A sacramentana, Maria Lúcia Scalon, professora de Matemática do Colégio Cenecista José Ferreira, de Uberaba, viveu uma experiência ímpar entre os dias 12 de novembro a 21 de dezembro numa viagem à Índia com os seus alunos e outros cinco educadores.
Tudo começou com a participação do Colégio nas Olimpíadas de Matemática Sem Fronteiras, quando o Colégio foi medalha de ouro no Brasil, na categoria escola particular com os alunos do 6º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental.
Como prêmio, os alunos do 9º ano foram convidados a participar do Quanta 2012, Concurso Anual Internacional para a Ciência, Matemática, capacidade mental e Eletrônica organizado pela Cidade Escola Montessori, Chowk Branch, Lucknow, na Índia, com concorrentes representando as nações de todo o mundo.
‘‘Apesar das 7h30 de fuso, chegamos a Lucknow 40h depois de nossa saída de Uberaba, o que já foi uma grande experiência de cansaço, expectativa e ansiedade’’, disse a professora ao ET, afirmando que todos ficaram deslumbrados com a capital Nova Délhi com Lucknow, onde foram recebidos com colares de flores. E principalmente com a escola City Montessori School, com 18 unidades e 40.000 alunos, a maior escola da Índia, fundada por Jagdish Gandhi em 1959.
De acordo com Maria Lúcia, os alunos participaram de quatro provas: construção de um barco que deveria ir e voltar numa piscina; questões de Matemática; debate sobre o tema “Onda verde muito na teoria e pouco na prática”, com posicionamento contra e outra prova de robótica onde os alunos deveriam desmontar um computador (sucata) e montar uma escultura. “Todo o evento foi em inglês, embora a língua do país seja hindi’’, destaca.
Maria Lúcia diz que chamou muito a atenção dos brasileiros a beleza dos templos e das pessoas. ‘‘Monumentos maravilhosos, acolhimento impecável, pessoas muito bonitas, muito parecidas e muito alegres. Talvez seja isso que nos encanta na Índia: a alegria com tantas diversidades e falta de recursos fazem com que agradeçamos mais ainda o país lindo em que vivemos e o quanto de conforto possuímos”, conta, destacando alguns detalhes impossíveis de esquecer como: andar no tuc tuc- um triciclo que voa entre os carros; os tecidos esvoaçantes e coloridos que enfeitam as casas dando um ar de cigano e leveza nas construções sem pinturas; a comida com o seu tempero exótico, apimentado.
E mais detalhes: ‘‘Bichos por toda parte, macacos em casas aos montes, vacas, camelos, ratos, baratas, pernilongos; as mulheres com seus cabelos presos e roupas lindas, coloridas, todas enfeitadas em qualquer hora e lugar; a cor dos cabelos, grossos, brilhantes, lisos e negros... É um povo bonito’’, conta
‘‘ A gentileza é um capítulo a parte - diz mais Maria Lúcia - sempre prontos a servir, informar, tornar a nossa viagem mais tranquila. Sem contar que durante o evento todos os dias quando chegávamos ao quarto sempre havia uma lembrança, um mimo para que nos sentíssemos especiais, e sentimos e agradecemos o carinho”, finaliza.
E Maria Lúcia confessa “de volta ao Brasil com a certeza que jamais serei como antes!”, afirma e cita os versos de Pablo Neruda, no poema “Morre lentamente quem não viaja/quem não lê,/quem não ouve música,/quem destrói o seu amor-próprio,/quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,/ repetindo todos os dias o mesmo trajeto,/quem não muda as marcas no supermercado,/não arrisca vestir uma cor nova,/não conversa com quem não conhece. (...)”.