Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cinco professores se demitem por dia das escolas estaduais

Edição nº 1381 - 27 Setembro 2013

Os baixos salários e a desvalorização do professor mineiro por parte do governo, faz com que cinco professores se demitem por dia das escolas estaduais. A notícia está estampada na capa do jornal “O Tempo”, edição do dia 23/09. Conforme a matéria, foram 1.283 pedidos de exoneração na rede de janeiroa agosto deste ano, número que já supera o de 2012, de acordo com dados fornecidos pela SEE.  Ao todo, foram 1.306 exonerações neste ano, sendo 1.283 a pedido do trabalhador e 23 por decisão do governo, isso em um universo de 105.297 educadores concursados.  

Para o cientista político Eduardo Martins de Lima, “a desvalorização do profissional é muito grande no país. O professor vive em um ambiente de trabalho nada favorável e, mesmo com a estabilidade na carreira, não vale a pena permanecer no cargo”, analisa. 

De acordo com estudos, segundo o jornal, hoje a estabilidade já não é mais atrativo e dá como exemplo o professor de Física T.M.,31, que abriu mão do cargo público em escola estadual. “Eu tinha o desejo de ser concursado e fiquei bem-colocado no concurso de 2011. Mas desisti da nomeação após ficar quatro anos trabalhando como contratado na rede. Estudei em uma das melhores universidades do país e sou um profissional bom, não dá para ganhar R$ 1.200 por mês”, justifica. 

Outro exemplo dado é o da professora de Matemática H.V.A, 25,  que foi mais  além. Ela desistiu de dois cargos efetivos que tinha na rede estadual para atuar como técnica em eletrônica numa empresa privada. “Eu me decepcionei muito. As salas de aula são lotadas, há muito desrespeito com o professor e o salário não compensa o sacrifício”, diz.

Outros exemplos são dos professores M.J.L.M., 32, graduado e pós-graduado em Geografia e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e,R.D.B.N, 46, pós-graduada em Pedagogia e coleciona uma série de certificados de capacitação. Com esses currículos, os dois têm tudo para ter uma carreira promissora, mas se veem atrelados a um salário mensal de R$ 1.213 e R$ 1.320, respectivamente, como professores concursados na rede estadual de Minas Gerais. “É um salário indecente, dá até vergonha de falar que ganhamos isso”, afirma R., que é professora há 22 anos na rede pública. Já M.J.L.M, que concluiu Mestrado em agosto, terá que esperar até 2015 para ver no holerite o reajuste no valor de  R$ 40,00, como promoção por escolaridade previsto por lei.  “Eu me sinto muito desvalorizado. Eles informam que o posicionamento só será pago a partir de 2015. Está muito longe, tudo isso para vir um aumento de R$ 40”, afirmou ao jornal O Tempo.