como toda boa família mineira, fizemos uma festa... Olívia foi um presente para nós e mais uma vez ela deu um presente para a família. Agora está fazendo as malas, talvez para São Carlos ou São Paulo, mas com certeza nos estaremos sempre juntos”, afirma a 'tia coruja'. 

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