O professor Carlos Roberto da Silva, Carlão, foi eleito coordenador do SindUTE, subsede Sacramento, em assembleia realizada na sexta-feira, 19, no Galpão Cultural da EE Cel. José Afonso de Almeida, que contou com a presença da presidente estadual, do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, e os diretores Jaques Paulo Felix dos Santos e Ronaldo Amélio Ferreira e servidores filiados de Sacramento e Conquista. Na oportunidade, foram eleitos os demais membros da diretoria Augusta de Souza Furtado, Josilene Silva, Luzia Maria do Nascimento, Maria Aparecida Manzan e Silvia Lucy Bizinoto.
Por se tratar de uma eleição extemporânea, a presidente esclareceu que a escolha do grupo está de acordo com o artigo 120 do Estatuto do Sindicato que prevê a eleição por aclamação de uma 'junta administrava', que estará à frente da subsede até a realização das próximas eleições gerais, esclarecendo ainda, que o processo é legitimo porque a escolha é feita numa instância deliberativa, que é a assembleia de filiados.
Beatriz Cerqueira explicou ainda que o processo de escolha da junta administrativa, que será realizado também em outras subsedes, que não realizaram eleição da diretoria, foi convocado pela diretoria estadual e amplamente divulgado, em nível de estado e local. “O processo obedece um prazo legal, ocorre no período letivo para que todos os filiados tomem conhecimento e, a partir da aprovação dos nomes, a subsede está normalizada”, esclareceu.
Após a aprovação dos membros da junta pelos presentes, realizou-se a escolha do coordenador, processo que se deu por votação secreta, que elegeu o professor Carlos com 18 votos, contra 8 dados à professora Luzia Nascimento. A tesoureira da subsede é a professora Sílvia Lucy Bizinoto, que teve o nome aprovado por unanimidade dos presentes.
O coordenador Carlos Roberto é professor de Matemática e Física, na Escola Barão da Rifaina, no IFET, e no curso de engenharia da Uniube.
Ao usar a palavra manifestou o seu espírito de luta. '“Meu interesse é lutar, só estou no SindUTE porque quero lutar, porque acredito que só com luta conseguimos nossos objetivos”, disse, alertando sobre a unidade da classe.
Prosseguindo, afirmou que o Sindicato não tem que ter um super-homem. ‘‘Sindicato não tem super-homem, nem super-mulher, o que faz o Sindicato é a união de todos. Sem isso ele não terá função. O que precisamos mais do que nunca é juntar nossas forças. Hoje, todos reclamam o tempo inteiro do que acontece nas escolas, todos estão contra, por que então não vamos todos juntos à luta. Vamos fazer transformar a força das reclamações em luta...”, conclamou.
Usaram a palavra também os professores Walter Rios Júnior, Carlos Alberto Cerchi e os demais eleitos, falando sobre a importância do sindicato.
SindUTE e Dieese fazem estudo sobre municipalização
Também a municipalização do ensino foi tema de debate e a coordenadora solicitou da diretoria o envio da realidade escolar na cidade para estudo. “Chamamos esse processo adotado pelo Estado de 'prefeiturização' do ensino e em todas as cidades onde está havendo a 'prefeiturização', estamos fazendo um estudo técnico através de um sistema do Dieese que analisa as redes estadual e municipal. É um estudo completo da realidade de cada cidade, porque cada uma é uma realidade diferente. Vamos analisar o número de alunos, de servidores, enfim, um estudo completo e, a partir daí, buscar soluções”, afirmou, já antevendo um grande número de excedentes nos municípios onde ela ocorre.
Outra informação da presidente Beatriz Cerqueira são os preparativos do Estado para a realização de concurso, com a abertura de edital previsto para o primeiro semestre e realização do concurso no final do ano. E aí veio à tona a questão dos efetivados pela Lei 100 e sobre esse assunto as informações foram dadas pelo diretor Jaques: “Ao contrário do que dizem, o sindicato não é contra os efetivados, somos contra a forma adotada pelo governo, que divide ainda mais a categoria, porque os efetivados pela Lei 100, não têm carreira, é apenas um designado que tem vínculo com o estado, tem a prioridade de continuar trabalhando, enquanto houver a vaga, não têm garantias, não têm benefícios com férias prêmios, dentre outros”, esclareceu.
Explicou mais a presidente que, de acordo com a lei, só tem direito ao plano de carreira aquele servidor que foi aprovado em concurso publico e nomeado. “Para o caso de concurso, serão contabilizadas as vagas de designação em cada superintendência e qualquer aprovado em concurso tomará o lugar de um efetivado pela Lei 100, como já vem acontecendo, um servidor pede remoção, chega na escola e vai para o lugar o efetivado pela lei. Que garantia é essa?”, disse, concluindo: “O governo criou três situações no estado: A do efetivo nomeado, a do designado e a do efetivado pela lei 100 e são situações distintas que exigem lutas diferentes”.
Foco do sindicato será a campanha salarial
Beatriz Cerqueira, que assumiu a coordenação do sindicato no dia 16 de dezembro, juntamente com os demais membros da diretoria está realizando encontros regionais, com dois objetivos, primeiro, para a elaboração do plano de trabalho. “Queremos fazer o nosso plano de trabalho de acordo com os anseios da categoria, não será um plano de cima para baixo, mas construído junto com as bases. O segundo objetivo é estabelecer um estreito relacionamento com as regiões para melhor implementar a luta”.
A nova presidente deixou claro que o foco da luta no 1º semestre será a questão salarial, porquanto do tanto que a classe perdeu sob o governo neoliberal do PSDB (Azeredo e Aécio) nos últimos 16 anos, mais da metade de seu poder aquisitivo. “Por ser um ano eleitoral, e temos que respeitar o calendário eleitoral, não podemos deixar para o segundo semestre, por isso vamos agilizar essa campanha. E a luta é de todos, não podemos cometer os erros que ocorriam de, por exemplo, fazer uma greve ou paralisação e havia região que nem tomava conhecimento”, afirmou.
Beatriz propõe novas estratégias de luta, porque os tempos são outros. “O movimento deve ser de toda a classe. Não estamos mais em 1979. Os tempos mudaram, os pensamentos mudaram e a maneira de o governo agir em relação aos sindicatos mudou também, por isso é preciso traçar estratégias de luta e uma luta de todos”, disse.
Já foram realizados encontros nas regiões do Vale do Aço, Triângulo, Jequitinhonha e as demais serão realizadas até o dia 12 de março, antes do início da campanha salarial, que será no dia 16 de março, com uma paralisação total das atividades.