Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

‘A Missão Leiga’, o novo modo de evangelizar

Edição nº 1359 - 26 Abril 2013

O missionário redentorista padre José Marques Dias  lançou em Sacramento, na sexta-feira, 19, seu último livro, 'As Missões Leigas'. A noite de lançamento e autógrafos, promovida pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em  Educação (SindUTE/MG), subsede local, e apoio deste jornal, contou com a presença de amigos e conhecidos dos velhos tempos de Pe. Marques como padre auxiliar e pároco na cidade (1974/1981), e de representantes de entidades. 

Na mesa, além do escritor Pe. Marques, o presidente do Sindicato, prof. Carlos Alberto Cerchi; vereador Leandro Roberto de Araújo, representando o Legislativo; Pe. Luiz Carlos de Oliveira, representando a Província Redentorista de São Paulo; a oblata redentorista, Maria do Carmo Chaer Borges, representando o pároco padre Sérgio Márcio de Oliveira.

O presidente do SindUTE, Carlos Alberto Cerchi, ao abrir a sessão, recordou os tempos do missionário na cidade. “Para nós é uma alegria muito grande recebê-lo na cidade. Vi que o livro não se aprofunda em exegeses e documentos conciliares, mas um livro para as pessoas exercitarem sua fé cristã no meio da comunidade. Nós, o povo cristão, estamos vivendo um momento importante na caminhada com a eleição do novo papa, e com a esperança reavivada em relação aos documentos tirados no Concílio de João XXIII, que coloca o leigo como peça fundamental na Igreja. Entendo que o exercício cristão na sociedade se faz em todas as instâncias: no sindicato, nas escolas, no trabalho, na política. Enfim, todos nós no seu espaço podemos exercer a sua fé de maneira autêntica. Em As Missões Leigas, quero entender dessa forma,   Pe. Marques está fazendo um convite  para essa fermentação para produzir o alimento, que seria a libertação do pecado que nos oprime. Cristo é libertador”, disse. 

 

Fruto de minhas experiências 

 

“O livro, As Missões Leigas - segundo o missionário sacramentano redentorista, Pe. Eugênio Antônio Bisinoto, autor do prefácio – colabora na vida e pastoral da paróquia, motivando-a a tornar-se cada vez mais evangelizadora. Ajuda a paróquia a se descentralizar, para que seja uma verdadeira comunhão de comunidades”. 

Padre Marques, com a simpatia de sempre, falou aos presentes, resumindo o seu trabalho. “Pretendemos com este livro atingir os católicos para que desenvolvam o seu espírito missionário”, frisou, ressaltando o papel do leigo na evangelização pós Concílio Vaticano II.  Lembrou que a 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, entre os dias 10 a 19, foi “A Paróquia comunidade de comunidades”. Isto é, a paróquia deixa o seu lado clássico para ser uma comunidade evangelizadora. O padre evangeliza sozinho? Os leigos evangelizam sem o padre? Não. O trabalho é uma soma do padre e dos leigos e o livro “As Missões  Leigas” vem como uma oportunidade para orientar o trabalho evangelizador”.  Referindo-se ao  Papa Francisco, citou uma de suas frases: “Tudo na Igreja  deve ser missionário”, isto é, deve ser visto no sentido da missão de levar aos outros a alegria do Cristo ressuscitado”. 

Falando sobre a Jornada Mundial da Juventude,  com o tema, “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”, padre Marques destacou a importância de sua preparação como missionários. Padre Marcos citou ainda os três momentos básicos da missa: conhecer a realidade;  aprofundar e viver  nessa realidade o evangelho e, o  terceiro momento, agir, “Deus age através de nós”, concluiu.

Agradecendo a acolhida, finalizou. “Que bom voltar a Sacramento, onde a gente trabalhou tantos anos. Quero deixar o abraço querido de Pe. Magalhães, que sonha com a volta da comunidade redentorista. Ele sonha e é bom sonhar”. 

Além do carinho dos amigos Maria Andreia e Marcelino Henrique na leitura da biografia e acolhida, mensagens também do nosso conterrâneo, o redentorista padre Luiz Carlos de Oliveira e do ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges. 


Quem é o escritor e padre, José Marques Dias

 

Pe. José Marques Dias nasceu em Portugal, no lugar chamado de Povoa de Cervães, Concelho de Mangualde, Beira Alta,  em 13/1/1945. Seus pais   Concínio e Irene e seu irmão  João são falecidos. Padre Marques e duas irmãs, Celeste e Idalina, moram em São Paulo e o acompanharam na visita a Sacramento. Somam a família mais próxima ainda, três sobrinhas e sete sobrinhos netos. 

Além da formação filosófica e teológica, Pe. Marques possui vários cursos, um deles, o de  Catequese pelo Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), em Medellín, na Colômbia. Atuou no Santuário Nacional, nas paróquias de Garça (SP) e Sacramento (MG) e nas Missões Redentoristas, inclusive fora do Brasil, em Angola.

Padre Marques chegou ao Brasil há  41 anos. Teve com a comunidade sacramentana uma longa convivência. Chegou à cidade em 1974, como coadjutor do pároco, Pe. Gil Barreto Ribeiro, depois com Pe. Júlio Negrizzolo e, por fim, ele mesmo como pároco, até 1982, quando foi transferido, mas aqui deixou a sua marca no ECC, hoje a Pastoral Familiar, nos grupos de jovens e é de sua autoria o texto da novena de Nossa do Patrocínio do Santíssimo Sacramento. 

A Vocação religiosa de padre Marques iniciou-se aos cinco anos quando ajudava nos trabalhos da igreja. Foi ele,  primeiro morador de sua cidade, a ser ordenado sacerdote.  Padre Marques resume sua vida religiosa em três palavras: gratidão, compromisso e esperança. Gratidão pela vida, à Congregação Redentorista, aos colegas e às paróquias por onde passou. Compromisso com a vida sacerdotal que abraçou, com a igreja e o com povo de Deus, o trabalho na basílica velha. E, esperança, no futuro.