Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Estudantes avaliam provas do Enem

Edição nº 1386 - 01 Novembro 2013

Mais de 5 milhões de inscritos fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um total de 180 questões e uma redação, nos dias 26 e 27 de outubro.  De Sacramento, três ônibus levaram 140 alunos, além de outros em veículos particulares, até Uberaba para fazer o exame. O ET teve a oportunidade de conversar com oito candidatos, das escolas Coronel José Afonso de Almeida (110 alunos do 3º Colegial e 73 treineiros fizeram a prova) e Colégio Rousseau (27 alunos do 3º Colegial e 35 treineiros), que avaliaram o seu desempenho e a prova aplicada. 

Coronel - “No ano passado fui como treineira e este ano foi pra valer. Achei a prova mais difícil, mais rigorosa, talvez pelos problemas ocorridos no ano passado, principalmente. Eu, particularmente, acho a prova muito cansativa, muito extensa, não sei se há necessidade disso, se avalia o conhecimento dos alunos”, afirma, mas destaca que gostou do tema da redação “Os efeitos da implantação da lei seca no Brasil”.  (Aryelle Lopes, 18, que pretende cursar Engenharia Civil)

“Gostei da redação, um tema atual, que está em voga, ao contrário das questões objetivas que foram muito extensas e com um enunciado muito complexo. O exame deveria ser mais específico nas questões. Achei também puxado o 2º dia, redação e mais 90 questões. Chega-se ao final e a gente acaba chutando por falta de tempo. Saí da prova muito cansada, exausta, com dor de cabeça”. (Marcela Borges Tura, 18, Engenharia Mecânica)

“Fiz o Enem pela terceira vez, as duas primeiras vezes fui como treineira. Comparando com as anteriores, achei a prova deste ano bem mais objetiva. Cobraram mais a matéria que a gente estuda. O tema da redação foi muito atual e específico, achei bem mais fácil que as anteriores. A crítica que faço está na divisão das provas, Ciências Humanas e Ciência da Natureza no sábado e, Matemática, Linguagens e redação, no domingo fica muito pesado. A meu ver a redação deveria ser no primeiro dia”. (Maria Clara Bizinotto, 17, Direito). 

“Essa é minha segunda experiência no Enem. Comparando com o ano passado, achei as provas deste ano mais fáceis, principalmente na Matemática e Ciências Humanas. Só discordo do dia da redação no mesmo dia da Matemática. A redação vale mil pontos e exige mais do aluno, aí a gente tem que desconsiderar a matemática que exige raciocínio para se dedicar à redação, que vale muitos pontos. Eu tive que chutar algumas questões devido ao tempo”. (Thales Henrique Pereira, 17, Arquitetura e Urbanismo)

“Este é meu terceiro Enem. Comparado aos anos anteriores, foi bem mais difícil. Acredito que seja porque há muitas faculdades aderindo ao exame, estão fazendo questões mais complexas, para fazer jus ao vestibular convencional. Achei bem mais difícil, com exceção da redação que foi um tema mais fácil, mas específico”.  (Caio Scalon Borges de Oliveira,  Engenharia da Computação)

Rousseau - “No segundo ano, como treineira, achei a prova bem mais fácil. Este ano, exigiram mais conhecimento que interpretação. Os textos foram menores, menos cansativos, mas as questões foram mais complexas”.  (Cristiane Borges Moreira, 17, Engenharia de Produção). 

“Este foi o meu terceiro Enem, e achei os textos mais curtos, só que  cobrou  mais matéria. Na minha avaliação foi mais difícil que nos anos anteriores”. (Gustavo dos Santos Gomide, Engenharia da Computação)

“É meu segundo ano como treineiro e achei um pouco mais complexo o exame deste ano. A prova foi mais de matéria aplicada e não só de teoria. Os textos ficaram mais curtos, menos interpretativos, porém mais de matéria aplicada, exigindo a utilização de fórmulas, raciocínio”.  (Matheus Leone Borges, treineiro do 2º ano, Engenharia Mecânica).

 

Tema da redação agradou entrevistados

Para os alunos entrevistados, o destaque do Enem foi para a redação, prova que vale 1000 pontos. Na sua avaliação, o tema foi bem escolhido e mais fácil, mais comum, digamos. Para os alunos da rede pública, “deveria haver mais aulas de redação, trabalhar detalhadamente cada uma das partes e trabalhar com temas atuais e diversos. Por exemplo, no ano passado foi a Imigração no Brasil, no anterior, a Privacidade na Internet”, lembra a estudante Marcela Borges, e Aryelle Lopes completa: “Os temas são muito diversificados e muitos assuntos, embora não estejam na mídia no momento, no dia a dia, devem ser do conhecimento dos alunos”. 

Para os alunos do Colégio Rousseau alguns conteúdos não tinham sido ainda vistos, mas estão dentro da programação até o final do ano. “Foi muito pouca coisa, mas já estamos estudando até o final do ano”, disseram, reconhecendo a importância do conhecimento da conjuntura atual: “Temos que estar atentos a tudo, às leituras de jornais, revistas, blogs, TVs, pois a abrangência do Enem é geral, com muita inter-relação de matérias e o mundo”.

Finalizando, diz Maria Clara que “a redação faz parte da bagagem cultural que o aluno adquire a vida inteira através da leitura, noticiários e depende muito do treinamento”. E   Thales Henrique emenda: “Redação faz parte da formação da pessoa, porque um bom profissional deve saber conversar, se expressar, argumentar e sobretudo escrever, por isso são necessárias mais aulas de redação e mais leitura”, afirmam, destacando que a prova estava dentro dos conteúdos estudados no Ensino Médio.

 Para Thales e Cristiane, o segredo é manter-se atualizado.  “O aluno para se dar bem no Enem deve estar atualizado, em dia com tudo o que está acontecendo, como dizemos, “antenados' , isso é essencial”. 

Ainda para os alunos da rede pública, o Enem é de extrema importância, se não conseguirem não vão desanimar, vão investir em cursinhos e concorrer a bolsas em escolas particulares. Para Marcela, a cidade precisa de um bom Cursinho. “Infelizmente, o transporte universitário não dá direito aos estudantes de Cursinho usarem o ônibus gratuitamente. Então, fica difícil, além do custo da escola temos que arcar com o preço da passagem. O jeito é deixar a cidade...”, afirma Marcela.  

 

Já para Maria Clara, a cidade precisa não só de um Cursinho, mas de toda e qualquer atividade cultural. “Sim, faz muita falta um Cursinho, aliás de toda e qualquer atividade cultural. A cidade está carente nesse sentido”.